Introdução
The Iron Oath é um RPG de turnos no qual os jogadores assumem o papel de mercenários tentando sobreviver em uma região perigosa. O game em um primeiro momento, me lembrou Wartales, título este que já fiz preview para o site. Entretanto, o jogo também apresenta mecânicas de masmorras, similares a Darkest Dungeon. Está combinação logo chamou minha atenção, ao lado da arte do game, que foca em visuais usando pixel art. Pois, está é uma combinação pouco comum, porém, tem tudo para dar certo.
Portanto, será que o jogo consegue entregar uma experiência satisfatória mesmo estando em estado de desenvolvimento? Confira agora em mais um preview do Garota no Controle.
The Iron Oath foi desenvolvido pela Curius Panda Games e lançado em acesso antecipado no dia 19 de abril para PC, via Steam.
Explorando um mundo de fantasia
The Iron Oath é ambientado em um mundo fantasioso chamado Caelum. Após uma catástrofe envolvendo um dragão e uma força mistica, as terras deste local começaram a ser assombradas por forças malignas que gradualmente foram tomando o controle. Logo, as pessoas tentam sobreviver de maneiras desesperadas, algumas de maneira honesta com comércio e outras fazendo trabalhos de mercenário. Portanto, é neste último rumo que os jogadores participarão.
Assim sendo, assumiremos o papel de um grupo de mercenários, que deve realizar trabalhos matando criaturas em várias regiões de Caelum em busca de dinheiro. Com este recurso, poderemos adquirir novos equipamentos, habilidades e até mesmo contratar novos membros para o nosso grupo.

Portanto, ao decorrer da aventura exploraremos masmorras com inimigos e teremos que derrota-los em combates por turnos. Neste aspecto, o título me lembrou games clássicos de masmorras. Logo, o objetivo principal é avançarmos por salas, derrotar os vilões e coletar as recompensas.
Uma narrativa que não apresenta muita profundidade
Uma das promessas na divulgação de The Iron Oath, é que neste mundo de fantasia, as escolhas teriam impacto. Entretanto, este acaba não sendo o caso aqui. Pois, a maioria das informações em relação à história, teremos apenas em alguns curtos diálogos que ocorreram após os confrontos. Embora seja interessante aprendermos mais sobre os personagens que estamos jogando, estas conversas acabam não avançando a narrativa e não aumentam o entendimento em relação aos acontecimentos da campanha.
Claro, estamos falando de um game que ainda está em desenvolvimento. Logo, é esperado que um dos pontos a ser melhorado e aprofundado seja a história do título. Pois, em seu estado atual, a narrativa acaba deixando a desejar.
Outro ponto que poderia ser melhorado também envolve as nossas interações nas cidades. Pois, em The Iron Oath apenas adentramos estes locais para recrutarmos novos mercenários ou comprarmos itens. Logo, poderia ser introduzido nestes ambientes mais NPCs para os protagonistas dialogarem, o que aumentaria a profundidade da história. Mas, mesmo com está falta de interação nas cidades, os locais cumprem o seu papel de fornecer aos jogadores novos itens. Assim sendo, podemos usar o dinheiro adquirido durante as masmorras para comprarmos novos itens.
Uma gameplay por turnos que funciona bem
O grande destaque de The Iron Oath é a sua jogabilidade. O game possui uma visão isométrica que me lembrou bastante Diablo 2. Portanto, na nossa aventura podemos controlar até 4 mercenários e devemos adentrar vários cenários e lutar contra diversos inimigos. Em sua grande maioria, estes confrontos serão contra monstros e feras. Então, em um combate por turnos, podemos fazer o uso de várias habilidades que incluem ataques com espadas, magias de fogo, gelo, eletricidade e até mesmo um arco e flecha para ataques a distância.
Embora pareça algo simples inicialmente, os confrontos em The Iron Oath vão gradualmente se tornando mais desafiadores. Para isso, o jogador precisa usar as habilidades dos personagens sempre em sincronia, para que os ataques tenham dano máximo. Também é possível usar o cenário ao nosso favor durante os confrontos. Portanto, podemos derrubar inimigos em buracos ou até mesmo empurrá-los para armadilhas no local.

