Hoje em dia, o lançamento de jogos grandes na indústria é um grande evento por si só.
A internet toda se anima, os canais do Youtube focados em conteúdo gamer só falam sobre isso.
Discussões acaloradas por parte dos fãs permeiam as redes sociais e contribuem de uma forma ou de outra na divulgação do jogo.
Infelizmente, nem todos os jogos têm esse tratamento.
Seja por ser um jogo independente, com pouco dinheiro para marketing, ou por ser um jogo de nicho que naturalmente chama atenção de menos pessoas. Até mesmo por não fazer parte de uma grande franquia ou empresa.
Os motivos são diversos, mas hoje iremos abordar oito títulos menos conhecidos lançados esse ano que considero relevante para diversos tipos de jogadores.
Lembrando que irei numerar os títulos para facilitar a identificação dos jogos, mas todos são excelente e não estão necessariamente em ordem de qualidade.
8 – Root Film
Quem lê minhas colunas sabe como eu sou entusiasta do mercado de Visual Novel.
Isso dito, nem sempre recebemos muito conteúdo do gênero aqui no ocidente e, mesmo quando isso acontece, ele raramente alcança um público amplo.
Tenho me empenhado constantemente em trazer conteúdos relacionados e espalhar a palavra destes jogos, bem como o Garota No Controle, onde sempre cobrimos lançamentos do gênero.
Isso dito, estou mais habituado a jogar o sub gênero Otome Game, jogos com foco no público feminino e jovem. Mas, qualquer um, independente de gênero, idade ou sexualidade, pode aproveitar.
Então, resolvi trazer para essa lista um jogo com um tom bastante diferente, mas que também cobri esse ano e foi uma excelente experiência, Root Film.
Root Film é oficialmente um jogo de aventura. As suas seções de debate são mais ativas na jogabilidade.
Ainda assim, o jogo possui fortes influências de visual novel. O jogo aborda a investigação de casos bizarros por um diretor de cinema e sua parceira de trabalho, que ganham a chance de fazer uma série de tv para uma grande emissora.
Com personagens carismáticos, um ritmo decente e uma arte muito bem feita, Root Film cumpre e entrega um ótimo resultado e é um acerto fácil para os fãs do gênero de investigação.
07 – The House in Fata Morgana
Aproveitando a introdução sobre Visual novel, porque não falar sobre um jogo do gênero que nem é tão desconhecido assim.
The House in Fata Morgana, embora não seja universalmente conhecido, conseguiu um sucesso relativo na internet graça a sua nota absoluta nos primeiros meses no site Metacritic.
Sendo chamado até de “matador de Zelda: Ocarina Of Time” por usuários do Twitter, o jogo permaneceu por semanas com absolutos 100 pontos.
E embora isso tenha causado um certo comentário nas camadas mais engajadas do público gamer, o jogo foi rapidamente esquecido pouco tempo depois.
É irônico de se pensar que, mesmo um jogo notado justamente pela nota dos críticos, não desperte a curiosidade do jogador médio de experimentá-lo. Uma prova palpável de como o jogador médio tem uma certa aversão a jogos Visual Novel, independente da qualidade e elogios.
Sem mais demora, The House in Fata Morgana é tida por especialistas e novatos do gênero como a mais interessante VN lançada esse ano, mesmo se tratando de um port.
6 – Super Hiking League DX
Um jogo cooperativo, super divertido e acessível, diretamente da nossa indústria nacional! Super Hiking League DX foi uma das melhores surpresas que encontrei esse ano.
O jogo conta com uma movimentação bastante fluida, músicas encantadoras e um visual cheio de carisma, e que se resume a escalar montanhas de uma maneira exagerada.
Com uma estilização que remete a jogos retrô, e uma pixel arte de qualidade invejável, todos deviam jogar. Outro ponto positivo é seu preço acessível, pois no lançamento custou apenas 19,99 no Nintendo Switch.
O jogo conta com modos coop e modo história e, embora seja não muito longo, oferece um desafio considerável e muita diversão.
5 – Os Smurfs – Missão Florrorosa
Eu sei que “os Smurfs” pode ser considerado uma grande franquia, mas sejamos honestos, quantos de vocês realmente ouviram falar do lançamento desse jogo?
E diria ainda mais, quem conhecia ou já cogitou jogar o jogo dos Smurfs?
Bem, independente da resposta, peço encarecidamente que, caso tenham acesso ao jogo, adentrem nessa experiência, pois ela é fantástica.
O que, a primeira vista, pareceu ser apenas uma experiência genérica para vender coisas para crianças, se mostrou um jogo que foi feito com muito carinho.
Com fortes inspirações em Super Mario Sunshine, a mais nova aventura dos Smurfs é um adorável jogo de plataforma 3d. Embora os chefes e inimigos do jogo não sejam exatamente memoráveis, as sessões de plataforma e puzzles pelo caminho compensam e incentivam a exploração.
