Introdução
Dying Light 2 Stay Human é um dos jogos que eu mais esperava para 2022. Em meados de 2015 acompanhei de perto o lançamento do primeiro títúlo e fiquei altamente intrigado pela proposta inovadora do game. Pois, a Techland não era novata no ramo de jogos de zumbis. Antes deste novo projeto, ela havia lançado alguns games da franquia Dead Island, obras estas que conquistaram uma grande parcela de fãs pela sua forte experiência cooperativa.
Assim sendo, quando joguei Dying Light pela primeira vez, fiquei fascinado por todos os elementos inovadores que o jogo apresentou. Um mundo aberto no qual nossa principal forma de locomoção era o parkour, além de um forte elemento de combate com armas brancas. Além disso, o game apresenta uma ambientação incrível, única e imersiva, sendo que cada novo local que adentramos pode nos levar a desafios inesperados.
Ao lado destas fortes características de gameplay, temos uma narrativa cativante e um protagonista de destaque, sendo que o herói enfrenta uma longa jornada de questionamento morais ao decorrer da campanha. Portanto, mesmos com alguns tropeços, Dying Light conquistou um espaço entre os meus jogos favoritos, sendo um título de destaque e inovador no gênero zumbi.
Dying Light 2 Stay Human
Após o sucesso do primeiro título, uma sequência era inevitável. Portanto, na E3 de 2018, finalmente tivemos o anúncio de Dying Light 2 Stay Human. O game foi apresentado com a grande promessa de elevar ao máximo todos os elementos apresentados no jogo anterior, melhorando assim o parkour, combate a até mesmo levando o jogador para uma nova e grandiosa cidade.
Além disso, o grande destaque é que agora os jogadores poderiam fazer escolhas durante a campanha. Assim sendo, a desenvolvedora prometia que na campanha, todas as nossas escolhas teriam sérias consequências para o protagonista e para o mundo ao seu redor. Logo, com grandes promessas envolvendo o título, uma grande expectativa foi criada em relação ao projeto. Portanto, depois de quase 7 anos de desenvolvimento, chegou o dia de sabermos se Dying Light 2 Stay Human consegue entregar toda a qualidade que havia prometido.
Dying Light 2 Stay Human foi desenvolvido pela Techland e lançado no dia 4 de fevereiro. O título está disponível nas plataformas Xbox One. Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam. Uma versão de Nintendo Switch via Cloud também deve chegar em breve.
As consequências de Harran
Dying Light 2 Stay Human se passa 20 anos após os eventos de Harran, cidade está que originou o vírus zumbi e localidade do primeiro game. Durante este meio tempo, o mundo foi infectado e se ficou cheio de criaturas horripilantes. Então, as pessoas arranjaram formas de sobreviver, construindo comunidades em grandes cidades. Além disso, crianças foram selecionadas para experimentos, pois de acordo com os cientistas, elas eram a chave para achar a cura.
Duas destas crianças eram Mia e Aiden, o protagonista do jogo. Após um acidente que não é revelado inicialmente, ele foi separado da sua irmã. Logo, ele cresceu como um peregrino viajando por várias localidades realizando serviços diversos e sempre em busca de sua irmã. Portanto, é assim que a narrativa do título se inicia. O personagem encontra uma pista sobre o paradeiro de Mia em uma grande cidade e decide partir para lá em busca de respostas.
Entretanto, ao chegar lá, ele percebe que além do perigo dos infectados, terá que lidar com uma disputa entre várias comunidades e fazer escolhas que irão alterar o rumo do poder político local.
A história de Aiden
Eu tenho várias coisas para falar em relação à narrativa de Dying Light 2 Stay Human. Primeiramente, preciso dizer que ela começa muito bem. O título faz um bom trabalho ao introduzir Aiden e sua história, fazendo até mesmo o uso de flashbacks, elemento este que faz com que o jogador logo se conecte com ele. Entretanto, ao decorrer da jornada, cada vez mais eu fui me importando menos com o protagonista. Isto ocorre porque a partir de determinado momento o game simplesmente não desenvolve ele em mais nada. O uso de flashbacks que até então estava sendo um excelente elemento para esta conexão, simplesmente some e não temos mais informações sobre o seu passado.
Além disso, o objetivo inicial de Aiden é encontrar sua irmã. Porém, a maior parte do jogo o herói simplesmente abandona este objetivo em merito de outras situações que não tem nada a ver com ele. Claro, este elemento ocorre muito nas missões secundarias, que falarei mais pra frente, mas o problema é que a narrativa principal não possui foco. Chegamos na cidade, estamos em busca de Mia e na missão seguinte temos que escolher um lado em uma disputa de comunidades que não tem nada a ver com o objetivo… é simplesmente incoerente.
