Tasomachi: Behind The Twilight é um jogo de exploração e puzzles em plataforma 3D com clima relaxante e paisagens bonitas.
Desenvolvido pela Orbital Express e distribuído pela PLAYISM, ele foi lançado em 28 de abril de 2022 para Playstation 4, Nintendo Switch, XONE e PC.
Tudo começa com um balão com defeito
Sabe aquele tipo de jogo que prefere focar mais em mecânica do que em história? Tasomachi: Behind The Twilight poderia ser assim.
Infelizmente, ele não é um jogo com uma história importante e também não possui tantas mecânicas que te fazem esquecer da simplicidade daquele mundo.
A protagonista é Yukumo, uma garota que possui um tipo de balão motorizado. Nós começamos em um belo passeio entre as montanhas de um mundo inspirado na China.
Logo de cara, o jogo já te ensina como navegar com o balão, mas vai ser um pouco inútil. Já que, no momento seguinte, ele quebra sem explicação!
Ainda bem que foi próximo a uma cidade! Mesmo que inabitada por humanos, um gatinho muito simpático vai te ajudar.
Ele explica que, para consertar o seu balão, será preciso coletar essências espalhadas pelas cidades daquela região. E enquanto você faz isso, também pode ajudar o local.
Afinal, as cidades só estão vazias porque uma misteriosa névoa tomou conta do lugar. Restaram apenas os gatinhos antropomórficos que serviam como uma espécie de servos para as pessoas.
Portanto, além de consertar seu balão, Yukumo também deve ajudar na purificação dessa névoa misteriosa.

Muitos mistérios, pouca explicação
Já analisei diversos jogos onde a história é simples. E muitas vezes, isso é até um ponto forte dependendo do game.
Infelizmente, Tasomachi não consegue se sustentar com essa característica. Além dos diálogos da história principal não sustentarem todo o plano de fundo daquele lugar que exploramos, nem o material extra consegue fazer isso.
Os diálogos com os gatinhos de cada mapa são sempre bem curtos e diretos: apenas direções e alguns comentários sobre o nosso progresso no jogo.
Espalhados pelo mapa, estão algumas anotações. Embora expandam um pouco as explicações sobre os lugares, não é o suficiente, e muito menos satisfatório.
Por exemplo, em nenhum momento temos a explicação de quem é Yukumo. Nem mesmo a narração do jogo oferece alguma dica daquele mundo.
Ele está ali, o mundo existe. Você tem um objetivo e é só isso que o jogo vai te oferecer. Assim mesmo, sem profundidade alguma.
O que é uma pena. O jogo tem potencial suficiente para ser intrigante e interessante, mas fica raso até o final.
Exploração quase infinita
Já que Tasomachi deixa muito a desejar na sua história e plano de fundo, pelo menos dá ao jogador um certo grau de satisfação com sua gameplay e exploração.
Como dito antes, seu objetivo no jogo é coletar essências espalhadas pelas cidades para consertar seu balão.
Elas estão escondidas pelo mapa, seja no meio de um arbusto, seja flutuando em cima de uma casa. E no meio tempo, Yukumo também deve libertar as cidades da névoa misteriosa.
Para isso, podemos explorar uma espécie de dungeon. Lá dentro fica a árvore sagrada responsável por purificar o mapa. Porém, para alcançá-la, você deve passar por provações e puzzles.
Porém, antes das dungeons, Tasomachi oferece três mapas gigantes para serem explorados! Como você deve procurar pelas essências, é inevitável a exploração.
E é com suas belas paisagens e iluminação que o jogo te conquista. Mesmo que sua aparência não seja a mais realista, sua direção de arte trabalha muito bem com o que tem. E o resultado deixa a exploração muito mais satisfatória.

