Com certeza não dá para reclamar da falta de jogos Roguelike no ano de 2021. Afinal, esse gênero ganhou espaço no mercado nos últimos anos e acabou ficando saturado. Contudo, nesse ano tivemos ótimas obras que inovaram e saíram da mesmice do mercado. Ou então, mesmo aqueles que não inovaram, aprimoraram as mecânicas já comuns no estilo.
Para quem não sabe, este é meu gênero favorito de jogos. Eu gosto muito de repetir as ações, de aprender com os erros e seguir sempre evoluindo. É como repetir uma tarefa diversas vezes, mas, sempre com um resultado diferente devido à experiência gerada. Ou seja, todo o processo é sobre como e onde melhorar, assim como a vida.
Esse ano nos presenteou com um jogo incrível e inovador, uma sequência que os fãs estavam esperando, um jogo de plataforma que fez um ótimo uso do gênero, um jogo brasileiro muito bem feito… Enfim, tivemos ótimos jogos do estilo que merecem ganhar uma lista para ficarem ainda mais no holofote!
Segue a lista, ranqueada, dos meus roguelikes favoritos de 2021!
8 – Dungeons and Gravestone
Esse foi um jogo que eu não dei muita moral no início e nem me animei quando comecei de fato a jogar. Porém, conforme eu passei horas nele, comecei a sentir algo que não sentia há muito: perdido e sem direção. Isto é, hoje em dia é comum que o jogo seja linear ou então nos guie desde o início para entender tudo. Não me entenda mal, tutoriais são muito bem vindos e devem existir, mas como Dungeon and Gravestone não é um grande lançamento e bem pouco conhecido, eu gostei dele não tentar ensinar o jogador. Na verdade, ele solta você no mundo e se vire. Cabe ao jogador entender o que cada coisa significa e o que os símbolos da página de atributos querem dizer.
Como disse em minha análise sobre ele, foi como uma viagem para encontrar o Pedro criança que perguntava para o irmão mais velho sobre as coisas do jogo. Contudo, agora, sem ninguém para ajudar.
Para ler minha análise sobre ele, basta acessar esse link!
7 – Phantom Abyss
Uma surpresa para o gênero Roguelike em 2021, sem dúvidas. Phantom Abyss é um jogo de plataforma e parkour que une os estilos com maestria.
Ele nada mais é do que um jogo onde devemos entrar em um templo e conseguir pegar a relíquia no final. Porém, não é tão simples assim. Os templos são construídos com salas cheias de armadilhas projetadas para matar todos que passarem por ali. Enquanto isso, existe também o guardião do templo que te persegue e tenta te matar a todo custo, evoluindo conforme avançamos no templo.
Nesse jogo fica claro como dá para explorar estilos diferentes e fazer um bom trabalho. Mesmo eu que não sou fã de jogos de plataforma e muito menos parkour, me diverti bastante em Phantom Abyss. Por fim, ele conecta a comunidade de uma forma única, mesmo que ninguém fale nada durante as partidas.
Para ler minha análise de Phantom Abuss, clique aqui!
6 – Curse of the Dead Gods
Esse é o clássico Roguelike. Digo isso porque ele é um jogo de ação em tempo real e hack’n slash, lembra bastante Hades.
Nele nós criamos nosso próprio caminho em direção a morte (ou não). Com mapas gerados de forma aleatória e um caminho decidido pelo jogador, Curse of the Dead Gods refina mecânicas que já apareceram em Roguelike anteriores. A mecânica de utilizar dois tipos de armas deixa o combate muito mais dinâmico, ainda mais quando precisamos nos importar com a iluminação da sala.
A variedade de armas que ele traz é bem grande e diversifica o jogo, trazendo novas possibilidades no mesmo estilo de arma. A direção de arte fez um ótimo trabalho visual aqui, seja na paleta de cores, nas animações ou na música. Para jogadores que nunca jogaram um jogo Roguelike, talvez esse seja o mais indicado, pois tem mais mecânicas do estilo e também é, de certa forma, simples.
5 – Darkest Dungeon 2
Na verdade, Darkest Dungeon 2 ainda não foi, de fato, lançado (está em acesso antecipado), porém, não tem como deixar de fora dessa lista.
Após o imenso sucesso do primeiro jogo, Darkest Dungeon 2 aposta em uma renovação no modo de jogar. O esqueleto do jogo mudou por completo, mas sem deixar de fora todos os recursos que faziam parte de seu antecessor. Com certeza, esse é um exemplo de como sequências podem mudar o formato do jogo sem estragar a franquia.
Agora, o jogo está mais dinâmico e também mais acessível, visto que a dificuldade dele está presente em elementos diferentes da primeiro obra. Ainda assim, toda a aura de desespero e tensão permanece no jogo. Penso que o título vai angariar ainda mais fãs para a série justamente por ter coragem de reformular o que podia ser uma barreira para eles.
Portanto, Darkest Dungeon 2 é um ótimo roguelike que propõe a mesma coisa que seu antecessor, só que agora, de uma maneira mais acessível.
Caso queria, pode ler minhas primeiras impressões sobre o jogo.
