Introdução
Cheio de humor, personagens carismáticos, e uma jogabilidade viciante, Nobody Saves The World brilha ao nos presentear com um jogo divertido e cheio de possibilidades.
Desenvolvido pela Drinkbox Studio, a mesmo do aclamado Guacamelee, Nobody Saves the world foi lançado no dia 18 de janeiro para PC e Xbox, já disponível para os assinantes do Gamepass
Primeiro, um Ninguém…
No começo, você é apenas um Ninguém. Um ser pálido, sem nenhuma característica especial, que acorda em uma cabana qualquer, e sem roupas. Não usar calças é considerado falta de educação neste mundo.
Logo, você se depara com a mansão do incrível, poderoso, lindo e famoso, Mago Nostramagus, o campeão protetor deste reino. Só que ele desapareceu sem deixar vestígios. Algo que pode se mostrar problemático, considerando que uma terrível Calamidade está se espalhando pelo mundo, e infectando pessoas, cobrindo elas de fungos.
Mas, ele deixou para trás uma estranha varinha mágica, que concede a quem a possuir o poder de mudar de forma. Por azar (ou sorte) do destino, é este Ninguém quem encontra a varinha. Então, sem seu Campeão para protegê-los, o pessoal deste reino vai ter de se contentar com este serzinho estranho e sem graça como seu novo protetor. Mas, quem sabe, este Ninguém não tem algo de especial escondido por baixo desta cara de tapado? É isso o que vamos descobrir, em Nobody Saves The World!
Depois, muitos alguéms
O gameplay de Nobody Saves The World é similar a um Action RPG. Você tem um mundo aberto para explorar, dividido em biomas, com centenas de inimigos para combater. Conforme avança, você pega levels, fortalece o personagem, e libera novas classes, com novas habilidades.
O seu diferencial está no poder da varinha mágica. Pois, com ela, seu personagem pode mudar de forma à vontade. Inicialmente, temos apenas a forma do Rato. Alguns levels depois, liberamos a forma do Cavaleiro e Patrulheira. Após mais alguns levels com essas, liberamos mais formas, até chegarmos no total de 17 formas diferentes.

Cada forma vem com uma habilidade ativa e uma passiva fixas, além de 3 slots de cada para você personalizar. Conforme avança de nível com a classe, também libera mais algumas habilidades passivas e ativas. E é daí que vem a complexidade de builds do jogo.
Pois, você pode equipar cada forma com as habilidades de todas as outras formas, que geram sinergias bem interessantes. Por exemplo, você pode estar na forma de lesma, equipado com a habilidade de escudo do cavaleiro para proteção, com o poder de invocar coelhos do Mágico, e completar com a saraivada de flechas da patrulheira.
Há uma boa quantidade de habilidades para escolher, mas não se preocupe que não é tão complicado assim de montar uma boa build.

Evoluindo seu Ninguém
Outro diferencial do jogo está na evolução de seu personagem.
Existe um nível de personagem, e um ranking de forma. Subir de nível de personagem te presenteia com mais pontos de vida, ataque e defesa. Já subir de ranking na classe libera novas habilidades, e também é pré-requisito para liberar formas mais avançadas.
Porém, diferente de outros RPGs, você não evolui por apenas matar monstros. Aqui, a evolução está ligada a cumprir o desafio das formas.
Todas vêm com um conjunto de missões, que vão desde ações básicas, como matar 100 inimigos com certa habilidade, até coisas mais elaboradas, que funcionam como puzzle. Por exemplo, na forma do cavalo, temos de usar a habilidade “Galope” por 8 segundos seguidos. Porém, ela consome muita mana, o que nos força a usar a criatividade e pensar bem em quais habilidades de outras formas poderiam nos ajudar.

Este jeito de evoluir é a solução para um antigo problema de RPGS: Grinding. Ao mudar o foco do combate para estas missões, o jogo torna o ato de pegar level algo mais ativo, e que você tenha de pensar um pouco mais. Assim, ao invés de apenas matar 100 monstros, você tem de se planejar para matá-los com a habilidade correta. O que muda, é que agora o jogador presta muito mais atenção ao que está fazendo, o que deixa os combates muito mais divertidos.
No entanto, eu entendo se algumas pessoas se incomodarem com isso. Pois, o jogo te obriga a jogar de um certo jeito, com você sempre mudando de forma, não ficando apenas naquela que você gostou, o que tira um pouco a liberdade do jogador. Porém, eu gostei bastante, já que, após me acostumar com uma forma, mudava para outra para fazer suas missões e continuar a evoluir.
Explorando este Mundinho
Fora isso, você também pode explorar dungeons, e realizar missões. Para isso, basta explorar este mundo, cheio de personagens estranho, e muitas piadas, para encontrar as mais diferentes atividades.
As missões são bem variadas, e exigem que você use suas formas de maneira criativa. Elas também acompanham historinhas muito bem-humoradas, que te pegam de surpresa. Como, por exemplo, uma cientista pede sua ajuda para testar um tradutor da língua de golfinhos, só para descobrir que estes animais fofos xingam mais que torcida organizada quando o time perde.
Já as Dungeons são puros desafios de combate, com layout procedural, e um boss no final. Mesmo assim, cada uma tem um efeito diferente, o que te força a pensar na build certa para chegar no final.

A arte e trilha sonora tornam a exploração bem prazerosa. Cada região traz monstros diferentes, e um design único. O visual das dungeons é completamente variado, indo desde um castelo, passando por uma casa de doces, até o interior de uma baleia gigante.
O design dos personagens e dos monstros é bem legal de se ver, mesmo que as lutas possam se tornar confusas por vezes, especialmente em formas pequenas como o rato.
Uma experiência muito divertida
Sem dúvida, Nobody Saves The World é daqueles jogos que te prende de tal forma que é difícil ver o tempo passar.
Dessa forma, conhecer este mundo, conversar com seus estranhos personagens, e evoluir as diferentes formas, foi algo muito divertido. Além disso, o fato dos níveis estarem ligados a desafios das formas, ao invés de apenas em matar monstros, te força a testar tudo o que o jogo tem a oferecer.
Fora isso, o mundo em si é muito divertido de se explorar. Cada NPC tem uma piadinha para te alegrar, e a arte desse jogo é cheia de vida e criatividade. A história não chega a surpreender, e segue um roteiro bem básico, porém, são seus personagens que tornam essa aventura divertida. Mesmo que sua missão seja simples, são os amigos que encontramos no caminho que fazem essa história ser divertida.

Boa parte do humor funciona pela ótima tradução, que conseguiu adaptar muito bem as piadas e trocadilhos para o nosso “Brasilês”.
Portanto, Nobody Saves The World é um jogo fácil de recomendar, tanto para dar boas risadas, quanto para explorar as mecânicas e combinações de habilidades de suas formas.