Personagens que não possuem um bom desenvolvimento
Outro elemento que me chamou a atenção quando comecei Dying Light 2 Stay Human foi a profundidade do texto nos diálogos com os personagens. Foi um fator que me impressionou inicialmente, porém, logo as coisas ficaram decepcionantes. Pois, o game não desenvolve de forma adequada nenhum personagem no jogo, sendo que o desenvolvimento começa e simplesmente para no meio. Isso acontece com o protagonista e com os personagens ao redor dele. Para exemplificar, no começo do título temos os habitantes do Bazar, uma localidade da cidade.

Os diálogos com eles são sempre profundos e com várias opções de conversas opcionais. Entretanto, a partir de determinado ponto da campanha eles são simplesmente jogados de lado na história e só vamos entrar em contato com eles na reta final para cumprir um objetivo em comum. O sentimento que tenho, é que foi planejado um desenvolvimento mais aprofundado para estes personagens, entretanto, no meio do caminho está ideia foi descartada.
Escolhas que não fazem tanta diferença assim
A grande promessa de Dying Light 2 Stay Human é que teríamos escolhas que fariam uma grande diferença na história do protagonista e do mundo ao redor dele. Isso acontece em partes, mas decepcionantemente. Durante a campanha, teremos segmentos no qual faremos escolhas que em teoria, serão importantes para o rumo da campanha e da cidade. Entretanto, as coisas mudam apenas em momentos especificos da história e no geral, tudo leva para os mesmos desfechos. Para exemplificar, na campanha podemos escolher se iremos ajudar os sobreviventes ou os pacificadores, sendo que eles são comunidades rivais.
Independente do grupo que o jogador escolha ajudar, os desfechos não irão mudar, apenas os personagens que estarão presentes durante nossas missões. Além disso, um dos aspectos prometido pela desenvolvedora, é que cada comunidade teria seus pontos positivos e negativos e que poderíamos ver isto claramente ao explorar a cidade.

Em um showcase, foi até mostrado que ao escolhermos o lado dos pacificadores, uma forma mais autoritária de controle se formaria na cidade, o que seria evidente mudando até mesmo o aspecto visual das localidades. Bom, na verdade, não chega nem perto disso. A coisa mais relevante que ocorre ao escolhermos um lado, é algumas mudanças pontuais na cidade. Para exemplificar, se escolhermos ajudar os sobreviventes, teremos mais tirolesas para nos ajudar no parkour pela cidade. Estas mudanças são interessantes, mas não chega nem perto do que foi prometido.
Uma narrativa que poderia ser muito melhor
Dying Light 2 Stay Human é um título que introduz muito bem a sua narrativa, de forma até melhor que o seu antecessor. Entretanto, a falta de foco e a “jogada de canto” no desenvolvimento dos personagens faz com que a história vá se tornando cada vez menos interessante, chegando em um ponto que o sentimento que eu tive, é que as coisas estavam demorando demais pra acontecer.
E bom, elas nunca acontecem, pois com a falta de desenvolvimento adequado dos personagens, até mesmo as grandes reviravoltas que deveriam impactar o jogador simplesmente não transmitem esse sentimento, pois, por que eu me importaria com personagens que não foram bem desenvolvidos? Bom, como já deve ter ficado evidente, a narrativa poderia ser melhor, mas, a jogabilidade se garante e consegue manter o jogador imerso naquele mundo? é… não.
Parkour? vou ver e te aviso
A característica que fez com que o primeiro game se destacasse foi a sua abordagem única em relação a locomoção do protagonista. Pois, podiamos nos mover livremente por Harran executando vários movimentos fluidos pelas favelas, localidade central da obra antecessora. Em Dying Light 2 Stay Human o game simplesmente tornou o parkour um dos elementos mais frustrantes desse jogo, em um nível que existiram momentos que eu simplesmente parei de jogar porque não estava aguentando tanta frustração. Isto ocorre porque o título adicionou um sistema de stamina na escalada, que faz com que uma barra apareça na tela sempre que escalamos algum lugar e quando ela se esvazia, Aiden cai.
