Introdução
SEGA possui diversas franquias excelentes que ficaram para trás no tempo. Porém, toda geração a empresa lança uma coletânea com títulos variados. Ás vezes, aparece os Wonder Boy de Mega Drive. Porém, sempre faltam os de arcade que são ótimos jogos também. Além de não tão conhecidos no Brasil. Mas isso acaba agora. Pois Wonder Boy Collection chega para mostrar os jogos dessa franquia pouco conhecida em nossa terra.
Wonder Boy Collection chega a Playstation e Nintendo Switch em 03/06/2022. Trazido pela ININ GAMES e Ratalaika Games.
A coletânea Wonder Boy
Ao longo das décadas de 1980 e 1990, as aventuras de Wonder Boy trouxeram uma mistura de plataforma e RPG. Isso já nos arcades. Desde o seu primeiro lançamento, a série Wonder viu muitas sequências e remakes do jogo original. No entanto, os jogos da série tiveram um lançamento muito limitado no Ocidente.
Para celebrar o legado desta icônica série de jogos, a ININ Games criou essa coleção com títulos essenciais da série Wonder Boy, portados com precisão para os consoles domésticos de hoje e incluindo recursos novos.
Com a Wonder Boy Collection (Nintendo Switch/PS4), os fãs de Wonder Boy recebem um total de quatro jogos de uma das séries mais influentes do passado. Incluindo dois dos arcades e dois de consoles.
Fonte: ININ GAMES
O título tem aquele kit básico de coletâneas de hoje em dia. A escolha de filtros para simular TV de tubo. As ferramentas de salvar a qualquer momento durante o jogo. Também o recurso de retroceder e avançar no tempo. Apesar disso, as opções são bem limitadas. Ainda bem que os jogos conseguem prender o jogador para que ele sempre queira continuar.
Wonder Boy (1986)
O primeiro e mais simples do conjunto. Mas não quer dizer que seja pouco divertido. Muito pelo contrário, graças a seu gameplay dinâmico, fez sucesso e conseguiu emplacar sequências. Diferentemente do que consagrou a série, Wonder Boy original é muito mais dinâmico e requer bastante destreza.
Possui uma estranha configuração de botões: um para ataque, um para pulo, um para pulo mais alto. Nesta aventura, Tom-Tom, o Garoto Maravilha da vez, deve resgatar sua namorada Tanya das garras do monstro que a sequestrou. Para fazer isso, ele deve navegar por uma série de mundos em uma corrida contra o tempo para alcançar seu objetivo. Ao longo do caminho, você lutará contra inimigos e coletará frutas que aumentarão a quantidade de tempo que você terá para completar sua missão.
Esse fator tempo é o mais desesperador dessa aventura. Enquanto o jogador percorre as fases, ele deve coletar itens representados por diversos alimentos. Esses alimentos servem para encher sua barra de vida. A mesma barra que se mistura com a de tempo. Ou seja, não há tempo para ficar parado. Ao mesmo tempo que há inimigos que podem te matar com um toque. Assim, se tornando um típico jogo arcade papador de fichas.
Uma curiosidade é que ele parece ser bem longo para um jogo de fliperama. Apesar de que as fases são bem parecidas. A cada ciclo (quando se derrota um chefe) Tom-Tom tem que continuar sua jornada. Porém, ele praticamente repete as mesmas fases com mais desafios. Mas não se deixe enganar, os desafios são cruéis.

Wonder Boy in Monster Land (1987)
Mais um para arcades. Porém, com uma jogabilidade menos frenética. Mas, com o estilo que consagrou a série. Contudo, o fator tempo permanece. Ao contrário do anterior, tempo e vida estão separados. Assim, é possível recarregar (e se preocupar com) os dois separadamente.
Anos após as aventuras de Wonder Boy, a paz em Wonder Land foi destruída mais uma vez pela invasão de um dragão com seus monstros malignos transformando Wonder Land em Monster Land. Agora Book é o herói e deve lutar contra os monstros, derrotar o dragão e restaurar a paz para a terra e seu povo novamente.
Nessa nova jornada, o jogador pode coletar equipamentos e feitiços mágicos para ajudá-lo em suas batalhas. Além do fator tempo, agora tem o fator dinheiro para adquirir melhorias. Houve uma melhora considerável em relação ao anterior. Pois acrescentaram novos elementos para deixar a aventura mais interessante. Também, em questão gráfica, os sprites ficaram mais bonitos.
Esse jogo teve sua versão para Master System. Coincidentemente, foi essa versão que virou Mônica no Castelo do Dragão.

