Em 13 de dezembro de 2021, a Ubisoft anunciou de surpresa uma DLC gratuita para os dois últimos jogos de Assassin’s Creed, para PS4, PS5, Xbox One, Series X|S e PC. Centrada em Kassandra e Eivor, protagonistas de Odyssey e Valhalla, respectivamente, as quase 4 horas de Assassin’s Creed: Crossover Stories é uma grande homenagem às jornadas dessas personagens.
Como grande fã dessa nova leva de jogos da saga, fiquei extasiada em saber que teria de volta Kassandra ao jogo. Finalmente, a Ubisoft dá à personagem o destaque que ela merece.
E já digo a você: Kassandra é a personagem mais importante de Assassin’s Creed desde Ezio.
Sendo um crossover, é óbvio que você precisa ter os dois jogos para aproveitar ao máximo a DLC. Como eu jogo com Kassandra e a versão feminina da Eivor, essa análise é baseada nas duas personagens.
Pois bem, o que faz Assassin’s Creed: Crossover Stories ser tão incrível?
O mundo grego está de férias!
A história começa em Odyssey. Kassandra decide tirar umas merecidas férias na ilha de Corfu, a convite de uma misteriosa mulher. Depois de meses de curtição a mando de Dionísio (deus grego do vinho e das festas), a heroína é rudemente interrompida pelos amigos Heráclito e Barnabas.
Os dois afirmam ter uma missão para Kassandra que, mesmo relutante, aceita a proposta de explorar mais a ilha. É assim que Kassandra descobre haver uma maçã do Eden em Corfu, e seu objetivo principal é resgatá-la para evitar mais problemas aos moradores do local.
Odyssey é, de longe, o meu jogo favorito da saga. Voltar aos mares da Grécia após quase 3 anos me fez sentir em casa de novo. A ambientação, a trilha sonora, os NPCs ao fundo falando grego… Tudo isso foi ótimo de reviver.
Os personagens secundários que acompanham Kassandra sempre foram muito interessantes, e aqui não é diferente. É divertido rever a relação dela com Heráclito e Barnabas; foi como reencontrar amigos depois de muito tempo.
A jogabilidade de Odyssey sempre foi muito fluída e competente no que se propunha. Como joguei as DLCs que vieram antes, minhas habilidades se mantiveram. Jogar com Kassandra de novo é ter a liberdade de atacar inimigos como quiser, no momento em que quiser.
Ao longo das mais de duas horas de história, me diverti e me emocionei com a jornada de Kassandra. Assim como o jogo original, Crossover Stories consegue trazer reviravoltas interessantes, que lançam luz no que a Ubisoft pode trazer daqui para frente na franquia.
Com o fardo de carregar a saga nas costas, Kassandra segue até a Inglaterra do século IX, onde o embate com Eivor parece inevitável.
A Inglaterra não tem descanso!
Avançamos mais de mil anos e um jogo no futuro. É em Valhalla que o crossover prometido acontece. Para jogar a missão, é necessário ter nível 4 no assentamento e ter feito algumas missões com Valka, a vidente do local.
Uma moradora da ilha Skye vem pedir ajuda a Valka, visto que os habitantes da região estão sofrendo com muitos pesadelos. A vidente, então, recorre a Eivor para salvar as pessoas da ilha.
Antes de viajar para Skye, Valka oferece uma profecia a Eivor, dizendo que ela encontraria Randvi, sua colega de conquista (e namorada da minha Eivor), e que uma batalha aconteceria entre as duas.
Preocupada com a visão de Valka, a heroína parte para a ilha, temendo por esse encontro. Ao chegar lá, porém, o que ela encontra não é Randvi, mas sim Kassandra (os fãs já tinham notado as semelhanças entre elas).
Não importa se você tiver jogado com Alexios no jogo anterior, Kassandra é canonicamente a personagem principal de Odyssey e isso mostra a força da personagem no universo da franquia.
Dessa forma, as duas se enfrentam, pensando que a outra teria alguma conexão com o que está acontecendo na ilha. Somente quando Kassandra vê a lâmina de Eivor é que ela interrompe a luta.
Leia mais: Análise de Assassin’s Creed: Valhalla
O melhor dos dois mundos
A partir daí, Kassandra e Eivor devem trabalhar juntas para descobrir o que está acontecendo em Skye. O problema é que elas têm personalidade muito fortes e gostam de bater cabeças, o que nos leva a diálogos divertidos e hilários entre elas.
Como em Odyssey, a jogabilidade aqui é fluída. Gosto muito das armas e das opções de combate dadas por Valhalla, apesar de a árvore de habilidades ser bem menos intuitiva que o jogo anterior.
A ambientação é totalmente diferente do Odyssey, com cores mais escuras e sóbrias. A mudança rápida de um jogo para outro traz muito a discrepância entre os dois. Apesar de bonito e sombrio, a Grécia viva e colorida de Kassandra é muito mais chamativa.
O relacionamento entre Kassandra e Eivor é a melhor parte da DLC. A missão final é muito emocionante. Sem dar spoilers, posso dizer que elas entregaram muito bem como é lidar com gente cabeça dura.
Aqui, deixo meu elogio para as vozes no idioma original das personagens, Melissanthi Mahut (Kassandra) e Cecilie Stenspil (Eivor). Infelizmente, não joguei com as vozes em português, mas garanto que a dublagem deve ser sido igualmente incrível.
Vale a pena?
Como já disse, sou fã dessa nova versão da franquia. Assassin’s Creed: Crossover Stories trouxe de volta sentimentos bons ao jogar Odyssey depois de tanto tempo. As histórias são divertidas, emocionantes e cativantes, assim como as personagens principais.
A DLC tem por volta de 6 horas, contando conteúdos extras. É um bom tempo para mergulhar de volta nesses mundos tão distintos. Com Crossover Stories, a Ubisoft abre novas portas para sua franquia mais lucrativa.
Meu único problema com os dois jogos está relacionado à performance no PS4 slim. Personagens travando enquanto andam a cavalo, lábios dessincronizados com falas e pequenos bugs preenchem minha jogatina desde 2018, quando comprei o Odyssey. A falta de otimização dos jogos da Ubi sempre me incomodaram, mas ainda bem que a história e gameplay fazem valer a pena (nesse caso, vale muito).
Se você se dá bem com a nova visão da franquia, certamente vai adorar essas horas de volta com Kassandra e Eivor.