Ouça, sinta, pense… Final Fantasy XIV: Endwalker é a mais recente expansão do aclamado MMORPG da Square Enix. Originalmente programado para lançamento no dia 19 de novembro de 2021, ele sofreu com um atraso e só foi efetivamente lançado no dia 7 de dezembro.
Disponível para PS4/PS5 e PC, ele possui mais de 10 anos de existência contando seu lançamento original. E Endwalker marca o final da saga que foi construída desde a primeira expansão A Realm Reborn.
O começo do fim
Após os acontecimentos do Shadowbringers, o Warrior of Light está de volta para Eorzea com seus amigos seguros e vivos.
Porém, a ameaça de Zodiark ainda assombra todos. Sem falar também que, após a morte do imperador de Garlemald, o país entrou em guerra civil e não irá demorar muito para que isso afete as demais nações de Eorzea.
O príncipe Zenos desapareceu e agora as Grandes Nações de Eorzea precisam lidar com as torres que o misterioso ascian Fandaniel posicionou em diversos lugares do planeta.
Obviamente não seria diferente que todos esses problemas caíssem na mão dos Scions, uma organização sem afiliação, que também é o grupo do personagem criado pelo jogador: o Warrior of Light.
Por onde começar
Já que uma guerra é iminente, seja contra Garlemald ou contra o exército de corrompidos pelas torres, os Scions buscarão a ajuda do maior número de nações possível.
Começando com Sharlayan, um pequeno país ao norte de Eorzea que abriga eruditos e estudiosos. E que também é o local que os gêmeos Alisaie e Alphinaud Leveilleur já chamaram de casa.
Entretanto, esse vai se mostrar o primeiro desafio nessa jornada, já que o pai deles é um dos líderes do local. E a relação dessa família não está em um dos melhores momentos…

Histórias de perda, fogo e fé
Com tantos desafios pela frente, o Warrior of Light terá que contar agora, mais do que nunca, com todos os amigos que fez pelo caminho.
Endwalker é, definitivamente, uma expansão feita para o jogador. Seja ele assinante de longa data, ou aquele que começou recentemente.
Desde que ele foi anunciado, os desenvolvedores contam que esse final foi escrito para fechar um arco que começou no renascimento do MMO: A Realm Reborn.
Foi em 2013 que o conto de Hydaelyn e Zodiark teve seu início. E em 2021, ele teve seu fim.
Não se deixe enganar, a expansão termina e não deixa nenhuma ponta solta dessa narrativa. Essa história acabou. Mas ainda há muito mais a ser explorado no mundo de Final Fantasy XIV.
Nas asas da esperança
Endwalker vai para um lugar que nenhuma expansão se arriscou a ir. Além de dialogar diretamente com o jogador, afinal, existem diversos momentos que você SABE que aquele diálogo foi feito para você e não para o personagem.
Os temas abordados na expansão são muito mais profundos que qualquer outra história contada em Eorzea. Já tivemos temas como guerra, preconceito, liberdade, devastação e detetives estranhamente competentes abordados no decorrer das expansões.
Porém, nenhuma delas aborda esperança e desespero como o Endwalker. Em diversos momentos você se questiona: por que ainda estamos vivos? Sabendo que os momentos de sofrimento são muito mais recorrentes que os de felicidade, por que ainda insistimos em viver?
Não seria mais fácil acabar com a vida, afinal assim o sofrimento acaba junto?
Um poderia responder sim.
Mas, do mesmo jeito que ele coloca esse questionamento, Endwalker também passa uma mensagem otimista de esperança para o futuro.

Viver é sofrer
Dentro do jogo, a humanidade foi condenada a viver com sua alma dividida. Para que aprendesse sobre o sofrimento e assim, valorizasse mais ainda o presente que é simplesmente estar vivo.
Embora temos certos personagens que discordam, ao terminar a expansão, você entende que sim, os momentos de sofrimento existem. E eles podem até ser mais recorrentes que os momentos felizes.
Mas isso não significa que devemos desistir. Pelo contrário, devemos lutar ainda mais por nossa felicidade. Apreciar ainda mais os momentos em que estamos felizes. E não só isso, devemos apreciar também aqueles que caminham ao nosso lado.
Viver é sofrer, mas é só quando aceitamos isso é que podemos realmente aproveitar a vida e apreciar os momentos bons.
Explorando suas dungeons
Fora todas as 58 crises existenciais que você terá ao longo da história, Endwalker oferece uma experiência de jogabilidade muito mais enxuta que as expansões anteriores.
Fica claro que ele é completamente focado na narrativa, mas seus elementos de gameplay são muito bem encaixados nela.
Seguindo os passos do Shadowbringers, você tem a opção de entrar dentro das instâncias tanto com outros jogadores, como com os NPCs.
São duas experiências completamente diferentes, mas ambas valem a pena.
O formato das dungeons também permanece: um longo corredor com alguns mobs e três bosses diferentes durante a exploração.
Não existe nenhuma mecânica nova em si, mas o jeito que elas são aplicadas exige um certo aprendizado e experiência dos jogadores.

