O Estilo que eu amo
Primeiramente, eu sou uma pessoa que gosta de jogar todo tipo de jogo (com exceção de FIFA e os Battle Royales). Mas, até eu admito que não tem nada melhor do que jogar algo que faz totalmente o seu estilo. E, Rise of the Third Power é um desses jogos que eu amo só de olhar! Mas será que ele é bom para aqueles que não são tão fãs do estilo?
Lançado em 10/02/22, sendo desenvolvido pela Stegosoft Games e distribuído pela Dangen Entertainment para PS4, Xbox One, Nintendo Switch e Pc. Tratando-se de um RPG com gráficos retrô, totalmente pixelado e lindo!
O sequestro relâmpago
A nossa aventura começa no meio da noite, com os bandidos Rowan e Corrina, que tem a missão de sequestrar a princesa de Cirinthia. Então, os dois se esgueiram pelo castelo (enquanto rola o tutorial) a procura da bendita princesa. Então, após o sequestro, a história começa de vez.
Rise of the Third Power, é uma obra que glorifica os RPGs dos anos 90. Então, para aqueles que são entusiastas dos jogos mais modernos como Fallout e The Witcher, por exemplo, podem achar os comandos simplórios. Na realidade, eles são simples mesmo. Porém, incrivelmente divertidos.

Cansou? Troca
Antes de tudo, vamos ao combate. Rise of the Third Power traz um combate por turnos, mas sem aquela fórmula engessada onde não era possível atacar duas vezes seguidas. Ele apresenta um turno mais dinâmico, que é baseado na velocidade dos envolvidos. Portanto, se sua equipe for rápida, e você ainda reduzir a velocidade dos inimigos, será possível atacar várias vezes.
Então, vamos às funções. Aqui, nós batalhamos em equipe, com até três personagens que podem ser trocados durante a batalha por outros que estejam no ‘’banco de reservas’’ (lembrando que só são permitidas três substituições por batalha, bem como era o futebol antigamente). A partir dai, é possível atacar usando os skills, sendo que, alguns consomem o MP ou barra de ação, e outros não consomem nada. Além disso, nós nos curamos, fugimos das batalhas, checamos os status ou podemos apenas passar o turno do personagem.
Ou seja, realmente o combate não tem mistério em questão dos comandos. Entretanto, gostaria de dar uma dica. À medida que vamos batalhando, os personagens vão acumulando exaustão. Eu, particularmente, não deixei que ela chegasse a 100%, não quis arriscar. Mas, o jeito simples de evitar que eles fiquem muito cansados, é ir mudando a equipe entre as batalhas. Apenas um descanso já é o bastante para curar a exaustão! Não se esqueçam. Mas, se tiverem curiosidade, podem deixar a barra chegar a 100% para descobrir que acontece.

Vários personagens, um nível
Agora, vamos para onde interessa. A variação dos combates e fortalecimento! Primeiramente, Rise of the Third Power apresenta um sistema de upgrade onde a experiência é compartilhada. Então, nós não upamos um personagem de cada vez, e sim a equipe inteira. Além disso, a cada nível, nós ganhamos pontos de talento que são usados para liberar habilidades. Lembrando que existem vários personagens, e cada um deles possui sua própria árvore de talentos.
Esses talentos podem ser um fortalecimento, como aumentar a velocidade ou a força, além de ensinar novas skills, e ainda influenciar toda a equipe, como, por exemplo, um que diminuia o nível de exaustão da minha turminha.
Assim como em outros RPGs, nós também possuímos equipamentos que são divididos em arma principal e acessório, e os acessórios ainda têm seus efeitos fortalecidos quanto mais os usamos. Porém, ainda podemos contar com os itens criados. Esses itens são variados e funcionam como um upgrade permanente, como se fosse uma espécie de equipamento ‘’simbólico’’. Então, é sempre bom ficar de olho nos itens de criação para sempre se fortalecer.
Por fim, nós temos as relíquias. Itens raros que funcionam como um upgrade permanente para toda a equipe. Sempre que encontramos uma, é motivo para comemorar!

