Fuja!
Oxide Room 104 é um jogo indie de terror desenvolvido pelo estúdio Wild Sphere. O estúdio é conhecido também por That Endless Night 1931, Timothy’s Night e Naught. Oxide Room tem data de lançado em 17 de junho para PlayStation 4 e 5, Xbox One e Serie S|X, Switch e PC.
O título chega recheado de referências e características a clássicos do gênero, como Resident Evil. Mas afinal, será que ele conseguiu?
História
Em Oxide Room 104 controlamos Matt, que acorda misteriosamente em uma banheira de hotel. Assim, ele precisa descobrir duas coisas, como ele foi parar neste hotel e, principalmente, como sair de lá. Para nos situar com o que está acontecendo, arquivos de texto espalhados pelo local contam parte da história e da lore do jogo. E são eles que nos ajudam a descobrir qual o caminho para a saída, que está no terceiro andar, a princípio bloqueado.
Para adicionar mais mistério à história, em alguns desses arquivos encontramos mensagens do próprio Matt, como se já tivéssemos tentado escapar outras vezes e tentando nos comunicar com futuras vitimas. Outras mensagens são da personagem Eva. Ela também aparece em forma de espírito, além de nos indicar o caminho em alguns momentos. Além disso, temos o vilão, chamado apenas de Doutor, sendo quem nos capturou e está realizando esses experimentos que tentamos entender nos eventos iniciais do game.

Backtracking ou o leva e traz
O maior destaque de Oxide Room são suas mecânicas e o quão interessantes elas são quando combinadas. A primeira que merece destaque é o backtracking. Talvez você possa estranhar o nome, porém, se você jogou Resident Evil certamente conhecerá e entenderá o que ela é. Ela se baseia no gerenciamento de itens, onde temos inventário com espaços limitados. O sistema se resume em carregá-los da melhor forma para não deixar nada para trás. Voltar em uma área segura para guardar o que será usado num futuro e levar apenas o que será necessário, que também faz parte da estratégia.
Além disso, é essencial deixar alguns espaços para algo importante que vamos encontrar. Aqui nós começamos sem nenhuma roupa, então temos apenas 3 espaços disponíveis. Posteriormente é possível aumentar a quantidade de espaços ao localizar nossas roupas e uma mochila.
O gameplay de Oxide Room consiste em explorar todos os quartos desse hotel até conseguir fugir. Mas não são todos que estão disponíveis e abertos logo de cara. Primeiramente, temos de entrar no primeiro disponível e explorar até encontrar a chave ou o item que nos permitirá ir para o próximo quarto. O mapa indica que ele possui 3 andares, sendo que apenas com 2 deles estão disponíveis.

Combinação de Itens e inimigos
Seguindo a característica de outros títulos de terror, encontrar alguns itens demandam uma maior atenção do jogador a tudo o que está acontecendo no cenário. Outro ponto interessante é que alguns itens podem ser usados para interagir com outros que vamos encontrar e também com o próprio cenário. Seja um vidro que precisamos quebrar ou ligar a luz para revelar parte do quebra-cabeça. Além disso, temos algumas chaves ou gazua, que abrem portas adicionais, que nos ajudará com itens e munição.
Em Oxide Room 104, existem alguns inimigos em lugares e situações específicas durante a gameplay. Dessa forma, para ter chance contra eles, o nosso personagem possui uma arma, que apesar de simples, é bastante eficiente. Parte do gerenciamento também se passa pela munição.
O principal monstro do jogo é um monstro que da cintura para cima é algo como uma planta carnívora. Mas, se andamos abaixados e sem fazer nenhum barulho, conseguimos passar por ela tranquilamente, porém caso chamemos sua atenção, é quase impossível fugir.
Morrer faz parte da história
Geralmente, morrer é sinônimo de algo ruim nos games. Mas, em Oxide Room 104, a morte do personagem não tem um significado tão óbvio assim, pois tem algo a mais. Durante a gameplay, só podemos morrer 3 vezes, e a cada morte somos levados a uma banheira, semelhante à do início do jogo. Lá somos punidos pelo Doutor, onde ele corta uma parte do nosso corpo, da forma mais gore possível. Isso não afeta de nenhuma forma a jogabilidade então acaba sendo algo apenas para chocar.
Durante esse encontro com o Doutor após cada morte, nós temos um diálogo com ele e então ele nos explica que nós fazemos parte de algo maior, um experimento. Entretanto, não é contado nada além disso, aumentando o mistério que nos cerca. O mais interessante dessa conversa é que o vilão diz que nos ajudará, como se tentar fugir do hotel também fosse parte do plano dele.
E a partir daí, o Oxide Room muda bastante. Quando retornamos, todos os itens estão fora de lugar e a forma que temos que resolver os quebra-cabeças para sair ou entrar em cada quarto muda. Uma chave que antes estava escondida, não está mais. Ou uma caixa que precisamos descobrir a combinação já está aberta. Assim temos um jogo praticamente diferente, pois não conseguimos memorizar onde cada coisa está. Além disso, quando retornamos, alguns inimigos aparecem em lugares diferentes do hotel. Isso era algo que não existia antes de morrer a primeira vez e dificultará muito nossa exploração. Precisamos recomeçar tudo do zero caso sejamos derrotados pela terceira e última vez, pois aqui o Doutor nos mata permanentemente.

Menos é mais
Oxide Room é um bom jogo de terror e uma prova que consegue fazer boas experiências com poucos recursos. Além disso, ele consegue desenvolver uma trama mesmo usando ambiente pequeno e fechado. Utilizar um hotel de beira de estrada como cenário combina muito com essa temática, pois tudo é apertado, claustrofóbico e os ambientes muito parecidos.
Enquanto um ambiente menor ajuda na imersão, ele tem alguns problemas, já que a aparência dos quartos deixa a experiência um pouco repetitiva e até simples demais. Aqui a progressão se resume em backtracking, ou o leva e traz de itens. Quando bem feito, essa mecânica de gameplay é muito interessante e na maioria do tempo funciona em Oxide Room. Contudo, é basicamente isso do começo ao fim, com alguns inimigos em momentos específicos. Assim ficando tudo muito óbvio e previsível. Mas mesmo com os pequenos deslizes o estúdio Wild Sphere acerta ao trazer uma experiência contida, mas bem aterrorizante.
*Chave cedida para análise