Este elemento quebrou totalmente a satisfação que existia no primeiro título em relação aos movimentos. Pois, não é divertido escalar locais e executar movimentos se sempre estaremos preocupados com a barra de stamina. Isso acontece principalmente quando devemos escalar locais altos, sendo que está deveria ser uma das partes mais satisfatórias, pois exige habilidade do jogador ao agarrar e escalar nos lugares certos. Mas aqui, toda essa sensação única é perdida, porque temos que ficar olhando pra uma barra que se esvazia rapidamente, mesmo com ela sendo melhorada, elemento problemático este que falarei mais a frente.
Inovações que não foram tão boas assim
Dying Light 2 Stay Human tentou apresentar elementos novos em relação a exploração. Os dois que mais se destacam é um gancho com uma corda que podemos usar para cair infinitas vezes porque essa mecânica é bugada e um planador que só serve pra quebrar totalmente o ritmo do parkour. Pois, em determinado momento do jogo, iremos passar grande parte da campanha em uma cidade com prédios muito altos e na exploração, a escalada quase não será usada. Portanto, o jogo incentiva o uso do planador, apetrecho este que não funciona bem. Logo, ao pegarmos este equipamento, temos que ativa-lo em locais com uma corrente de ar e então subir o mais alto possivel, planando logo em seguida para os prédios.
A grande questão é que controlar este equipamento é algo complicado e se não conseguirmos alcançar o local certo, será preciso fazer o mesmo trajeto diversas vezes quebrando totalmente o ritmo do gameplay. Veja bem, o problema não é a questão de acertar ou errar o timing, pois este elemento existe em relação aos movimentos de parkour. Porém, a partir do momento que o game deixa de lado a exploração usando os movimentos que tornam este título único e começa a obrigar o jogador a usar equipamentos pouco funcionais… as coisas ficam decepcionantes.
Agora a cereja do bolo, é o gancho… no primeiro jogo também existia um, que era totalmente funcional, jogamos ele e eramos puxados. Entretanto, aqui, atiramos o equipamento em uma localidade e temos que nos balancar igual o Tarzan e pular na outra estremidade no momento certo… bom, o que acontece muitas vezes, o Aiden não agarra direito e cai mesmo com o botão sendo apertado no momento certo, as vezes o gancho prende e quando o personagem pula ele solta e por fim, existem momentos que Aiden pula e em vez de agarrar, ele entra na parede… isso aconteceu várias vezes, porém falarei sobre os bugs mais a frente.
Um mapa grande mas com pouco conteúdo relevante
Dying Light 2 Stay Human apresenta um grande mapa, porém sem uma identidade única. Temos uma cidade cheia de objetivos aleatórios como bases, colecionáveis e missões secúndárias. Entretanto, aqui não temos uma identidade visual única que consegue deixar o jogador imerso ao máximo no mundo.

Pois, o game adota aquela filosofia de “quanto maior, melhor”, sendo que a própria desenvolvedora prometeu mais de 500 horas de gameplay para completar 100%. Entretanto, esta escolha só fez com que o título deixasse a desejar em quase tudo que apresenta. Além da decepcionante campanha principal, as missões secundárias não ficam pra trás e apresentam os objetivos mais simplistas possíveis. Em resumo, 90% delas é o básico, vai lá e coleta tal item pra mim… Além disso, o jogo abusa de colecionáveis sem sentido e que servem claramente apenas pra inflar as horas de gameplay. Portanto, ao olhar o mapa do jogo é possível vermos vários objetivos que não adicionam nada em relevancia a obra.
Para exemplificar, em vários segmentos de Dying Light 2 Stay Human que eu queria apenas seguir o objetivo e ativava o radar do protagonista, eu era bombardeado com símbolos de objetivos opcionais, colecionáveis, itens… tudo ao mesmo tempo na minha tela, sendo que isto quebrava totalmente a minha imersão.
Elementos de RPG
Outra adição que não funciona em Dying Light 2 Stay Human é a adição de elementos de RPG. Particurmente, eu já estou cansado de ver games que tentam introduzir este elemento em gêneros que não funcionam com estas mecanicas. DL 2 é um destes casos, o título introduz um sistema de nível que faz com que todos os inimigos no jogo, incluindo os zumbis, tenham um level. Assim sendo, o dano que o protagonista dá nos inimigos é baseado no nível deles e das armas que estamos usando.

