Introdução
Me identifiquei com The Company Man. Afinal, o mundo corporativo não tem facilidade. Esse título mostrou as dificuldades de um trabalhador comum. Assim, há vários perigos. Desde o ambiente hostil de cada departamento, passando por colegas encrenqueiros. Também, condições horríveis de trabalho e chefes tenebrosos.
Por isso, The Company Man diverte tanto. Mostra o ambiente de trabalho em forma de aventura de game e de forma bem engraçada. Mesmo que não tenha trabalhado antes, o jogador vai rir das peripécias de nosso herói Jim. Para os que trabalham, vão lembrar muito bem de alguns colegas e chefes que prefeririam não ver de novo.
Desenvolvido por Forust Studios, The Company Man chega satirizando seu trabalho e fazendo esquecer os dias de luta (ou não) para apenas focar nos dias de glória. Já disponível para PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows e Nintendo Switch.
A vida de trabalhador
A história de nosso título é simples, mas bem interessante. E, sem querer dar spoilers, ela vai se desenvolvendo durante o progresso no jogo. Assim, entendemos mais a motivação de nosso querido Jim. Ele finalmente se forma na universidade, pronto para lançar sua carreira épica na Good Water Company. Mas as coisas rapidamente se transformam em insanidade quando ele se vê lutando para manter seu emprego.
Tudo isso acontece ao perceber que estava sonhando acordado sobre o seu sonho de se tornar um CEO. Porém, o destino é cruel para trabalhadores que têm o azar de serem vistos pelos seus supervisores justo na hora daquela merecida pausa. Então, nosso herói é rebaixado e deve escalar andar por andar até chegar ao topo. Torcemos para que ele consiga. E claro, podemos dar nossa contribuição para isso.

Vestindo a camisa da firma
The Company Man é um jogo de plataforma de ação no estilo clássico onde você joga como o herói assalariado Jim. Assim, seu objetivo é tornar-se o CEO da empresa. Para isso, você dispõe de uma espada teclado e várias armas que ganhará pelo caminho. Então, acerte seus colegas de trabalho malucos com um teclado, atire em seus chefes malvados com e-mails e ganhe grãos de café na Good Water Company.
Os desafios são muitos e bem engraçados. Mas, antes de falarmos deles, vamos falar de uma das coisas que fazem o jogo ser divertido: lembrar a vida real. Pois, geralmente, sátiras são legais porque nos fazem rir de coisas do dia a dia. Dessa forma, The Company Man diverte e muito. Os exageros de cada departamento (que é cada fase do jogo); seus colegas, que são os inimigos, representam aqueles estereótipos que já vimos antes em algum ambiente de trabalho. Talvez, ainda os vemos.
Outro fator de diversão fica por conta dos chefes. Porque justamente representam aqueles chefes dos quais preferimos não lembrar. O primeiro chefe, por exemplo, gosta de maltratar estagiários. Simbolizando aquele tipo que gosta de controlar sua equipe com mão de ferro. A cada cenário, vimos o tipo de “penitência” que cada colega NPC passa. Alguns ficam presos em celas com telefones, outros com pilhas e pilhas de papéis e assim por diante. E claro, os inimigos representam aqueles colegas que faz a gente perguntar como ainda estão na empresa se apenas atrapalham.
Porém, o interessante disso tudo é que não seja ser algo necessariamente ofensivo. Muito pelo contrário, apenas satiriza o ambiente de trabalho. Afinal, ninguém trabalha em algum escritório que há chamas por todo lado. Mesmo que as referências sejam ao mundo corporativo, até para os que nunca trabalharam, o game será divertido.

