Hoje em dia, todo mundo da comunidade gamer conhece a história. Animal Crossing: New Horizons tinha acabado de ser lançado pela Nintendo quando a pandemia começou. O jogo cresceu na base do Nintendo Switch e, em pouco mais de um ano, se tornou o segundo jogo mais vendido da história do console.
Em outras palavras, é uma história impressionante para o que era considerado um “jogo de nicho”.
Ficar em casa fez com que o mundo de Animal Crossing se tornasse um lugar de conforto para todos. A alta personalização do jogo e o modo online, por exemplo, conquistou todo o mundo. Assim como os eventos sazonais ganharam a atenção dos jogadores.
Apesar disso, o hype do jogo esfriou no começo desse ano pela falta de atualizações que ganhou todo mundo no ano anterior.
Os jogadores esperavam uma atualização gigante vindo da Nintendo a qualquer momento. A princípio, parecia que a empresa não queria entregar o que os fãs pediam, mas ela revelou tudo no início de outubro desse ano.
A DLC paga, Happy Home Paradise, e o conteúdo extra gratuito renovaram o gosto do povo pelo jogo. Eu, jogadora de Animal Crossing desde o início da pandemia, estava inclusa nesse público.
“Eu espero que a vida na ilha seja tudo o que você sonhava”

Essa é uma das frases recorrentes no jogo, caso você converse com uma personagem de personalidade “normal”. Trancada em casa no início de abril de 2020, eu me vi jogando Animal Crossing pela primeira vez na vida.
Foi paixão à primeira vista. Jogos de simulação e “fazendinha” são uns dos meus gêneros favoritos. Depois que comprei o Switch, fiquei interessada nesse jogo que tinha animais humanoides e um guaxinim caloteiro. O jogo te deixava criar absolutamente tudo na sua ilha, desde a sua casa até locais mais inusitados.
Eu vi Animal Crossing como uma escapada da tragédia que estávamos (e continuamos) vivendo. Abrir o jogo toda manhã e ficar passeando nele por uma horinha, apenas fazendo as coisas mais básicas, já animava meu dia.
Como deixo claro no título, sofro com depressão e, não obstante, ansiedade. Tom Nook e sua turma, meus villagers e a possibilidade de criar coisas inesperadas e incríveis me acalmavam.
Similarmente, eu me sentia distante das crises e do desespero que é ser brasileira nos últimos anos. Não é difícil dizer que Animal Crossing mudou o modo como eu encarava as coisas.
O jogo me dava um objetivo, uma meta, e isso me tranquilizava. Era reconfortante saber que, apesar de tudo indo pras cucuias, eu tinha meu lugarzinho sempre ensolarado e feliz.
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“Quando alguém finge que tá sorrindo, não fique bravo com a pessoa. Pelo menos ela está tentando”

O último mês foi bastante difícil pra mim. Entre perder empregos, pessoas importantes e perspectivas de vida, estou novamente no fundo do poço.
Antes abandonado, há quase três meses, voltei a jogar Animal Crossing: New Horizons para me preparar para o novo update e a DLC. No meio desse turbilhão de sentimentos, todos negativos, encontrei no Paradise Planning de Tom Nook um meio de ver a vida mais colorida.
Constantemente no trabalho me pego pensando no que farei quando pegar o Switch para jogar. Nos locais da ilha que ainda não reformei, nos villagers que conhecerei através da DLC, nas atividades diárias que a minha ilha oferece.
Isso me dá uma perspectiva de que a vida ainda tem um gostinho bom. Que, mesmo nas horas mais tristes, podemos encontrar um lugarzinho para nos transportamos e nos sentirmos bem.
Em suma, eu queria agradecer a Nintendo por entregar um jogo que me traz sensações boas e sentimos pacíficos. No furacão que é minha vida e o Brasil de 2021, ter Animal Crossing como comfort game é uma luz que me guia para a praia ensolarada.