Introdução
Dawn of Ragnarok é a nova expansão de Assassin’s Creed Valhalla. O jogo base apresentou o ápice da fórmula RPG de ação que a Ubisoft implementou nos últimos games da franquia AC, tornando a saga mais aclamada do que nunca. Embora alguns fãs da velha guarda questionem o rumo que os jogos tomaram depois de Origins, fato é que está nova visão do universo dos assassinos vs templários trouxe muitos jogadores novos. Entre a nova leva de players que chegou na franquia nos ultimos anos, temos os fãs de RPG, que inclui o redator que vos fala.
Particularmente, eu acredito que Assassin’s Creed deveria assumir o seu lado “viajado” e realmente revitalizar a franquia por completo. Embora seja algo bonito lembrarmos do passado e da época que Desmond era o protagonista dos games, este tempo já passou e não vai voltar mais. Pois, por mais que alguns players estejam sempre questionando o rumo atual da franquia, fato é que atualmente, AC é uma das franquias mais lucrativas da Ubisoft, sendo que apenas Valhalla já gerou 1 bilhão de dólares para a empresa. Assim sendo, quanto mais cedo aceitarmos que Assassin’s Creed nunca voltará a ser o que era, mais cedo será possível aproveitar o novo rumo dos games.
Dawn of Ragnarok
Com o enorme sucesso de Valhalla, era questão de tempo até que uma nova expansão chegasse. Portanto, um dos aspectos que mais se destacou no game base, foi as viagens que o protagonista faz ao mundo mistico de Asgard. Embora em Valhalla, o grande foco não seja naquela localidade, os segmentos misticos apresentados foram muito bem executados e deixaram uma brecha para expansão. Assim sendo, não demorou muito até que a Ubisoft anunciasse uma DLC Standalone focado no cenário mistico.
Nesta expansão, controlaremos Odin em uma jornada de vingança. Pois, seu filho foi sequestrado e ele busca encontra-lo, ao mesmo tempo que se vinga dos inimigos por terem lhe causado uma perda pessoal. Além disso, este novo conteúdo promete expandir ainda mais os conceitos misticos do game, introduzindo uma mecânica de poderes elementais de gelo e fogo.
Portanto, será que está nova entrada na história de Valhalla, chamada pela empresa de “o conteúdo mais ambicioso já feito na franquia” realmente entrega algo novo e interessante? Confira agora em mais uma análise do Garota no Controle!
Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok foi desenvolvido pela Ubisoft e lançado no dia 10 de março para Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC.
Em busca de Baldr
Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok começa com Odin e sua ex esposa em busca de Baldur. Os dois encontraram uma pista da localização de seu filho, sequestrado por um gigante de fogo chamado Surtr. Durante todo o percurso, Odin e sua esposa brigam de uma forma acalorada, culpando jogando a culpa um no outro em relação à situação que se encontra Baldr. Então, durante este trecho, temos um trecho de combate inicial para introduzir os novos inimigos que enfrentaremos durante estava nova campanha.

Os primeiros que enfrentamos são chamados de Muspels, inimigos com o poder elemental do fogo e principais capangas de Surtr. Durante está DLC, os jogadores terão acesso a todo arsenal conquistado durante a campanha principal. Portanto, o recomendado é começar ela após finalizar a história. Entretanto, os players que quiserem partir logo para o novo conteúdo, podem iniciar uma nova campanha focada apenas nesta expansão. Logo, o game irá fornecer melhorias e equipamentos no nível adequado para se iniciar está DLC.
Após derrotarmos alguns capangas, finalmente encontramos Surtr. Ele nos desafia para um combate e o protagonista imediatamente aceita. Logo depois que o inimigo é derrotado, descobrimos que ele arranjou uma maneira de enganar a morte e retornar. Portanto, Odin não estava esperando está reviravolta e acaba sendo nocauteado pelo grande vilão. Neste momento, a esposa do herói é morta e o protagonista desmaia.
Uma aliança com os anões
Após este segmento, o personagem acorda em um lugar desconhecido do lado de dois anões. Eles ajudam o personagem a escapar e dizem que precisam de sua ajuda. Logo, os anões dizem a Odin que a guerra entre os Muspels e Jotunheim, criaturas de gelo, está levando toda a região a calamidade e que o protagonista precisa ajuda-los. Assim sendo, eles oferecem ao herói um bracelete que permite que o protagonista absorva os poderes de seus oponentes.

