Introdução
Primeiramente, se você aí que está lendo ainda não jogou Outer Wilds vá jogar e depois retorne para ler. Esse artigo não terá nenhum spoiler maior da narrativa, mas acredito que o jogo é melhor quando você não sabe nada do que está por vir. Se você que não jogou e continua por aqui lendo esse texto, no auge da curiosidade, saiba que recompensa isso. Então vá lá, jogue Outer Wilds! A descoberta nele é o ponto principal de sua jornada, portanto quanto menos você souber mais coisas vão estar te esperando lá para que você as encontre.
A exploração é o foco de muitos jogos, principalmente em metroidvanias, como você pode ler mais nesse artigo. Sendo assim mecânicas voltadas a permitir que o jogador encontre seu caminho são comuns no mundo dos videogames. Porém, nesse artigo procuro mostrar como a descoberta em Outer Wilds é o ponto central e como o jogo foi construído para permitir que o jogador utilize sua curiosidade para entende-lo.
Conhecendo Outer Wilds
Como eu havia dito, nesse texto não haverão spoilers. Por conta disso irei somente passar pelo básico das mecânicas do jogo e do loop de gameplay. Você começa Outer Wilds em uma lareira, sem objetivos na tela, sem mapa ou qualquer marcação de onde ir e do que fazer. O que vai te guiar nessa jornada? Sua curiosidade.
Com isso não quero dizer que o jogo te deixa completamente sozinho para se virar e encontrar seus objetivos. Na verdade, ele possui um lugar onde você pode observar tudo que você fez e dicas para o que fazer em seguida, mas não passam disso, dicas. A progressão depende da sua curiosidade em explorar e procurar entender o que é esse mundo e o que está acontecendo nele.
Portanto, o jogo quer que você explore, não quer te mostrar sua narrativa, quer que você a encontre. Geralmente as etapas da história do jogo podem ser encontradas da maneira que o jogador desejar, ou da maneira que o jogador esbarrar com ela enquanto explora. Em muitos momentos você pode pensar que está completamente perdido e que se encontra muito longe do objetivo. Isso até o momento que você encontra a peça que faltava no quebra-cabeça narrativo que é Outer Wilds.
A exploração
Outer Wilds é um jogo de exploração espacial, portanto você tem a sua nave e segue com ela para explorar os mistérios dos mais diversos (Bem diversos!) planetas. Cada um desses planetas é único, tem suas próprias regras e particularidades que você como explorador terá que compreender e muitas vezes superar as dificuldades para ser possível continuar sua jornada.
O jogo não tem combate, você não tem nenhum equipamento para causar danos, a não ser que você saia batendo sua nave por aí, o que pode te matar! Dessa forma, seus únicos equipamentos são voltados para a compreensão desse universo. O seu personagem tem um tradutor, por exemplo, capaz de traduzir todos os símbolos que encontrar. Existem equipamentos capazes de encontrar outros de sua espécie, outros te permitem observar dois lugares ao mesmo tempo. Todos tem em comum o objetivo de observar, investigar e aprender.
Você pode pensar: com equipamentos que servem somente para a exploração eu não teria nenhuma capacidade de me expressar no jogo? E eu responderia: muito pelo contrário. A exploração é sua, a curiosidade é sua, até mesmo a maneira de resolver puzzles ou a ordem dos mesmo é você quem escolhe. Existem objetivos que necessitam que você aprenda sobre o lugar para poder encontrar uma maneira de prosseguir. As mesmas também te deixam passar sendo criativo com o que tem em mãos. Outer Wilds somente pede ao jogador que seja curioso.
Conclusão
Esse texto não teve como objetivo contar as memórias inesquecíveis que tive com Outer Wilds. Assim como também não foi para falar de sua narrativa interessante. Esse texto foi feito para exaltar a maneira onde o jogo conseguiu permitir que o jogador explore, permitir que observe, aprenda e se interesse sobre seu universo. A descoberta aqui é feita para o jogador.
Outer Wilds é uma jornada com muitos significados, muitos deles que foram pensados e desejados pelos seus criadores. Mas o que eu considero mais importante no jogo é a maneira como ele entrega tudo isso em suas mãos e te permite se perder nesse universo, e se reencontrar de maneiras diferentes. Novamente, se você não jogou Outer Wilds e se interessou por essa premissa vá lá, jogue! Você provavelmente não vai se arrepender.
