Desenvolvido pela Platinum Games, Babylon’s Fall é a mais recente aposta da Square Enix de entrar no mercado de games como serviço.
Ele foi lançado em 25 de fevereiro de 2022 para PS4/PS5 e PC.
Escale o Ziggurat
Babylon’s Fall possui uma premissa bem simples: sua personagem é um Sentinel, um guerreiro que sobreviveu a implantação de uma relíquia chamada Gideon Coffin.
Essa relíquia te concede poderes sobre-humanos. Os quais o Império faz uso, te enviando junto com outros Sentinels para explorar a torre Ziggurat.
Essa torre é o último resquício que restou de Babylon. E ela esconde inimigos e tesouros que o Império tem interesse em colocar as mãos.
Como dito, é simples. Afinal, seu único objetivo é escalar a torre e trazer o máximo de loot possível. Mas, mesmo simples, a narrativa poderia chamar a atenção.
E essa é a palavra que domina durante a experiência com o jogo: poderia. Poderia ser melhor, poderia chamar mais atenção, poderia ser mais!
A história está ali justamente para ter um motivo do jogo existir. Mas quanto mais você realiza missões, mais os personagens se tornam esquecíveis, assim como os diálogos e qualquer outra cena, na verdade.
Seu personagem até possui cenas onde desenvolve o relacionamento com seus outros colegas Sentinels, mas não rola tanto desenvolvimento nelas.
E só para não dizer que não existe mesmo nada de trama, o jogo te apresenta um problema que o Império enfrenta: a doença Blue Death. Aparentemente incurável, você e os outros Sentinels estão dispostos a procurar uma cura enquanto realizam as missões.
Foco no combate
Por ser no formato de games como serviço, Babylon’s Fall foi criado para durar a longo prazo. Portanto, sua história ainda terá continuação.
Entretanto, seu foco obviamente não é na narrativa.
E, por ser um jogo desenvolvido pela Platinum, conhecida pelo seu excelente combate hack’n’slash, tanto o foco do jogo quanto as expectativas dos jogadores estão todas nele: o combate!
Hack’n’Slash em câmera lenta
De todas as decepções que Babylon’s Fall trouxe, a que mais doeu certamente foi seu combate. Digo isso como alguém que participou do Beta e testou a Demo antes de obter o jogo completo.
De primeiro momento, o movimento do jogo parece lento. Os personagens são pesados e só ganhamos um movimento mais fluído quando estamos correndo.
E no combate é a mesma coisa. O jogo oferece 4 slots diferentes de armas para você escolher: dois deles são para ataques normais e os outros dois são combinados com Gideon Coffin e possibilitam ataques especiais.
Na prática, é possível combinar as 4 armas, o que certamente dá bastante diversidade e fluidez nas batalhas. Você poder escolher armas pesadas ou leves também contribui para uma gameplay mais divertida.
Entretanto, o jogo logo te lembra da sua lentidão, seja no caminhar entre uma onda e outra, seja ao se recuperar de ataques inimigos. Algo que me estranhou muito é a quantidade de tempo que o personagem leva para se levantar do chão após um ataque inimigo pesado.
São esses pequenos detalhes que atrapalham uma experiência que (novamente) poderia ser melhor.
Não é um single player
E as características negativas só ganham mais destaque quando realizamos as missões sozinhos. Essa possibilidade existe, mas não é a melhor opção se você quer experimentar o combate em sua melhor forma.
O próprio jogo também não contribui, afinal tive muita dificuldade em encontrar pessoas para realizar as missões da história comigo.
Se você entra na missão sozinho, certamente vai precisar de muita paciência. Afinal, as ondas de inimigos demoram o dobro do tempo para serem exterminadas. Percebemos que o seu modo single player não foi muito bem balanceado.
Portanto, quando o matchmaker encontra outros três jogadores para a partida, tudo fica melhor. E você quase esquece dos defeitos do jogo. O combate sai melhor, os combos são mais fáceis de ser realizados e até a exploração limitada fica mais divertida.
O que não falta é conteúdo
Enquanto Babylon’s Fall possui diversas características que precisam melhorar, uma coisa não podemos negar: o que não falta é conteúdo no jogo. Por ser no formato de games como serviço, ele te incentiva a logar todo o dia.
O jogo oferece missões, diárias, mensais e por temporada. E elas, por sua vez, oferecem recompensas. Sem falar que a premissa principal do jogo é estar constantemente explorando Ziggurat atrás de tesouros e equipamentos que melhoram o status do seu personagem.
O próprio lobby do jogo também oferece serviços extras, como a forja. Nela, você pode fazer equipamentos mais fortes. Também é possível acessar a sua inbox com os itens cosméticos. Além disso, o jogo também possibilita que você mude a aparência do personagem e também consegue interagir com outras pessoas.
Jogo ou pintura?
A proposta de Babylon’s Fall para o seu estilo de arte é fazer com que o jogador se sinta dentro de uma pintura. Para isso, sua paleta de cores é bem limitada e é possível ver uma certa textura na tela, como se fosse os traços de um pincel.
Entretanto, temos mais uma falha nesse quesito. Em vez de tornar a arte mais interessante e única, isso só reforçou um visual sem graça e desagradável de se ver.
Até mesmo o efeito de pincel fica claro que é apenas um filtro passado por cima da imagem. Portanto, não importa para onde você olhe, os padrões de pintura são sempre os mesmos.
E nem mesmo os mapas de Ziggurat se salvam. Eles foram feitos no formato de corredores, portanto é possível encontrar diversos objetos repetidos.
O único momento em que me senti realmente dentro de uma pintura é quando apontei a câmera além do píer. É no visual da Torre que encontramos algo mais próximo do objetivo original e que fica muito bonito de se admirar.
Nem tudo é decepcionante
Entretanto, se podemos apontar algo positivo em Babylon’s Fall é sua trilha sonora! Logo no menu já percebemos o tom épico das músicas compostas para o jogo.
Durante as batalhas, ela também contribui para deixar o ambiente mais interessante e imersivo, mesmo que os outros fatores não ajudem nisso.
Nas cenas mais emocionantes da história, a música também é o ponto que mais chama a atenção. É o tipo de trilha que faz você parar tudo para ouvir.
Babylon’s Fall
Em conclusão, Babylon’s Fall é uma coleção de características que poderiam ter dado muito certo se tivessem sido aplicadas com mais carinho e preocupação com o resultado final.
Temos muitos conceitos interessantes juntos, mas que não funcionaram do jeito pretendido. Desde seu visual duvidoso, ao seu combate travado e até mesmo o fato de existir micro transações dentro do jogo.
Pelo seu formato, Babylon’s Fall ainda vai brigar para permanecer relevante por mais algum tempo. Então podemos ter a esperança de que melhorias estão por vir.
Mas, por enquanto, o jogo não trouxe nada de novo e ainda precisa amadurecer muito para conquistar seus jogadores.
*Chave cedida para análise
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