4 – Rogue Lords
Rogue Lords foi uma ótima surpresa para mim. Eu nem estava ciente que o jogo existia, só descobri quando recebi a oportunidade de fazer a análise. Bem como a maioria dos roguelikes, eu não pensei nem duas vezes para fazer a análise.
O que foi bom, porque Rogue Lords oferece uma experiência muito agradável e, acima de tudo, muito bonita. O estilo gráfico adotado pelos desenvolvedores é bem único, principalmente nas batalhas. Com a visão 2D e os personagens em 3D com animações bem feitas e únicas, a obra faz um show quando se trata do combate.
Já, fora do combate, ela segue o padrão dos jogos roguelike. Um mapa que o jogador decide o caminho que quer fazer, com desafios extras que podem surgir em cada evento e uma progressão bem satisfatória dentro de uma partida. Além disso, a forma que a história é contada através dos eventos e cada personagem que está presente no seu grupo encanta, misturando um pouco de sorte com manipulação de resultados. Afinal, no jogo podemos manipular números e resultados através de um sistema muito interessante.
De fato, Rogue Lords chegou de repente na minha vida e me surpreendeu de maneira geral, me fazendo ficar vidrado por diversos dias consecutivos.
Para ler mais sobre o jogo, acesse minha análise!
3 – Gunfire Reborn
Gunfire Reborn foi um jogo que joguei bastante quando saiu em acesso antecipado. Foi um daqueles que você gasta vários dias jogando apenas ele, e olha que na época nem tinha tanto conteúdo assim. Trata-se de um FPS Roguelike. Inclusive, eu não sou fã de jogos FPS, mas esse aqui foi bem diferente.
Mesmo que ele seja um jogo de tiro, existem muitas maneiras de jogar, inclusive algumas delas nem precisam de fato de arma o tempo inteiro. Ou seja, devido à opção de escolher personagens para cada partida, são estilos de jogo bem diferentes que se especializam em pontos diferentes. Por exemplo, em uma das partidas que joguei recentemente, fiz uma build baseada nos avanços e na habilidade básica do meu herói. Contudo, existem várias armas que modificam bastante a forma de jogar.
E agora, com seu lançamento oficial, existe muito conteúdo novo no jogo, incluindo novos chefes, armas e personagens jogáveis. Além disso, ele possui algo que não é muito comum nos jogos do gênero: a possibilidade de ser jogado em grupo. O que torna a experiência mais divertida e desafiadora.
Gunfire Reborn é, com certeza, um dos melhores roguelikes que já joguei.
2 – Dandy Ace
Bom, seria estranho se ele estivesse na minha lista dos 10 melhores jogos de 2021 e não aparecesse na de melhores roguelikes, não é?
Dandy Ace me conquistou através da jogabilidade e de como é possível jogar com uma mesma habilidade de diversas maneiras. A mecânica que faz o jogo rodar é que toda magia tem uma outra magia para dar suporte a ela. Com isso, a customização das habilidades fica muito ampla e divertida. Além disso, o jogo deixa bem claro que possui três classes de cartas: a de ataque padrão, uma habilidade mais forte e os avanços. A jogabilidade é muito fluida, o que deixa ainda mais brilhante a ideia e a execução das magias.
Outros pontos que me fizeram apaixonar em Dandy Ace é sua direção de arte e o fato dele ser brasileiro. Mesmo que pareça simples, a arte do jogo é bem bonita e tem uma identidade bem única, sem contar que ela combina 100% com o tema do jogo. Principalmente as magias, com suas partículas visuais, trazem o efeito de circo que o jogo tenta passar a todo momento. A dublagem ficou por conta de youtubers/streamers famoso na comunidade brasileira e ficou bem legal, principalmente a do vilão.
Se quiser ler mais sobre Dandy Ace, acesse minha análise aqui.
1 – Loop Hero
Não poderia ser diferente, afinal, o jogo mais inusitado e que me causou uma sensação nostálgica que eu nem deveria ter. Isso porque Loop Hero me transportou para os anos 90, com seus gráficos e trilha sonora muito bem feitos. É uma obra de arte em formato de pixel art animada. Desde seus primeiros diálogos até os últimos, o jogo tem um carisma único.
A jogabilidade é perfeita, sério. Ainda mais para um jogo que resolveu sair do comum e arriscar. Afinal, quem apostaria em um jogo de ficar dando volta na mesma masmorra várias e várias vezes? E esse é o ponto alto de Loop Hero: não é a mesma masmorra. A cada nova carta que recebemos, nós podemos modificar o cenário para atingir um objetivo específico. Inclusive, várias das builds no jogo usam do cenário para ganhar atributos específicos.
É uma junção perfeita de um jogo idle, de estratégia em tempo real, um RPG clássico e, claro, roguelike. A maneira que Loop Hero encara o sistema roguelike é única, inovadora e inspiradora. Ele deve servir de exemplo para grandes empresas que buscam vender o máximo em troca de novas ideias. Loop Hero é um sucesso, que chegou na indústria como um respiro de alívio aos jogadores cansados da mesmice.
Leia minha análise sobre esta ode ao roguelike aqui!