Eu sempre quis escrever um artigo sobre essa entrada de uma das maiores franquias da indústria.
Isso dito que dia seria melhor que hoje, apenas um dia após o termino de uma nova jogatina do título para mim.
E agora um pouco menos embriagado pela decepção inicial de alguns pontos que conversaremos, e também menos sobrepujado pela emoção de um novo jogo de minha franquia favorita, venho humildemente recomendar essa obra a todos os fãs de Pokémon que ainda não tiveram a chance.
Vamos agora explorar em detalhes o porque considero uma experiência positiva e imperdível da franquia.
O mundo Pokémon
O primeiro ponto importante a se abordar quando falamos desses títulos, são os gráficos.
Então para tirar o elefante da sala vou começar justamente por eles.
Veja bem, eu não estou aqui para defender os erros, ou “passar pano” para a Nintendo, e sim para fazer dar um novo olhar para o jogo.
Os gráficos são realmente mal polidos, existem quedas de FPS e algumas texturas bem piores do que um jogo desse porte devia ter.
Isso poderia ter pelo menos feito o preço do jogo cair, mas quando falamos da Nintendo atual sabemos que isso é infelizmente, irreal.
Ainda assim, por conta dos gráficos inferiores acho que muita da gente deixou de olhar para a direção de arte desses jogos.
Os designs das cidades, o quão cada rota é diferente da outra, a vastidão dos estádios e construções, tudo é bastante envolvente.
O que eu quero dizer é que embora esse jogo provavelmente tenha sido apressado, ou possivelmente tenha recebido um time/orçamento aquém, ainda existem ótimas ideias aqui.
Cidades
Posso ressaltar como exemplo a clássica cidade de Ballonlea que tem um visual extremamente encantador.
Digo clássica pois ela é lembrada como a cidade mais bela desse jogo pelos fãs com certa frequência.
Ainda assim a cidade que fica no deserto, Stow-On-side também esbanja uma caracterização excelente.
posso citar algumas outras cidades do jogo mas o ponto é a capacidade de criar cidades diversas imersivas e acolhedoras com consistência.
Para os jogadores mais imersivos na franquia como eu, Galar é um lugar bonito e muito coeso em sua proposta, que vale a pena visitar.
E claro, como dito existe barreira da parte técnica dos gráficos, mas como a maioria dos jogadores de Pokémon passou a vida em jogos portáteis, imagino que seja decepcionante, mas não impossível de se adaptar.
Após ultrapassar essa barreira, o jogador encontrará um paraíso maravilhoso a se explorar.
A exploração em Galar
Veja bem, no ano de 2022 foi lançado Pokémon Legends of Arceus, que já é considerado pelos fãs como um dos melhores jogos da franquia.
Os jogos da região de galar foram os primeiros a testar a estrutura adota nesse jogo através das “Wild Areas”.
As Wild areas nada mais são do que áreas amplas aonde diversos Pokémon interagem no Overword.
Com uma grande variedade de níveis e espécies, essas seções tentam simular um tipo de ecossistema.
Com execução bastante simples, as Wild Areas não foram muito bem recebidas em seu lançamento.
Isso dito, para os jogadores de longa data que sempre sonharam com os Pokémon no mundo aberto e para os entusiastas de Legends of Arceus, pode ser interessante o primeiro grande passo para o que aparentemente vai ser a nona geração em sua totalidade.
Isso dito além das Wild Areas que possuem um amplo senso de exploração, Galar também possui um ritmo excelente, com rotas mais curtas e treinadores na medida certa entre um ginásio e outro.
Um outro ponto que torna Galar especial são suas lutas periódicas contra rivais.
As lutas contra rivais sempre foram algo grande em Pokémon pelo seu senso de importância.
Isso é muito bem representado desde o primeiro jogo da franquia aonde a luta final é contra o seu rival.
Isso dito, Galar apresenta três ótimos rivais com lutas interessantes que engradecem a ventura. Falaremos mais deles agora.
Um elenco bastante carismático
Esse deve ser meu ponto favorito das aventuras de Pokémon Sword/Shield.
