Introdução
Batman Arkham City: Harley Quinn’s Revenge se passa após os eventos da narrativa principal de Arkham City. O game coloca o jogador na pele do menino-prodígio, Robin, em sua busca pelo Batman. O herói desapareceu na quase extinta super prisão ao seguir uma pista da Arlequina. Nesta história, ela preparou um plano de vingança contra o grande cavaleiro das trevas, pois ela o culpa pela morte de um personagem. Assim sendo, será que está expansão consegue entregar uma aventura no mesmo patamar do jogo base? Confira agora em mais uma análise do Garota no Controle.
Batman Arkham City: Harley Quinn’s Revenge foi lançado no dia 31 de março de 2012 e está disponível como conteúdo adicional do jogo base. A DLC pode ser adquirida nas plataformas Xbox 360, PlayStation 3 e PC, via Steam. Além disso, a expansão também está inclusa na versão remasterizada da obra lançada para Xbox One e PlayStation 4.
Assumindo o papel de Robin
Em Batman Arkham City: Harley Quinn’s Revenge o jogador irá assumir o papel de Tim Drake, também conhecido como o Robin do Arkhamverso. Nesta história, entraremos na antiga super prisão de Arkham em busca do Batman, sendo que o herói desapareceu após seguir uma pista da arlequina.
Logo de início, a DLC já se destaca por apresentar a perspectiva de alguns personagens sobre os acontecimentos chocantes do jogo base. Portanto, fica evidente que o game se esforça para construir toda uma aura de consequências reais com base nos eventos anteriores. Para exemplificar, no começo da expansão, temos um dialogo entre Tim e a Oráculo, em que eles falam que estão preocupados com o Batman, pois ele não reagiu de nenhuma forma sobre os acontecimentos passados e nem fala nada sobre.

Este aspecto é bem comum no homem morcego. Pois, uma das características do personagem é de lidar sozinho com a própria dor, soltando ela de outras maneiras, batendo nos bandidos de Gotham, por exemplo. Infelizmente, a DLC não vai muito longe neste desenvolvimento e acaba tornando este aspecto raso, sendo que é algo citado apenas uma vez.
Uma narrativa que poderia ser melhor
O aspecto mais fraco de Harley Quinn’s Revenge é a narrativa. Pois, embora seja legal jogar como Robin, não temos um real aprofundamento no personagem e nem nas situações em que eles se encontram. O jogo base, embora apresente uma história do bem contra o mal, entrega subjetivamente diversos elementos que fazem o jogador refletir sobre a real importância do herói em Gotham. Além disso, a narrativa principal faz o jogador questionar se o cavaleiro das trevas, mesmo que de forma inconsciente, não acaba criando um ciclo de violência na cidade que ele jurou proteger.
Estes aspectos tornam Arkham City uma obra única e fazem com que ela seja uma das melhorias histórias do Batman. Infelizmente, a DLC parece ter esquecido de muitos destes detalhes, o que acaba prejudicando bastante esta área do jogo.
O desenvolvimento da vilã é decepcionante
Além disso, o desempenho da Arlequina como vilã principal aqui simplesmente não é nada marcante. Eu sou um grande fã da personagem, e mesmo considerando que na época a vilã não possuía o destaque de hoje em dia, ver a representação dela, nesta DLC é algo decepcionante. Pois, ela não tem desenvolvimento, seus diálogos são altamente genéricos, como falas do tipo “vou te matar porque vou te fazer sofrer” e… é isso. Este elemento fica ainda mais alarmante, quando comparamos com o jogo principal, que apresenta os vilões do Batman de uma forma profunda e intrigante.

Isto dito, é decepcionante que a grande expansão do game seja apenas um storytelling genérico do bem contra o mal. Assim sendo, é apenas isso que temos aqui, uma aventura no qual o herói vai lá e salva os reféns em perigo. A expansão consegue ser um regresso em tantos aspectos, que até mesmo os diálogos conseguem ser fracos e não levam a lugar nenhum. Além disso, a obra fica devendo em apresentar uma interação verdadeiramente única entre o Batman e o Robin, sendo que as falas entre eles são superficiais, sendo que o grande dialogo entre eles é o Robin salvando o herói, o Batman falando “porque demorou tanto?” e o Tim falando “já ouvir falar em obrigado?”… pois é, um dos diálogos já feitos.
Um mapa relativamente menor
Harley Quinn’s Revenge apresenta apenas uma parte do mapa original de Arkham City, nos dando acesso apenas à área da Siderúrgica. Esta limitação do mapa fez sentido aqui, pois a narrativa principal da expansão fica contida neste local, o que significa que não exploramos áreas abertas com o Robin, o que é decepcionante.