Superando os trials
Além das dungeons, Endwalker também possui três trials ao longo de sua campanha. Eles são basicamente 1 único boss que oferece um certo nível de desafio para ser derrotado.
Sem citar nomes, vou apenas falar que logo o primeiro trial oferece uma quebra de expectativas SEM TAMANHO.
Outro efeito que eles provocam é que, não importa quantas vezes você morra ou quantas tentativas você tenha, são batalhas divertidíssimas.
É possível perceber que a dificuldade não exatamente aumentou, mas que o cuidado que os desenvolvedores têm para entregar algo desafiador e divertido é muito mais aparente.
Seja nas dungeons, trials ou duties single-player, é possível ver os 8 anos de carinho e dedicação da equipe para entregar não só um final digno para a história, mas uma gameplay memorável e divertida.
Novo e familiar
Nenhuma expansão é igual a outra no quesito gameplay. Mas, ela ainda possui elementos familiares o suficiente para que o jogador aprenda as mecânicas.
Porém, o elemento mais inovador do Endwalker é, certamente, a sua narrativa.
Existe um grande sentimento de quebra de expectativa durante boa parte da campanha. Afinal, a história foi guiada para um determinado ponto. Porém, ela chega nele de uma maneira completamente inesperada.
E a partir desse ponto, ela muda completamente. Tudo fica mais sério. E as consequências parecem mais reais do que nunca.
É ousado. E por isso a história te deixa entretido a ponto de você não querer fazer mais nada além dela.
Os laços com os NPCs também são ainda mais estreitados nessa expansão
Visual além da história
Porém, não é só de narrativa que vive Endwalker. Essa nova expansão traz 6 novos territórios para serem explorados.
Final Fantasy XIV pode não ter os melhores gráficos, mas ainda impressiona com suas belas paisagens.
O primeiro local que você visita é a cidade de Old Sharlayan. Uma nação com elementos arquitetônicos obviamente inspirados em civilizações gregas.
Outro local inspirado na vida real é Thavnair, com seus elementos indianos. Sempre com muitas estampas e cores fortes.
Um elemento que chama muita atenção além de tudo isso é a clara referência ao artista já bem conhecido Yoshitaka Amano.
Se você já é familiarizado com outros Final Fantasy, sabe que ele é o artista responsável pelos logos da franquia.
Entretanto, em Final Fantasy XIV é possível perceber o traço do artista nos personagens, algo que não era muito bem traduzido em jogos anteriores.
Heart of ember, autumntide…
Música é arte. E a trilha sonora do Endwalker superou umas 3 barreiras da arte.
Podemos começar com ‘Footfalls’, trilha sonora do trailer de CGI da expansão. Ela possui um ritmo que mistura músicas-tema das expansões anteriores, enquanto traz uma melodia nova e uma letra emocionante.
Como toda expansão, todas as novas regiões possuem sua própria trilha sonora. Algumas delas são reutilizadas de outro Final Fantasy. E outras são a música tema remixada para encaixar na estética da região.
Mas não pense que isso deixa o sentimento de preguiça ou de algo repetitivo. Pelo contrário, todos os lugares que você visita te deixam com vontade de só apreciar a trilha sonora.
Eu particularmente gosto muito do tema de Old Sharlayan.
Na última região do Endwalker, a trilha sonora faz parte da narrativa. Conforme você avança, a letra da música fica cada vez mais identificável.
E então, silêncio. Tudo isso para traduzir as emoções dos personagens na tela.
Novamente, Masayoshi Soken faz um trabalho excepcional com sua música. E podemos falar que Final Fantasy XIV não seria metade do que é sem ele.
Endwalker
Endwalker não é o final de Final Fantasy XIV, mas sim o desfecho de 8 anos de trabalho de uma equipe apaixonada pelo que faz.
Ele entrega não apenas uma história emocionante, mas uma homenagem aos jogadores e fãs que gastaram seu tempo e dinheiro com esse jogo.
Não é uma expansão perfeita. Mas, possui momentos tão bons que diminuem os momentos ruins. E no final, o sentimento que fica é que tudo valeu a pena.
A espera pelo lançamento valeu a pena.
As horas na fila para logar porque os servidores estavam lotados valeram a pena.
Jogar Final Fantasy XIV depois do seu fiasco de lançamento para chegar até aqui valeu a pena!
Em conclusão, Endwalker é uma expasão divertida, com uma história que carrega muita importância para o momento em que vivemos.
Mas acima de tudo, ele é uma mensagem otimista para os fãs de que essa equipe ama o que faz e ama os jogadores que fazem o seu trabalho possível.
Gostou da análise? O Garota no Controle tem muito mais!