O queridinho da franquia
Assassin’s Creed é uma das franquias de jogos mais famosas do mundo, e fez sua estreia lá em 2007. Porém, por mais que tenha feito sucesso e chamado atenção, o primeiro jogo possui muitos elementos que envelheceram mal e que tornam a experiência complicada. Mas, em 2009, a série trouxe o que, para muitos, é o melhor jogo da série, com o protagonista mais querido de todos, Ezio. E ele foi tão bem com os fãs, que gerou três jogos em três anos!
Assassin’s Creed 2, Brotherhood e Revelations, chegam ao Switch numa coletânea que serve tanto para os fãs de longa data, quanto para quem não conhece o Ezio.
Lançado em 17/02/22, sendo desenvolvido pela Virtous junto com a Ubisoft Montreal e publicado pela Ubisoft para Nintendo Switch. Tratando-se de um jogo de ação e aventura, com stealth e muito parkour.
Templários x Assassinos
Primeiramente, vamos esclarecer alguns pontos. Essa não é uma review completa dos três jogos (até porque ia virar um TCC de tão grande). Ou seja, vou explicar a trama dos jogos e comentar sobre a versão do Switch para quem tem interesse nela (no mesmo formato da trilogia crysis). Entretanto, isso não quer dizer que não haverão análises desses Assassin’s Creeds no futuro! Fiquem ligados!
Antes de mais nada, deixa eu situar você sobre o que é Assassin’s Creed com um super resumo com spoilers do final do primeiro jogo.
Existem duas ordens nesse universo, os assassinos e os templários. Os templários prezam pela ordem severa, enquanto os assassinos são mais adeptos à liberdade. Ou seja, as duas se odeiam. Então, os templários usavam o dispositivo chamado Animus, para entrar nas memórias de um cara chamado Desmond que é descendente de um assassino antigo chamado Altair.
Altair, pelo que suspeitavam, sabia da localização de um artefato mágico e muito poderoso, chamado Maçã do Eden. Então, a ideia era simples: Usar Desmond para descobrir onde estava o artefato, pegá-lo e usar seu poder em favor dos templários.

A juventude de Ezio
Entretanto, ao final dos acontecimentos do primeiro jogo, Lucy, uma garota que trabalhava na Abstergo (onde o Desmond estava sendo mantido) se revela uma assassina, salva ele, e juntos eles fogem para que Desmond possa aprender a se tornar um assassino de verdade e entrar para a ordem. Contudo, isso não poderia ser feito da noite para o dia, a menos que, eles busquem outras memórias de outro ancestral, para que ao revivê-las, ele possa absorver todo o conhecimento desse tal homem.
E assim, nós conhecemos Ezio Auditore da Firenze. Um jovem, namorador e brigão que viria a se tornar um dos assassinos mais famosos de todos. E é ai, que Assassin’s Creed 2 começa.

Reunindo a irmandade
Em seguida, vamos para Assassin’s Creed Brotherhood. Aqui, nós já começamos no final do segundo jogo, sem concluir o objetivo final do Ezio, mas conseguindo a Maçã do Eden. Então, ele e seu tio Mario conseguem fugir e voltar para Monteriggioni, o lar de Ezio. Mas, como nem tudo são flores, no dia seguinte eles são atacados pelo exército do Cesare Borgia (Os Borgia são basicamente os vilões da trajetória do Ezio), e com isso, Mario morre e a Maçã é roubada!
Portanto, Ezio se vê obrigado a partir para Roma para recuperá-la. Chegando lá, ele decide criar uma nova irmandade dos assassinos (daí o nome, Brotherhood) e assim, nós somos capazes de convocar novos recrutas, mandar que eles façam missões, treiná-los e etc. E assim, a história de Assassin’s Creed Brotherhood, começa de vez!

O colapso mental
Por fim, temos Assassin’s Creed Revelations, que já começa num momento crítico, onde Desmond está preso no Animus, pois, como ele usou bastante a máquina (primeiro com Altair e depois com Ezio), sua mente ficou danificada e estava presa em um limbo, sem conseguir voltar. Porém, há uma solução. Ele precisa finalizar a sincronização com Ezio, ou seja, ver o resto da história que o assassino tinha para mostrar. Então, só assim, ele poderia voltar para o seu corpo.
Agora, sobre o que Ezio tem a dizer, é muito simples. Ele descobre que Altair escondeu uma arma poderosa que pode acabar com os templários de vez. Porém, tal arma, está escondida e só pode ser liberada com o uso de várias chaves. Então, a missão de Ezio é achar as chaves, revisitando as memórias de Altair, e assim obter a arma e resolver a guerra.
Sendo assim, Ezio parte para Constantinopla atrás das chaves e é ai que Assassin’s Creed Revelations se desenrola e finaliza a história de Ezio Auditore da Firenze.

