Introdução
A Capcom tem mais franquias do que a gente consegue lembrar. Porém, muitas esquecidas e perdidas com o tempo. Ainda bem que existem coletâneas para jogarmos jogos velhos em consoles novos. Depois do sucesso de Street Fighter Anniversary 30th Collection, temos agora Capcom Fighting Collection com outros títulos dos arcades para jogar no conforto do seu lar e enfrentar brigões ao redor do mundo no modo online.
Lançado em 24 de junho de 2022, Capcom Fighting Collection chega arrepiando no PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One e Microsoft Windows.
Arrumando briga
Seguindo a regra das coletâneas, vamos falar de como Capcom Fighting Collection funciona como um todo. Pois, se trata de títulos bem antigos. Além de ter um foco maior para os mais nostálgicos. Mas, podemos adiantar que a empresa japonesa de games pensou em possíveis novos jogadores também.
São 10 títulos disponíveis para matar saudade. São eles:
Pela variedade, já dá para perceber um ponto positivo aqui. Metade dos jogos pertence à franquia Darkstalkers. Ou como os antigos chamavam: “Street Fighter de Terror”. Porém, ao invés de fazer um compilado apenas para esta série, resolveram incluir outros títulos queridinhos dos fãs de fliperama. Destaque para Red Earth que nunca tivera seu lançamento para console antes. Talvez, um dos mais desconhecidos dessa lista. Isso, por fazer parte da pequena lista de jogos da placa CPS3 da Capcom.
Uma coisa que fica complexa definir aqui é se o caso de um port ou emulação. Porque o conjunto possui características de ambos os tipos. Entretanto, o resultado final é um só: Diversão.

Coletando Briga
Capcom Fighting Collection, como dito antes, traz elementos de port e emulação ao mesmo tempo. Então, para evitar definir ou trazer algum ponto equivocado, focaremos em explicar apenas como funciona o conjunto da obra.
Primeiramente, podemos dizer que a ideia era trazer a experiência dos fliperamas o mais fiel possível à casa do jogador. Por isso, todas as versões disponíveis são a dos fliperamas. Porém, há algumas correções. Por exemplo, a jogabilidade extremamente travada, característica de antigamente, parece ter melhorado aqui. Comparei inclusive com uma versão emulada para testar a diferença. Assim, os golpes não são tão difíceis de executar.
Por outro lado, a dificuldade continua a mesma. Principalmente em Hyper Street Fighter 2. Caso seja bom o suficiente para chamar o Akuma no final, espero que seja melhor ainda para derrotá-lo. Apesar de se tratar da reprodução fiel dos arcades, ao menos há a opção de salvar no meio da luta. Ideal para aquele momento em que você precisa parar para continuar depois.
Para os mais exigentes com dublagem, nomenclatura e afins, há tanto versão japonesa e americana para escolher. Afinal, antigamente havia algumas mudanças significativas. Inclusive na dificuldade. Mas isso não altera os Menus do game que estão em PT-BR. Porém, se o jogador quiser mudar, há outras línguas para escolher para os Menus. Entretanto, há jogos que, infelizmente, só tiveram lançamento no Japão. Por isso, possuem uma versão apenas.

Novidades na Briga
Capcom Fighting Collection adicionou coisas que eram impossíveis no fliperama. A primeira delas é o modo Modo treino. Antigamente, se aprendia o jogo jogando. Não havia tutorial. Mal havia os comandos escritos nas máquinas. Quando se queria testar alguma coisa, tinha que esperar a boa vontade da CPU permitir. Sobre esse modo treino, ele ainda conta com a possibilidade de editar comandos específicos para CPU executar e o jogador aprender a lidar com ele.
Já sobre jogabilidade, há um fator positivo que pode atrair novos jogadores. Esse fator se chama botão especial (SP). Pois, com ele, ao invés de fazer os típicos comandos complexos de jogos de luta, basta aperta esse botão mais uma direção que algum golpe determinado para aquela direção será executado. Por exemplo, o famoso Shoryuken, o qual se executa Frente + Baixo + Frente + Soco, só precisa agora fazer Baixo + SP. Assim, você pode chamar aquele amigo que nunca mais jogou jogo de luta para brincar com você mesmo que ele não lembre mais os comandos.
O Museu também é uma boa fonte de nostalgia. Imagens clássicas, Concept Arts, mais imagens inéditas para agradar os olhos dos fãs. E para os mais competitivos, há o modo online para apanhar, digo, lutar na rede. Eu não encontrei muita gente ativa nos meus horários. Mas, nas poucas partidas que joguei, funcionava muito bem.

Visual e Trilha Sonora
Há uma certa dificuldade em se avaliar gráficos e trilha sonora de jogos antigos. Entretanto, algumas produtoras visam melhorar, ou remasterizar, tantos os gráficos como o áudio para que tudo fique fluído em aparelhos novos. Em Capcom Fighting Collection não foi diferente. Apesar de se estar jogando títulos antigos, o jogador não tem essa sensação.
Para ajudar ainda mais, há disponibilidade de alguns filtros para atender o melhor gosto do jogador. Em adição aos filtros, os papéis de parede, ou melhor, as bordas para dar aquela incrementada no visual. Contudo, nada muito significativo. Afinal, ainda é jogo velho. Mas essa é a mágica. Rodar com fluidez mesmo em televisores atuais.

Briga Perdida
Mesmo com suas qualidades, Capcom Fighting Collection falha em coisas básicas. A primeira é falta de um botão de Reset para os jogos. Pois, se quiser reiniciar, o jogador deve sair do jogo e voltar. Também, a pouca opção de filtros pesa negativamente.
Talvez, o mais cruel seja as conquistas. Há desafios ali em que se deve zerar TODOS OS JOGOS COM TODOS OS PERSONAGENS. Sinceramente, não é isso que aumentaria o fator replay do jogo. Há outras formas como desafios de combos por exemplo.

Colecione Vitórias
Capcom Fighting Collection, se tratando de coletânea, faz um excelente trabalho ao trazer títulos queridos, mas esquecidos pela empresa japonesa. Possibilidade de jogar online e encontrar outros ratos de fliperama anima os mais saudosistas. Ainda, não esqueceu de possíveis novos jogadores ao trazer o botão especial (SP) que facilita a execução de golpes complexos. E tudo isso, na sala de sua casa.
Poderia ter incluído mais extras. Porém, a Capcom deve tá mais preocupada com o novo Street Fighter 6 que tem lançamento previsto para o ano que vem. De qualquer forma, chame seu amigo, seu vizinho e tenha brigas saudáveis com clássicos dos jogos de luta.
*Análise realizada com chave cedida