Depois de uma trajetória de sucesso com o PSP, a Sony estava pronta para continuar no mercado de games portáteis com o PS Vita. O pequeno console era poderoso, com uma tela OLED (dez anos antes do lançamento do Nintendo Switch com essa tela) e jogos first e third-party que dariam inveja a qualquer console portátil da época.
À primeira vista, nada poderia parar a empresa de competir com a Nintendo no mercado de portáteis. Só que, para surpresa da Sony, o console foi um fracasso de vendas, e tudo que ele prometia foi entregue, mas com bastante ressalvas.
A produção de mídias físicas e do próprio console parou faz tempo, mas o PS Vita ainda dá um caldo para os mais adeptos a portáteis e emuladores de consoles retrô.
Desde já eu vou lhe dizer que: o PS Vita merece todo o amor que a Sony lhe renegou.
Um show tão maluco essa noite vai acontecer aqui
O PS Vita foi anunciado em janeiro de 2011, com o lançamento programado para o final do mesmo ano no Japão e início do ano seguinte nas Américas.
O primeiro modelo tinha um formato oval, bem parecido com o PSP, contudo as semelhanças com o antigo portátil paravam por aí. Sua tela era de 5 polegadas, sensível ao toque e OLED. Essa junção deixava os jogos bonitos e incrivelmente detalhados para a época.
Ele tinha dois analógicos, dando maior liberdade para a movimentação nos jogos; reconhecimento de movimento do jogador; e a parte de trás do console era sensível ao toque.
Para terminar, o PS Vita tinha Wi-Fi, 3G e Bluetooth, para conectar seu fone sem precisar de adaptador. Dez anos antes da Nintendo incluir essa facilidade no Switch.
Em conclusão, o console era uma arma poderosa, com gráficos comparáveis aos de Playstation 2 e primórdios do Playstation 3. Em outras palavras, era bom demais. Talvez tenha sido isso o que ocasionou o seu fracasso.
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Melhor do que a subida, só mesmo assistir à queda
A Sony tinha a faca e o queijo na mão, porém, ela preferiu jogar a faca fora e deixar o queijo apodrecer.
O lançamento do PS Vita foi na mesma época que o Nintendo 3DS e a ascensão dos smartphones. Ele ficou à sombra das atitudes da Nintendo em deixar o preço mais competitivo para atrair público, e das inovações do mercado mobile.
Era um console poderoso, mas caro considerando um portátil. Tinha ótimos jogos em seu lançamento, mas um cartão de memória único que tinha preço elevado.
Já em 2014, apenas três anos depois do lançamento, era possível perceber a negligência da parte da Sony. O console, que no seu primeiro ano recebeu jogos como Uncharted, Killzone e Assassin’s Creed, agora só se mantinha com jogos da Plus e indies.
Inclusive, antes do Switch, o Vita foi a porta de entrada para jogar indies em qualquer lugar. Era nele que as desenvolvedoras menores focavam nos lançamentos de seus títulos.
A produção do Vita foi interrompida em 2019 no Japão, e em julho deste ano, 2021, os últimos jogos chegaram à loja virtual do console.
Essa gatona tá viva demais
No entanto, mesmo com a Sony matando o pobre a facadas, o PS Vita ganhou novos ares com o seu desbloqueio. A comunidade abraçou o portátil e trabalha ativamente até hoje para melhorar seu sistema, acrescentar emuladores e novas funcionalidades.
Eu tive um Vita desbloqueado em 2019 e achei o console incrível. A tela era bonita, os jogos eram divertidos e a possibilidade de baixar games que eu não jogava desde a minha infância me deixou fascinada.
Outra coisa que deixa o console mais sensacional é que ele emula nativamente jogos de Playstation 1 e PSP, sendo vendidos na loja virtual do Vita.
Então, você não tinha apenas acesso a biblioteca de um único console, você tinha acesso a TRÊS! Quem é cadelinha da Sony amaria ter o console por apenas isso.
Agora que o PS Vita finalmente foi aposentado, ele está mais vivo que nunca, graças a uma comunidade unida.
Essa comunidade está disposta a mostrar a todos que o portátil poderoso, que nunca vingou nas mãos da sua dona, pode ser muito mais valioso se estiver aos cuidados de quem realmente importa.