Mais uma vez, isso quebra totalmente a imersão dos combates, porque diferente do primeiro título que o elemento principal era sermos habilidosos, aqui tudo depende do número do poder das nossas armas. Portanto, se eu pego uma arma com o poder alto, as coisas ficam simples não porque eu sou habilidoso, mas porque tenho uma super arma com o dano apelão. Ah, e sabe aquele sistema interessante de arrumarmos as armas que tinhamos no primeiro game? bom, ele não retorna aqui. Agora sempre que as armas quebram somos obrigados a trocar ou comprar uma nova. Tinha uma arma branca favorita? sinto muito, vai ter que trocar…
Além disso, o game introduz um sistema de armaduras no qual trocamos ela durante a exploração. No geral, é semelhante ao sistema de armamentos que citei acima, equipamos sempre o maior número pois é melhor. Ao fazermos isto, o visual do protagonista irá mudar, o que foi uma adição bem legal, pois sempre podemos ver o visual de Aiden ao acessarmos o inventário.
Um sistema de progressão problemático
Dying Light 2 Stay Human apresenta um sistema de progressão extremamente confuso e ineficaz. Primeiramente, agora as melhorias de stamina e vida não estão mais na árvore de habilidades. Em vez disso, o jogador deve explorar o mundo mais morto que os zumbis do game atrás de caixas que terão vacinas. Ao acharmos três delas, podemos escolher se queremos upar a vida ou a stamina. Bom, nem preciso dizer que sempre é preciso achar duas caixas para conseguir os itens né? porque inexplicavelmente em nenhuma delas teremos todas.

Além disso, termos que escolher entre vida e stamina é algo que quebra totalmente o ritmo do jogo, pois os dois são extremamento importantes e seremos obrigados a regularmente parar a progressão na história para ir atrás dessas benditas seringas. E o que torna isso ainda mais frustrante, é que mesmo fazendo todo essa trabalho, a sensação de satisfação ao fazer parkour nunca vem, porque o jogo sempre arranja uma forma de tornar a stamina um limitador que vai frustrar o player. Mesmo que sejam feitas varias melhorias, o game irá apresentar lugares mais altos que adivinhem… é, tornam o sentimento de estarmos tornando o nosso personagem mais habilidado nulas.
Árvore de habilidades
Também temos em Dying Light 2 Stay Human a clássica arvore de skills que irá fornecer melhorias ao protagonista. Assim sendo podemos escolher entre diversas skiils que incluem habilidades de parkour e combate. Entretanto, a maioria destas skills não faz com que o jogador sinta o seu personagem progredindo, porque o próprio título atropela as chances do player usar estas habildiades. Para exemplificar, existe uma melhoria que permite que Aiden ande na parede após um pulo.
Porém, quando chegamos no nível adequado para adquirirmos esta skill, a campanha leva ele para um segmento no qual não usaremos este movimento em nada, pois, é um famigerado cenário “anti parkour” no qual devemos usar o gancho e o planador. Além disso, está skill em questão ainda tornou a minha experiência ainda mais frustrante, pois além dos movimentos pouco responsivos e o gancho com a jogabilidade pouco funcional, em diversos momentos no qual eu deveria agarrar em algum lugar o protagonista buga e executa uma andada na beirada como se fosse uma parede, cai e morre…
O combate contra humanos é divertido
Um dos aspectos que Dying Light 2 Stay Human fez muito bem foi o combate contra humanos. Pois, aqui temos uma maior variação de golpes. Podemos dar chutes, atacar usando facas, canos, cutelos e até mesmo equipar melhorias nelas que permitem usar golpes especiais. Uma das melhorias que eu mais usei foi a de fogo, sendo que após alguns golpes é possivel executar um “super golpe” que dá dano de fogo ao inimigos. Além disso, o título apresenta uma excelente fluidez, pois a forma básica de lutarmos é executamos ataques, defender e logo em seguida contra atacar. Este dinanismo torna os confrontos extremamentes fluidos, mesmo que não dependem da habilidade e sim dos levels de armas do player.
O jogo também apresenta uma boa variedade de vilões humanos. Este aspecto me surpreendeu bastante, pois como o foco neste estilo são as criaturas, a atenção ao design dos inimigos não infectados realmente é algo elogiável.
As criaturas decepcionam
Ao contrário dos humanos, os combates contra criaturas é extremamente decepcionante. Pois, como foi dito anreriormente, todo zumbi aqui possui um level e barra de vida em suas cabeças, o que torna o combate com eles extremamente robótico e a sensação de pouco impacto. Pois, diferente do primeiro game no qual dependendo da área que acertavamos o zumbi, rolavam desmembramentos e acertos críticos, aqui temos criaturas “esponjas de porrada” no qual batemos, batemos, batemos e quando eles morrem, ai rola uma ceninha em câmera lenta pra mostrar o “impacto” do dano…
Além disso, o jogo não apresneta uma grande variedade de inimigos, tanto em relação ao visual deles como em diversidade de ataques. Dying Light 2 Stay Human consegue ser menos variado neste aspecto que o seu antecessor, algo que simplesmente eu não consigo entender.