Durante um segmento da DLC, assumimos novamente o papel do Batman em um flashback. Neste momento, podemos investigar os vestígios da Arlequina no local e então encontrar uma forma de detê-lá. Embora seja interessante revisitar este local, no fim o mapa não apresenta nada de novo, e muito menos novas atividades para o jogador. Entretanto, teremos balões da Harley para estourar, sendo estes os colecionáveis da expansão.
Novidades na jogabilidade
Embora Harley Quinn’s Revenge não apresente muitas novidades, temos alguns novos aspectos interessantes na jogabilidade. Como dito anteriormente, nesta expansão iremos assumir o papel do Robin. Portanto, seu set de habilidades e sua forma de combate são bem diferentes em comparação com os de seu mentor. O personagem pode andar, correr, atacar usando seu bastão e até mesmo usar um escudo para se defender de capangas armados. O herói também possui uma movimentação mais rápida e consegue ser mais preciso em seus ataques.
Durante os momentos de combate predador, no qual devemos nocautear vilões armados, o personagem apresenta menos recursos que o Batman. Assim sendo, não temos uma série de equipamentos para usar, sendo que o recomendado é atacar furtivamente os inimigos quando eles não estiverem olhando.

Outra novidade que a DLC apresenta são as missões em busca de informações. Neste segmento, jogamos com o Batman e devemos interrogar alguns inimigos por uma área atrás de informações. Durante esta parte, o jogador terá a liberdade de decidir a melhor abordagem, sendo possível atacar furtivamente ou na forma “pé na porta e soco na cara”, ou seja, chegando e batendo em todos os capangas. É importante dizer que este estilo de missão acabou sendo um dos maiores acertos na DLC, sendo que ela até mesmo retorna no próximo título da série Arkham.
Trilha Sonora
A trilha de Harley Quinn’s Revenge não apresenta uma variação grande em comparação com o jogo base. Como estamos falando de uma expansão, é esperado que as músicas não destoem da obra original. Assim sendo, a soundtrack da expansão mantém o alto nível de qualidade do jogo principal, sendo um dos grandes destaques da DLC. Além disso, temos alguns momentos em que versões alternativas das trilhas originais tocam, engrandecendo os momentos em que elas tocam e condizentes com o personagem em ação.
Gráficos
Como dito anteriormente, está conteúdo adicional se passa em uma parte já conhecida de Arkham City. Portanto, não temos aqui nenhuma melhoria em relação aos gráficos base e muito menos novas localidades. Entretanto, a falta de novidade neste aspecto acaba não sendo algo negativo, pois a ambientação de Arkham City é de encher os olhos, seu visual gótico e decadente é altamente forte e de grande destaque, o que faz com que o jogador se sinta imerso naquele mundo, mesmo que nada de novo seja apresentado visualmente.
Desempenho
Minha experiência foi no PC com todas as configurações no máximo. Toda a aventura fluiu muito bem em 60 FPS, sendo que os loadings foram praticamente instantâneos graças ao SSD do PC. Além disso, não tive nenhum problema envolvendo má otimização. Particularmente, o trabalho feito na versão de computador é verdadeiramente bem feito, situação está que infelizmente não pode ser dita da sequência deste game.
Conclusão
Batman Arkham City: Harley Quinn’s Revenge apresenta uma narrativa que poderia ser melhor, tendo diálogos e uma história central simples demais. Além disso, a falta de interação entre os protagonistas deixa muito a desejar, sendo que o sentimento transmitido é que está DLC apenas existe porque os fãs queriam jogar com o Robin.
Mesmo tendo um storytelling fraco, a DLC consegue apresentar alguns novos conceitos de jogabilidade que retornam mais a frente na franquia. Por fim, eu recomendo esta expansão para todos os jogadores que gostaram do jogo principal e querem mais uma oportunidade de retornar para Arkham City.