Ajudando quem precisa
Em seguida, queria comentar um pouco sobre o mundo. Rise of the Third Power possui uma história linear, sem escolhas, bem como muitos RPGs de antigamente. Mas, pelas cidades, e em locais escondidos no mapa do mundo, nós podemos encontrar vários NPCs que nos dão missões secundárias. E a grande maioria é bem legal. Muitas delas não só nos premiam com bons itens (se lembram das relíquias? Pois é), como também trazem mais profundidade aos personagens, contando sobre o passado deles inclusive.
Vale ressaltar que elas são totalmente opcionais, mas é legal fazer ao menos algumas.
Agora, nas cidades que visitamos tudo é bem padrão de um RPG. Podemos encontrar os INN, que nada mais são do que estalagens onde podemos dormir para recuperar a vida, exaustão e trazer os inimigos do mapa de volta. Além disso, nós podemos comer antes de descansar, o que nos concede bônus temporários, por exemplo, mais força por cinco batalhas e etc. Existem também as lojas que vendem armas, e outros equipamentos, além daquelas que vendem itens de cura. Bem padrão do gênero.
Para finalizar, os inimigos não são tão memoráveis. Somente os chefões se destacam, mas, fora isso, ocorre até uma certa repetição. Não chega a incomodar, mas senti falta de uma variação maior.

A guerra que se aproxima
Finalmente, vamos falar da história. Como eu expliquei, Rowan e Corrina executam o plano de sequestrar a princesa Arielle. Logo depois, eles explicam um pouco do contexto história. Anos antes, houve uma guerra no continente, e agora, uma nova guerra estava para surgir, e eles achavam que o sequestro da princesa (que estava às vésperas do seu casamento) ia ajudar a impedir tal conflito.
Porém, a situação é muito mais complexa, já que Noroskov (um tirano maldito) estava usando a fragilidade dos estados pós-guerra, para agir nas sombras e implementar seu plano de conquistar todo o continente unificando as nações. E a rebelião é totalmente contra isso. Então, antes que Arielle se casasse com o filho de Noroskov, eles resolveram sequestrá-la e revelar a ela toda a conspiração para que a mesma pudesse convencer seu pai, o rei, e assim evitar tanto a guerra, quanto um golpe de estado do Noroskov.
Assim, eu não sei o quanto essa sinopse despertou o seu interesse. Mas eu garanto que a história me deixou em choque. Algo que começou meio bobinho, com um sequestro antes de um casamento, se tornou, quando eu menos esperava, em uma conspiração sinistra. Com direito a assassinato a sangue frio, sequestro, instauração de pânico na população, e marginalização de pessoas inocentes! A trama traz muitos personagens, sendo Noroskov e Viktoriya os mais odiáveis para mim. Mas tanto os nossos personagens quanto os vilões são interessantes, tem um background e um desenvolvimento muito satisfatório.
Você facilmente vai se apegar a algum deles (ou a todos) e vai odiar os vilões, ou até se admirar com o plano sacana e bem bolado deles. Eu mesmo saí apaixonado pelo Aden. Rise of the Third Power faz jus ao que eu mais preso em um RPG: Uma história boa e cativante!

Clássico é clássico
Por fim, vamos ao lado técnico desse RPG retrô. Bom, os gráficos são ‘’antigos’’, e eu vou confessar, é meu estilo gráfico favorito! Tanto que, meu jogo favorito de todos os tempos (Star Ocean – The Second Story) traz um estilo gráfico parecido. Mas aqui, por ser algo mais moderno, traz sombras melhores e pixels mais polidos. Os gráficos são simples, mas os efeitos dos ataques são lindos, a iluminação bem feita, e os cenários claramente criados com muito carinho!
Já sobre a trilha sonora, aqui o jogo destrói tudo! A trilha é maravilhosa, em qualquer situação, em qualquer parte do cenário. Ela soa como algo clássico, que você ouve nos jogos antigos. Mas, mesmo não tendo um tom totalmente novo, ela é muito boa e cativa a todo o momento.
Agora sobre a performance, eu joguei no Nintendo Switch e tudo correu perfeitamente tanto no modo Dock quanto no portátil. Inclusive os loads são absurdamente rápidos. Achei ótimo.

Conclusão
Em síntese, Rise of the Third Power foi feito por pessoas que amam os RPGs antigos, e esse jogo é uma carta de amor a essa época que eu tanto gosto. Com gráficos retrô, mas atualizados, ele traz um combate por turnos muito divertido, uma trilha belíssima e uma história muito interessante, com personagens cativantes! Quem gosta do estilo (como eu), vai se apaixonar por esse jogo. E para quem não viveu a época, esse é mais uma opção caso você queira dar uma chance para sentir como era antigamente. E, mesmo que ele tenha sistemas simples de talentos e de criação, tudo é intuitivo e divertido! Para não mencionar, os puzzles que são bem desafiadores em sua maioria. Realmente vale a pena em todas as instâncias.
*Chave cedida para análise