Ciclos de dia e noite
Outro sistema que foi decepcionante aqui foi os ciclos de dia e noite. Pois, a promessa dos trailers é que teriamos noites aterrorizantes, que levariam a adrenalina dos jogadores ao limite. Bom, isto não acontece. No período noturno temos criaturas que não são aterrorizantes e pior, são mais faceis de escapar até mesmo do que dos zumbis no periodo da manhã.
Este aspecto deixou muito a desejar, pois era esperado um verdadeiro desafio aqui, no qual a tensão fosse constante, e que pensariamos duas vezes antes de jogar no período da noite. Entretanto, além deste período ser altamente decepcionante, o jogo vai além… ele exige que façamos varias missões do game durante a noite… isto faz com que o jogador fique preso neste loop de missões contra inimigos que não são desafiadores e só ficam correndo atrás do Aiden infinitamente sem nunca alcança-lo. O título ainda faz questão de colocar um marcador na tela de nvel de ameaça alá estrelas do GTA, e bom, nem preciso dizer que isso não faz nenhuma diferença né?
Trilha Sonora
Dying Light 2 Stay Human apresenta uma incrível trilha sonora. As faixas realmente conseguem empolgar o jogador nos momentos de exploração, mesmo que muitas vezes o gameplay não condiz com este sentimento. Além disso, ao lutarmos contra os inimigos uma trilha mais pesada entra em ação deixando as coisas mais emocionantes. Por falar nisso, o jogo faz um excelente trabalho ao reproduzir músicas verdadeiramente emocionais em momentos chave da campanha, o que faz com que estes segmentos sejam únicos graças a este elemento. A obra também evita repetições de faixas, o que faz com que não tenhamos aquele sentimento chato de estamos sempre escutando a mesma música.
Gráficos e desempenho
Dying Light 2 Stay Human apresenta um visual ok, mas longe de ser de nova geração. Entretanto, isto já era esperado, já que o game foi feito primeiramente pensando na geração passada. Isto dito, o game consegue entregar bons cenários, com o destaque ficando para o topo dos prédios e das aréas com vegetação, sendo que a cor verde realmente se destaca. Entretanto, o game apresenta um visual saturado e uma paleta de cores voltada para o laranja. Isto faz com que se perca o sentimento de realismo nas cenas. É importante dizer que este aspecto muda ao usar o ray tracing no PC, mas se este não for o caso, é melhor se acostumar com a paleta laranja.
Outro aspecto que deixa a desejar no game é em relação ao draw distance. Pois, é comum durante o gameplay vermos objetos surgindo na tela, inclusive zumbis. Em determinado segmento do game, eu estava planando com o planador e um prédio surgiu do nada na minha frente…
Minha experiência foi no PC com uma GTX 1650. O game rodou no médio em 30 FPS sem quedas. Os tempos de carregamentos também foram rápidos graças ao SSD do meu computador e não tive problemas com crashs ou travamentos. Agora, em relação a bugs, eu tive tantos, que provavelmente nem conseguirei citar todos aqui. Controles não respondendo, inimigos que não levavam dano, o protagonista entrando na parede, chefes que a barra de vida não surgia,. itens sumindo do meu inventário, delays de render e muito mais. O game está extremamente bugado e com problemas que podem prejudicar a jogabilidade.
Conclusão
Dying Light 2 Stay Human é a primeira grande decepção de 2022. O game prometeu uma campanha excelente, com escolhas e consequencias, evolução de mecanicas e muito mais. Entretanto, o resultado entregue foi um jogo quebrado, que regrediu nos principais elementos que o tornaram único. Além disso, a falta de desenvolvimento dos personagens, tornou a campanha cansativa e até mesmo tediante em vários momentos.
A introdução dos elementos de RPG e o mundo aberto gigante mas com conteúdo vazio tornaram a experiência pouco imersiva. Pois, o sentimento de estar realmente naqueles locais foi pouco presente durante a experiência. Logo, o game apresenta muitas escolhas e poucas que realmente importam. Isto faz com que o jogador termine o título se sentindo enganado.
Por fim, Dying Light 2 Stay Human é um game que tinha a promessa de elevar a qualidade do título antecessor a um novo patamar. Entretanto, o resultado foi justamente o contrário, tornando assim a jornada frustrante e decepcionante para os fãs do primeiro jogo.
*Chave cedida para análise no PC