Portanto, após recebermos este presente, nosso objetivo principal fica claro. Devemos resgatar Baldr, obter nossa vingança contra Surtr e, em simultâneo, ajudar o máximo possível na sobrevivência dos anões.
Uma história pouco memorável
A história de Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok é uma das mais esquecíveis da franquia. Durante a campanha, encontraremos personagens que se tornarão nossos aliados, entretanto, não existe desenvolvimento de nenhum destes NPCs, e nem mesmo do protagonista. Somos Odin e nosso objetivo é resgatar nosso filho e… é só isso o personagem. O protagonista aqui é tão sem carisma, que eu me senti jogando um RPG com um herói casca vazia.
Além disso, a DLC removeu todos os aspectos de diálogos opcionais e de escolhas presentes na campanha principal. Isto tornou Dawn of Ragnarok uma narrativa linear e totalmente sem graça. Os personagens apresentados não possuem carisma e são caricatos ao extremo, a filha com raiva do pai, a madrasta com raiva da filha, o pai que não dá atenção para a família… nenhum destes NPCs é desenvolvido e nem tem profundidade. Estes personagens são tão mal desenvolvidos na campanha, que a maioria deles simplesmente desaparece e o jogador não se importa, porque eles não acrescentavam nada na história.
O game também deixa muito a desejar nos desfechos apresentados. Pois, ao finalizar a campanha de Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok eu tive o sentimento de “espera, é isso???”, pois não é transmitido um sentimento de conclusão. Logo, a narrativa do game é um dos seus pontos mais fracos.
Uma jogabilidade extremamente divertida
Por outro lado, a jogabilidade deste novo conteúdo melhorou de uma forma excelente o combate presente no jogo base. Após obtermos o bracelete com os anões, Odin consegue absorver o poder dos inimigos que enfrentamos na campanha. Portanto, temos acesso a poderes elementais de fogo, gelo e até mesmo conseguimos nos transformar em um pássaro e viajar mais rapidamente pelo mapa. Para usarmos estas habilidades, é preciso absorver o poder dos inimigos ou em pontos específicos pelo mapa.

Além disso, elas possuem um uso limitado. Portanto, será preciso sempre estarmos recarregando a barra destes poderes. Além disso, durante a campanha encontraremos esconderijos de anões, que servem como um hub para o jogador. Logo, temos alguns NPCs espalhados para conversarmos, mercadores para comprarmos itens e claro, ferreiros para melhorarmos nossos equipamentos.
Também podemos fazer melhorias nas habilidades misticas de Odin, que o permitem usar os poderes por mais tempo ou usar adicionar mais slots de habilidades, o que permite manter equipado mais de duas skills. Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok também apresenta novas habilidades para o jogador desbloquear e novos equipamentos para serem descobertos pelo mapa. Em um aspecto geral, a jogabilidade é o elemento que mais se destaca nesta DLC.
Trilha sonora
O título mantém suas faixas voltadas para um tom épico, misturado com vocais característicos de músicas de histórias de Vikings. Não temos uma grande inovação em comparação as músicas apresentadas na campanha principal, sendo que a maioria delas se repete aqui. Entretanto, foi bacana a adição das novas faixas, embora a maioria delas não causa o impacto que deveria. Pois, em alguns momentos da história, elas tocam fora de tom. Logo, em alguns segmentos temos uma conversa ocorrendo entre dois personagens e uma música de batalha tocando de fundo, o que não faz sentido nenhum.
Gráficos e desempenho
Em relação aos gráficos, Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok não apresenta melhorias em comparação ao jogo base. Entretanto, temos a introdução de novas regiões, o que torna os cenários mais variados e bonitos. Particularmente, eu gostei mais dos locais apresentados nesta expansão, do que os do jogo base inteiro. Pois, aqui temos biomas de gelo, fogo e até mesmo cavernas para explorarmos. Mesmo que esta campanha tenha removido os aspectos de RPG durante os diálogos, admito que explorar o mundo do game foi gratificante e me fez sentir que estava explorando um grande role playing game.
Minha experiência foi no Xbox Series S, no modo performance. O título apresentou visuais ótimos, com algumas quedas de resolução pontuais, o que já é esperado. Além disso, o jogo manteve os 60 FPS durante toda a jornada e os loadings foram rápidos. Por incrível que pareça, eu não tive nenhum bug durante toda a campanha, sendo que isto me surpreendeu positivamente.
Conclusão
Assassin’s Creed Valhalla: Dawn of Ragnarok apresenta uma narrativa esquecível, personagens caricatos e uma jornada pouco aproveitada. Entretanto, os novos elementos de jogabilidade tornaram o game divertido, o que me motivou a buscar todos os objetivos secundários presentes nesta campanha. Assim sendo, por mais que tenhamos uma história que deixa desejar, o novo conteúdo de Valhalla vale a pena para os fãs que querem mais da experiência apresentada no jogo principal.
*Chave cedida para análise no Xbox