Novas habilidades e equipamentos
Mesmo com uma excelente tática, os confrontos também exigirão um pouco de sorte. Logo, os jogadores precisarão fazer o máximo para sempre melhorarem os mercenários. Podemos efetuar isso comprando novos equipamentos nas cidades e distribuindo pontos de habilidade que ganharemos ao completar as masmorras. Entretanto, o game acaba sendo bem limitado neste aspecto. Pois, tanto as skills quanto os itens que adquirimos e equipamos não fornecem muitas vantagens além do básico. Ou seja, mais dano em determinada habilidade ou resistência a um ataque especifico do inimigo.
Outro aspecto que acaba deixando a desejar é que os equipamentos possuem durabilidade. Entretanto, não existe uma maneira de repara-los. Isto faz com que os jogadores tenham que ficar sempre trocando de armas e mesmo que uma determinada build agrade o jogador, logo será preciso criar outra, pois o jogo nos força a isso.
Triha sonora
The Iron Oath não apresenta uma boa variação em sua trilha sonora. Portanto, o jogo apresenta uma trilha mais calma e que já é esperada de uma obra de fantasia, entretanto, nenhuma faixa é memorável. O jogo até tenta agitar um pouco os ânimos com músicas mais agitadas durante os confrontos, porém, a repetição acaba tornando esta tentativa falha. O design sonoro dos golpes e dos inimigos é outro aspecto que também não se destaca. Embora eles sejam competentes e cumpram o seu papel, não temos um sentimento de impacto ou que estamos realizando diferentes categorias de ataques, pois, eles possuem designs sonoros muito semelhantes.
Gráficos e desempenho
Um dos aspectos que mais me chamou a atenção em The Iron Oath foi o seu estilo artístico. Pois, o game apresenta visuais em pixel art, visando tornar a experiência algo fantasioso, porém, em simultâneo, retro. O jogo consegue atingir este objetivo, pois, ao decorrer da campanha visitaremos cidades, masmorras e algumas regiões sombrias do mapa que possuem um visual único e que se destacam pela sua arte obscura e que transmite a presença maligna nestes locais. O jogo também possui uma boa variedade de personagens, cada um deles com um visual único e de destaque. É uma pena que o jogo não se aprofunde em suas histórias, pois, na parte visual foi feito um bom trabalho.

Em relação ao desempenho, minha jornada foi no PC, equipado com uma GTX 1650. O jogo rodou a 60 FPS com os gráficos no máximo e não tive problemas envolvendo travamentos e nem bugs. Entretanto, o jogo fechou inesperadamente algumas vezes durante a campanha. Mas, por estamos falando de um jogo que atualmente está em acesso antecipado, é esperado que a desenvolvedora corrija este problema nas próximas atualizações.
Conclusão
The Iron Oath é um game que apresenta uma excelente jogabilidade e um estilo artístico único. Entretanto, a obra deixa a desejar em todos os outros aspectos. O sistema de progressão não acrescenta muito aos personagens presentes no game, sendo que eles precisam serem urgentemente retrabalhados. Pois, não faz sentido adquirirmos XP e dinheiro para novos equipamentos e habilidades se eles não forem realmente úteis durante as batalhas. Além disso, a durabilidade das armas acaba sendo prejudicial para a experiência, forçando os players a sempre estarem criando builds novas, mesmo que a atual esteja cumprindo a proposta.
A narrativa também precisa melhorar. Pois, temos um grande potencial narrativo neste mundo, entretanto, a campanha não desenvolve a história e nem os personagens. Como foi dito anteriormente, The Iron Oath ainda está em desenvolvimento. A desenvolvedora já confirmou que novos conteúdos devem chegar em breve. Portanto, minha recomendação é que os jogadores esperem estes updates e então avaliem se os aspectos citados foram ou não melhorados no título.
*Chave cedida para análise no PC