Melhorando o Curriculum
The Company Man possui uma jogabilidade simples. Mas confiável. Não há muitos comandos para decorar. Porém, é aquele básico que atende a ideia. Então, para se tornar um CEO, o jogador possui um botão para ataque, um para pulo, um para dash e outro para atirar os poderes que ganha ao derrotar cada chefe.
Como toda empresa, o empregado deve realizar alguns cursos para se qualificar para certas atividades e até para se manter. Assim, isso foi convertido no jogo para as armas que se ganha ao derrotar cada chefe de departamento. Confesso que achei a ideia genial.
Se por um lado não é algo igual a um Metroidvania, que você faz seu caminho desvendando segredos. Por outro, há o fator exploração das fases para achar itens escondidos. Caso tenha perdido algo, não se preocupe. Sempre pode voltar depois de uma pausa para o café. Ao passar de cada setor, você ganha cartão de acesso para outros andares na firma. Um detalhe engraçado é que você precisa utilizar o elevador. Mas, ele fecha muito rápido. Dando assim a impressão de que você está sempre atrasado.
Ainda sobre os níveis do jogo, além de plataforma, há muitos puzzles a serem resolvidos para progredirmos no jogo. E para lidar com todos esses desafios, há máquinas de café espalhadas pelas fases. Assim, você pode recarregar as energias e de quebra ainda tem um checkpoint.
Caso esteja com dificuldades para prosseguir, no saguão principal da firma, na cafeteria, você pode comprar alguns upgrades que melhoram os comandos básicos do jogo. Ou, até mesmo te dar mais pontos de vida. Apesar de que o jogo não tem uma dificuldade elevada. Isso, até experimentar as outras. Também tem a dificuldade IMPOSSIBLE. Habilitada ao terminar o game.

Aparência na firma
Forust Studios realizou um trabalho excelente no visual de The Company Man. Gráficos desenhados à mão, bem detalhados e design bem bonito. Mesmo na tela do Switch é possível ver os detalhes. Os quais, fazem a experiência bem melhor. Pois, além de uma movimentação bem fluída dos personagens, os cenários possuem diversos elementos que contribuem para atmosfera de cada fase.
Por exemplo, na primeira fase, no andar de atendimento ao cliente, vemos funcionários trancados em celas com telefone. Já na “fase de gelo”, vemos funcionários agasalhados ou passando frio. Justamente para lembrar daqueles colegas calorentos que ligam o ar condicionado no mais frio possível e os outros que lutem para se aquecer.
Há uma variedade razoável de inimigos e que representam muito bem nossos colegas de empresa (alguns que preferimos esquecer). Cada um adequado para sua respectiva fase. Dessa forma, o jogo entrega aqueles inimigos típicos de cada level. Porém, em forma de empregados de uma empresa.
Também, não podemos esquecer de Jim. Pois podemos ver sua movimentação bem fluída e sua expressão facial. Dá para saber quando ele está cansado ou feliz depois de uma boa xícara de café. Talvez, em uma primeira olhada, o jogador enxergue apenas “mais um jogo indie”. Mas, The Company Man é muito caprichado nos detalhes.

Som da impressora quebrada
Músicas e efeitos sonoros do jogo são bons. Apesar de The Company Man ter um visual maravilhoso, o mesmo não se aplica ao áudio. Porém, isso não quer dizer que seja ruim. Apenas, não é tão notável quanto a parte gráfica.
Um destaque vai para a conversa dos personagens. Pois, eles possuem uma linguagem própria e dá até gosto de ouvir esse burburinho.

Aviso prévio
The Company Man possui um fator diversão e replay bem altos. Também, não é difícil de notar que os desenvolvedores se empenharam muito para trazer uma excelente experiência. Contudo, deixa a desejar na dificuldade inicial. Pois há poucos inimigos e andamos muitos espaços vazios sem encontrar algum desafio. Assim, pode causar uma má primeira impressão. Caso você já tenha tido, sugiro iniciar o jogo novamente em uma dificuldade mais alta.
Além disso, o jogo tem uma pegada arcade. Ou seja, tem uma duração curta. Aí, onde entra o fator replay para divertir. Talvez, isso não agrade aqueles que não curtem repetir jogos. Mas, fora isso, jogo é excelente.

Promoção bem vinda
Gostaria muito que a vida corporativa fosse igual The Company Man. Assim, seria mais fácil de lidar com o trabalho cada vez mais estressante. Ainda bem que existem os jogos eletrônicos para que possamos dar aquela relaxada. E The Company Man traz uma diversão bem humorada, descompromissada. E que no final, faz a gente dar umas risadas. Jogo altamente recomendado para qualquer pessoa que goste de videogame.
*Análise realizada em Nintendo Switch com chave cedida