Todos os personagens são importantes, nenhum deles é descartado e nenhum deles faz apenas o mínimo.
A essa altura já temos uma enorme quantidade de líderes de ginásio na franquia, personagens bem amados pelos fãs.
Seja por lutas marcantes ou por fazer parte do elenco do anime, poucos desses personagens recebem destaque.
Isso não pode ser dito desses títulos uma vez que os líderes de ginásio aparecem diversas vezes, além de garantirem ao jogador mais de uma luta durante a história principal em alguns casos.Além disso, o jogo possui uma persona final após o termino da liga com grande protagonismo de alguns desses personagens.
E felizmente o mesmo pode ser dito sobre os rivais. Esse jogo tem a melhor representação de rivais que eu já vi em um jogo da franquia. Ao contrário do rival ser apenas uma versão sua que fracassa no final, cada um dos rivais tem um arco próprio na história.
Seja sobre você, sobre algo dentro deles ou sobre um objetivo, todos passam por grandes mudanças na história. O que torna mais gratificante ainda quando o arco final do jogo é sobre seu rival principal, ou melhor amigo. Essa aventura deixa de ser apenas a lenda épica de um treinador que chegou ao topo e passar ser a história sobre uma geração talentosa e sonhadora de treinadoras. E em um nível emocional acho que isso é tudo que os jogadores fãs do anime sempre quiseram. Só essas questões já tornam o jogo uma pedida obrigatória para os fãs da franquia, mas não para por ai.
Gimmicks refinadas
Da quinta geração em diante, os jogos passaram por um longo processo de experimentação e mecânicas novas. Elas vão desde de cuidar e interagir com os monstrinhos de forma mais direta, até mudanças na estrutura da fórmula. Mas com certeza as mais notáveis e lembradas pelos fãs são as mecânicas de batalha.
Em Galar, de um jeito ou de outro, todas elas estão refinadas, isso gera alguns pontos negativos, mas também muitos positivos. Por exemplo, embora eu seja grande fã de mega evolução, e Z-Move, as grandes gimmicks anteriores das franquias, não considero que elas foram tão bem implementadas. Os líderes de ginásio não usavam as mega evolução e nem mesmo os elite 4 de Kalos.
Além do fato de que embora fosse muito divertido usar esses artifícios uma primeira vez, se tornava exaustivo usar elas contra qualquer treinador ou monstro.
Nesse sentido, Galar tornou as Dynamax uma mecânica exclusiva das “raids” e dos líderes de ginásio. Isso criou uma sensação de importância e exclusividade para as batalhas que envolvem tal poder.
Além disso, eles levaram as mecânicas de berries para o próximo nível. Ao invés de simplesmente coletar e plantar de maneira repetitiva como em vários dos jogos, aqui você as encontra em árvores. Ao balançar essas arvores o jogador pode coletar quantas quiser, mas caso seja ganancioso sofrera um ataque e perderá as frutas. Tornar a coleta de Berries uma atividade real que envolve perigo ao invés de uma prática maçante é um acerto cheio. Por fim, ao passar tempo com os Pokémon nesse jogo, o jogador pode realizar diversas interações, conversar com os mesmos e ainda cozinhar Currys, uma mecânica bem divertida e realizada nesses jogos.
Não é perfeito, mas nunca foi.
Eu sei que Sword And Shield tem suas falhas, não é o jogo mais difícil da franquia, possui o Exp. Share automático que muitos fãs odeiam, e ainda possui a Dex reduzida o que é imperdoável basicamente. Isso dito diversos outros jogos da franquia possuem falhas ou decisões duvidosas em suas fórmulas.
Seja na curva de dificuldade, mecânicas inconvenientes, uso de HM ou filosofia de level design por assim dizer. Então embora Galar não seja perfeita, garanto que ainda tem bastante a oferecer e vai agradar os fãs de coração aberto. Ainda temos a cereja do bolo que é tratar as batalhas como esporte dando uma nova camada de densidade aos clássicos desafios de ginásio.