Wonder Boy in Monster World (1991)
Este título tem sua origem no Mega Drive. Agora, o heróis da vez é Shion. Sua missão é derrotar o malvado BioMeka e seu exército de monstros que estão ameaçando a terra. No entanto, Shion não está sozinho. Possui quatro espíritos companheiros: Priscilla, Hotta, Shabo e Lotta. Novas oportunidades de explorar as diferentes regiões de Monster Land. Shion ainda deve coletar dinheiro, armas, armaduras e feitiços mágicos para ficar mais forte e derrotar o mal.
Um jogo consolisado. Ou seja, sem a necessidade de arrancar fichas. Mas com o intuito de manter o jogador na tela. Com o console da vez da SEGA, gráficos bem bonitos para época.

Monster World IV (1994)
Pela primeira vez fora do Japão, o capítulo final série Monster World. Agora, a protagonista é uma garota de cabelos verdes chamada Asha. Ao ouvir os espíritos, ela deixa sua vila e parte em sua aventura no Monster World. Em sua jornada, ela encontra um pequeno monstro azul chamado Pepe e um gênio mágico. Juntos, eles devem lutar pela Monster Land para derrotar o mal e salvar os problemáticos Espíritos Elementais.
O sistema de exploração é mesmo desde Wonder Boy in the Wonder Land. Apesar de que o sistema de exploração também teve sua melhoria. Pois, há itens para comprar e itens que apenas podem ser encontrados durante as fases. Porém, caso não pegue o item da fase, não há como voltar e pegar. Assim, aumentando a dificuldade e o fator exploração. A jogabilidade ficou mais suave além de um mundo novo para exploração.
Uma opinião pessoal: foi o que achei mais divertido dessa coletânea. Os quatro jogos são bons. Não há dúvida. Mas este título mostrou se o ápice da série. O que significa que o jogo só se aprimora de um título para o outro.

Visual e Som
Wonder Boy Collection traz jogos antigos adaptados para os atuais televisores. Deixar claro que, por ser uma reunião de jogos antigos, e não remakes, os gráficos base são os originais. Porém, com preenchimento de frames para rodar a 60 FPS sem haver falhas no visual. Assim, a jogabilidade não fica comprometida.
Já o caso do áudio, também teve sua atualização. Mas nada muito inovador. As músicas foram remasterizadas e estão confortáveis para ouvir em equipamentos modernos. Assim, as músicas combinam muito bem com o jogo e a dinâmica dele. Mesmo que você tenha que escutar um barulho parecido com uma sirene quando o personagem está com vida baixa em Wonder Boy in the Monster Land.
Não tem Mônica no Castelo do Dragão
Mônica no Castelo do Dragão foi um port para Master System de Wonder Boy in Monster World feito pela Tec Toy. É o mesmo jogo com sprites da turma do Limoeiro. Fez falta? Fez sim. Talvez, não tanto quanto outros títulos que não apareceram e que poderiam (e deveriam) aparecer. Faltaram ao menos dois títulos. Talvez, a explicação seja por serem títulos lançados para Master System. Mas, de qualquer forma, fazem falta.
Mais opções e desafios fazem falta nessa reunião de Wonder Boy. Outras coletâneas, como as do Megaman, possuem diversos extras para que o jogador vá além do jogo base. O que infelizmente, não vimos aqui. Isso não diminui a qualidade dos títulos. Porém, poderia haver esses extras.

Se maravilhe com a coletânea
Wonder Boy Collection traz a oportunidade para conhecer uma série que tem uma boa fama em terras nipônicas. Mesmo que tenha poucos extras, o conteúdo é bem extenso e o jogador terá horas de diversão garantidas. Além de trazer uma nova plataforma para os speedrunners para continuarem a quebrar seus recordes. Altamente recomendado para amantes de plataforma e exploração.
*Análise feita em Playstation 4 FAT com chave cedida.