O jogo é repleto de colecionáveis que podem render horas de jogo, tem uma direção de arte agradável e passou por baixo do radar da maioria dos jogadores.
O jogo também conta com um modo multiplayer anunciado após seu lançamento.
4 – Aeon Drive
Muitos jogos das gerações 8 e 16 Bits acabaram se tornando grandes clássicos da Speedrun, e isso não é segredo para ninguém. Temos como exemplo disso o Super Metroid, até hoje um dos jogos com mais “speedruns” da história. Dito isso, esses jogos foram feitos com outras prioridades em mente, mesmo que Super Metroid possua no final da partida um contador de tempo, ele não incentiva diretamente vocÊ a zerar o jogo o mair rápido possível.
Alguns jogos mais atuais, ou ports, como o da trilogia de Crash, receberam placares online para as corridas das fases, além de um contador do próprio jogo no modo que objetiva colecionar as relíquias.
Ainda assim esses jogos não nasceram com a corrida em mente.
E é aí que entra Aeon Drive, um jogo que já tem em sua premissa e sua ideia de criação, a Speedrun. Com dezenas de fases curtas, repleta de rotas e atalhos, que variam de distância e dificuldade, Aeon Driver é a experiência dos sonhos para um speedruner.
As fases possuem diversas dificuldades, um board online e regional para competição, e um set de movimentos variáveis e otimizados. O jogo em pixel art ainda conta com muito charme na sua ambientação.
Para aqueles menos competitivos, não tão apaixonados pela corrida, o jogo ainda é um plataformer bastante divertido. No entanto, pode ficar um pouco frustrante perto do final, com sua alta dificuldade.
Ainda assim, vale muito a pena dar uma chance para essa aventura futurista e nostálgica ao mesmo tempo (era isso que você queria Dua Lipa).
3 – UnMetal
Embora não seja um jogo da grande indústria, UnMetal tira muitas inspirações dela.
O jogo se inspira nos mais famosos jogos Stealth da cultura Gamer, e soma a isso a sátira bem animada, com uma cativante e viciante jogabilidade 2D.
Com uma tonelada de influências descaradas, o jogo simula quase a experiência de jogar um Metal Gear em apenas duas dimensões, tendo também o cuidado para ter originalidade em seus sistemas e diferenciar no que é necessário para otimizar a aventura.
Para os fãs de Stealth, é um produto ideal que, enquanto relembra os maiores clássicos de grandes franquias, traz um novo frescor ao gênero.
2 – Rift Adventure
Um jogo Brasileiro que ensina o básico da ideia de mercado para crianças. Embora sua mensagem seja um pouco básica demais, e até um tanto ambígua, o jogo acaba sendo inofensivo.
Embora execute de uma maneira bem simples uma narrativa de senso de comunidade e ajuda mutua, o jogo é bem raso nessa questão, mas compensa na gameplay.
O level design não é o mais complexo, mas é bastante divertido. O jogo é composto por 20 fases muito diferentes umas das outras. Além disso, ele conta com dois personagens, com habilidades completamente diferentes.
Ainda assim a jogabilidade com ambos é bastante divertida, os itens do jogo funcionam como uma espécie de build, que alteram levemente o combate.
Por fim esse é o tipo de jogo que, apesar de simples, foi feito com muito empenho e carinho, com ideias ambiciosas que poderiam ter sido postas em prática com mais recursos.
Por isso, não deixem de dar uma chance para esse jogo super acessível, que também é cria da nossa indústria nacional, ainda prematura, mas muito promissora.
1 – Cozy Grove
Bem, supondo que você seja um grande fã dos simuladores de fazenda sociais, você provavelmente já emulou todo Harvest Moon e Animal Crossing antigo, já comprou Stardew Valley por 25 reais na Steam ou na E-shop, e agora quer ainda mais. Porém, não está disposto a dar seus suados 300 reais para a Nintendo e obter o New Horizons.
Bem venho aqui te entregar a solução milagrosa. Ou, pelo menos, quase isso.
Embora Cozy Grove seja bem diferente dos simuladores de fazenda, pois lhe falta a fazenda, ele traz uma atmosfera e uma dinâmica semelhantes.
Nesse jogo você é um patrulheiro espectral, com o objetivo de exorcizar os fantasmas de uma ilha para que eles possam viver em paz.
Você, no entanto, desembarca por engano na ilha errada e acaba em uma ilha muito difícil de se exorcizar.
Completando quests básicas para os fantasmas da ilha você pode ficar mais íntima deles e conhecer mais de suas histórias.
O jogo desbloqueia por volta de meia hora de conteúdo por dia.
Isso somado a sua ambientação muito acolhedora, e sua facilidade inerente, torna o jogo perfeito para se inserir em uma rotina estressante.
E o melhor parte é que ele custa um preço bem acessível nas principais lojas.