Puzzles e repetições
Após explorar e coletar todas as essências que conseguir nas cidades, é hora de explorar as dungeons!
Com duas por mapa, todas possuem quatro salas com puzzles que variam entre plataforma, padrão e até teleportes.
A única coisa frustrante de tudo isso é que todos os desafios parecem simples demais. Acredito que o objetivo do jogo realmente não era apresentar algo difícil, porém ainda dá uma certa decepção passar um desafio sem desafios.
Embora a progressão de Tasomachi seja bem desenhada, com Yukumo ganhando habilidades conforme completa mais dungeons, podemos sentir que os verdadeiros desafios ficam para a segunda metade do jogo.
Após completar todas as dungeons e adquirir todas as habilidades disponíveis, o jogo te fala que agora você precisa coletar 150 essências para livrar as cidades de vez da névoa!
Por isso, você deve revisitar todas as cidades para coletar todas as essências que deixou passar. Incluindo dentro das dungeons.
E é nessa segunda visita que finalmente sentimos um certo grau de desafio vindo de Tasomachi. Dessa vez, cada sala de puzzle possui um desafio a mais que irá te recompensar com mais uma essência.
Por isso, fica óbvio a diferença de nível de desafio. Tive que pensar muito mais na resolução desses “extras” do que nos puzzles normais.
Embora essa parte tenha sido muito mais divertida, Tasomachi ainda te obriga a resolver parcialmente os puzzles originais, o que tira um pouco a diversão com essa repetição.
Sidequests? Temos
Para deixar a exploração um pouquinho mais dinâmica, Tasomachi oferece sidequests em cada mapa que visitamos. Embora os tipos de desafios sejam os mesmos, a resolução varia de acordo com o terreno de cada mapa.
Certamente foi uma das partes mais divertidas da exploração. Além de poder curtir as paisagens, eu tinha um objetivo que não era só ficar correndo por aí procurando essências escondidas no mato.
Uma sidequest pedia para eu juntar pedaços de uma essência. Outra pede para estourar os balões espalhados pela cidade. E tem até sidequest de limpar o lixo das ruas!
Além disso, não era nem necessário falar com os gatinhos para ativá-la! Se você encontrasse os itens por aí, já podia interagir.
Certamente deixou a exploração muito mais divertida.
Entretanto, se por um lado a exploração é divertida, por outro ela fica confusa, já que Tasomachi não possui um mapa com localização para te ajudar. Portanto, devemos decorar o caminho para qualquer lugar. E se você não marcar a localização certinha, vai ficar vários minutos procurando o local certo de novo.

Paisagens de tirar o fôlego
Eu quero que você entenda que Tasomachi não é um triple A. Por isso, ele não tem a obrigação de ser bonito de um jeito realista.
Embora algumas texturas pareçam bem estranhas, isso não impede o jogo de parecer uma bela obra de arte! Principalmente quando o tempo começa a passar e é possível ver o sol nascendo e se pondo.
Qualquer lugar que você olha é digno de wallpaper de área de trabalho. E tudo fica mais divertido com o modo foto de Tasomachi, que te deixa explorar livremente as paisagens!
Eventualmente, o jogo fica ainda mais bonito depois que limpamos a névoa das cidades.

Trilha Sonora relaxante
Para combinar com suas belas paisagens, a trilha sonora de Tasomachi certamente é sua característica mais marcante.
Com sons relaxantes e tranquilos, a exploração fica muito mais prazerosa. Porém, ele sabe bem equilibrar o som com a atmosfera de cada ambiente.
Dentro das dungeons, a música é mais animada. Isso muda o tom do jogo para os desafios que te esperam lá dentro.
Como passei muito tempo parada só apreciando o passar do dia nas paisagens, também ouvi bastante da trilha sonora. Ela casa certinho com o clima do jogo.
Tasomachi: Behind The Twilight
Em conclusão, eu não vou negar, me diverti muito jogando Tasomachi. Afinal, seu clima tranquilo, belas paisagens, a trilha sonora e os puzzles me ofereceram muita diversão.
Infelizmente, a falta de história e gameplay simples demais acabam tirando o brilho que ele tentou oferecer.
Portanto, Taosmachi é um jogo que seria muito mais valorizado se tivesse saído há uns 10 anos. Hoje, embora ele ainda possua seu valor, não é o suficiente para convencer quem o estiver jogando.
*Chave cedida para análise
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