A trindade de Ezio
Em seguida, quero comentar só um pouco sobre a qualidade dos jogos.
Assassin’s Creed 2 e Brotherhood são, facilmente, dois dos melhores jogos da saga. Mesmo que, não tenha tanta diferença entre eles (a mais notável é a formação da irmandade e o modo multiplayer), ainda assim, eles são muito bons. Seja pela gameplay, ou história, ou até o próprio Ezio.
Enquanto isso, Revelations também tem seu valor. A trama não é tão interessante quanto os dois anteriores, mas mesmo assim, Ezio continua sendo Ezio e isso carrega a aventura.
Ou seja, já deu pra ver que, pelos jogos em si, a coletânea vale a pena. Mas, como é jogar no Nintendo Switch?

Controles familiares
Então, para responder essa pergunta, eu tentei fazer um progresso lado-a-lado com a versão original de PS3 dos três jogos e devo dizer que as diferenças são bem poucas.
Na verdade, a única coisa que muda na jogabilidade é que, no PS3 nós corremos com R1 e abrimos o menu de armas com R2, enquanto que, no Switch, esses comandos se inverteram (corremos no ZR e abrimos o menu no R). Eu, particularmente, acho mais confortável correr com os controles de PS3, e não consegui mudar no Switch. Porém, é somente gosto pessoal e provavelmente você que jogou os originais, não vai se incomodar.
Outro detalhe interessante, é que eu achei os controles mais fluídos no PS3, mas não por questão de fps, e sim por questão de conforto mesmo. No meu caso, eu não tenho um Pro Controller, então joguei somente no modo portátil e no modo Dock com o grip que já vem no Switch. E no Dualshock 3 as coisas soavam mais dinâmicas. Novamente, nada que queira dizer que é ruim a experiência, mas como fiquei revezando entre um e outro, consegui sentir essa diferença.

Visual mais ”clean” e loads mais rápidos!
Agora, vamos a um ponto que eu realmente senti diferença. Os gráficos.
Assassin’s Creed The Ezio Collection, já está disponível no PS4 e Xbox One desde 2016, e não são remakes dos originais, e sim ports com algumas melhorias nos gráficos. Mas, mesmo elas sendo sutis, já são o bastante para serem notadas, principalmente no Assassin’s Creed 2. Eu, particularmente, achei a diferença gritante no segundo jogo!
Porém, no Brotherhood e Revelations essa diferença cai um pouco, mas ainda assim, é notável. Mas, no segundo jogo, é como se o original tivesse um filtro antigo, meio amarelado e levemente embaçado. Entretanto, na coletânea, tudo está mais limpo e mais visível, e com isso, mais detalhado!
Em contrapartida, no Assassin’s Creed Revelations, existiram momentos onde eu achei a versão de Switch mais escura, e isso me incomodou. Mas no geral, também se nota uma melhoria. Enquanto que no Brotherhood, foi onde eu achei mais parecido, porém, vale ressaltar que o mesmo filtro usado no segundo, pode ser percebido aqui, mas em um grau menor. Por isso, a diferença soa menos gritante.
Além disso, The Ezio Collection trás legendas em português (coisa que só o Revelations tem na versão original), as expansões dos jogos, e loads mais rápidos! Eu realmente não contava com loads mais rápidos, juro. É coisa de dez segundos a menos no Nintendo Switch (às vezes até mais!), muito impressionante.

A magia da portabilidade
Então, vamos a pergunta que não quer calar: Assassin’s Creed The Ezio Collection, vale a pena?
Bom, sim e não. Sei que isso é meio batido hoje em dia, mas quem tem um Nintendo Switch sabe o quão legal é jogar esses jogos ‘’onde você quiser’’ (com aspas porque a gente mora no Brasil né?). Então, mesmo eu que já havia zerado os três jogos, ainda achei incrível ter essa experiência de poder pular de prédios com o Ezio enquanto vejo as estrelas no meu quintal! Realmente é diferente.
Porém, para mim, essa coletânea agrada os fãs por ser muito bem feita tecnicamente, mas ela é feita para quem não conhece a franquia e possui um Nintendo Switch. Então, se você tem vontade de conhecer Assassin’s Creed e curte jogar no modo portátil, essa coletânea vale a pena, pois são três jogos de qualidade. Agora, se você já finalizou eles uma, ou até várias vezes, não acho que valha a pena o investimento, a menos que você seja muito fã.

Conclusão
Em síntese, Assassin’s Creed The Ezio Collection trás de volta o grande Ezio Auditore da Firenze que até hoje ocupa o podium como o queridinho da franquia, em um pacote com três jogos extremamente divertidos, com gameplays deliciosas e tramas envolventes. Além de uma melhoria gráfica, legendas em português e expansões. Sem dúvida, o fato de poder jogar portátil é a maior vantagem. Mas, para você que nunca se tornou um assassino, mas tem vontade, só tenho uma coisa a dizer: Bote seu capuz, pega sua lâmina oculta, e venha para o credo!
*Chave cedida para análise no Nintendo Switch