The Last Kids on Earth and the Staff of Doom é um RPG de ação de mundo semi-aberto. O jogo é uma adaptação da série infanto-juvenil de sucesso do Netflix, que por sua vez adapta um livro também de sucesso.
Como o nome sugere “As últimas crianças da Terra”, as adaptações se tratam de um mundo pós apocalíptico e, neste caso, cheio de monstros e mistérios.
O jogo segue o mesmo principio mais “soft” da série e, por consequência, não é assustadora ou violenta, permitindo que qualquer um possa explorar o mundo de The Last Kids on Earth em uma história inédita.
Desenvolvido pela Stage Clear Studios e publicado pela Outright Games, o jogo foi lançado em 4 de Junho de 2021 e está disponível para PlayStation 4/5, Nintendo Switch, PC, Xbox One, Series S|X, além disso faz parte do catálogo atual do Gamepass.
História
The Last Kids on Earth traz um enredo simples mas eficiente, que consegue agradar todas as idades. Os protagonistas são os já conhecidos dos livros e da série: Jack, June, Quint e Dirk. Antes do apocalipse monstruoso eles eram adolescentes típicos da cidade de Wakefield. A cidade esta dividida em quatro distritos que vão sendo cada vez mais exploráveis conforme avançamos na história.
Nosso objetivo final é bem direto: Impedir a Rainha maligna Malondre de tomar posse e usar o poderoso Cajado da Perdição e invocar Rezzoch o Ancião, Destruidor de Mundos. Nesse processo você enfrentará dezenas de inimigos, zumbis e monstros com ajuda de seus amigos, uns humanos outros não.
O enredo é contado através de texto com tiras animadas, semelhante a quadrinhos e narrado por Jack. A história é repleta de humor e piadocas, algumas mais engraçadas, outras nem tanto, mas com ação e monstros, muitos deles.
The Last Kids on Earth and the Staff of Doom faz um trabalho maravilhoso em manter sua história leve, divertida e simples de entender, enquanto consegue permanecer agradável para jogadores mais velhos com um charme simplista.
O Jogo
The Last Kids on Earth pode ser enfrentado sozinho ou com até três amigos via co-op local ou online. Cada um dos quatro personagens, os já conhecidos Jack, Quint, June e Dirk têm armas e habilidades únicas para sobreviver ao apocalipse e deter Malondre.
Jack, por exemplo, empunha seu fiel taco de beisebol e Dirk vai para a cidade com um taco de hóquei. Enquanto isso, Quint e June usam armas de longo alcance. A de June atira mais rápido, mas a de Quint é mais poderosa. Com eles e a ajuda de aliados, será necessário procurar por peças para completar o Staff of Doom, a única arma capaz impedir Malondre.
O game é em terceira pessoa, numa visão de cima, quase isométrica, com elementos de RPG e repleto de ação, além de um modo de horda de defesa de base. Cada personagem tem um ataque leve e um ataque pesado. O segundo utiliza de uma barra de energia.
Além disso, uma rolagem para se esquivar, no estilo Dark Souls, também consome energia, mas ela se regenera rapidamente. Cada um tem ainda granadas exclusivas, que são bem úteis e que podem ser repostas ao derrotar inimigos.
Cada um dos quatro personagens também tem a capacidade de convocar um aliado monstro único para a batalha. Sua participação é breve, mas os danos que eles causam são significativos.
De uma maneira geral o combate de The Last Kids on Earth and the Staff of Doom é divertido. Simples e dinâmico o suficiente para poder lidar com as hordas de inimigos com facilidade. Além disso, as batalhas contra chefes são diferenciadas e trazem um novo gás para certos momentos do gameplay.
Jogue da Sua maneira
The Last Kids on Earth and the Staff of Doom é extremamente flexível com a troca de personagens. Permitindo que o jogador troque ao simplesmente interagir com cabines telefônicas espalhadas pelos cenários. A mudança é instantânea e o jogador pode fazê-lo quantas vezes quiser. Mas essa flexibilidade não para por ai.
Trocar de armas ou armaduras também é fácil e instantâneo, basta um botão no controle para entrar no seu arsenal e trocar seus itens de maneira imediata.
Existem dezenas de projetos escondidos em baús ou através de recompensas ao progredir da história. Com eles é possível criar novas armas únicas para cada personagem, bem como conjuntos de armaduras e torres compartilhadas para a base.
O Big Mama
The Last Kids on Earth and the Staff of Doom não tem um mapa muito grande, mas mesmo assim pode ser enjoativo andar para um lado e para o outro durante as missões. Entretanto, isso não vai ser problema graças ao Big Mama.

Para viajar por Wakefield, as crianças têm um caminhão anti-zumbi pós-apocalíptico, o Big Mama. Ele é equipado com torretas, que podem ser usadas por outros jogadores de modo cooperativo, enquanto outro dirige. Contudo, ao jogar sozinho, só é possível dirigir, mas se quiser pode atropelar zumbis pelo caminho sem nenhuma dó.
O carro também também pode ser atualizado, aumentando sua durabilidade e dano. Além disso, ele também pode ser convocado através pequenos estandes ao redor da cidade. Dessa maneira, fica fácil escolher entre andar ou dirigir até as missões, ou durante elas.
Upando
Tudo o que pode ser atualizado em The Last Kids on Earth como armas e armaduras, só podem ser upados até certo ponto, com os níveis de atualização restantes bloqueados pelo nível de atualização da Treehouse.
A Treehouse é a base das crianças, localizada na praça da cidade, sendo a área central do jogo e onde você encontra suas missões e pode comprar certos perks. Atualizar a base para o nível 2 abre níveis de atualização adicionais para cada um dos outros itens personalizáveis e o nível 3 é o máximo.
Para criar projetos e melhorias, é necessário sucata. Esta é adquirida quando você derrota inimigos, destrói objetos do ambiente, abre baús e, por fim, como recompensa por completar missões principais e secundárias.

Aspectos Técnicos
The Last Kids on Earth and the Staff of Doom tem um design de arte cartunesco e divertido. Piadas, pegadinhas para crianças, zumbis e tudo muito colorido. Tudo remete diretamente a série adaptada, de maneira muito fiel.
Claro que não é possível comparar seu visual ao de jogos como Ori, Hades, Death’s Door e outros. Contudo, apesar de limitado, o visual é agradável.
A música é divertida, dramática e leve, flutuando apropriadamente para se adequar ao momento do gameplay. É uma bela melodia orquestral com trompetes. Há uma sensação constante de aventura, que traz o desejo de seguir em frente como num filme de herói. Não há muitas faixas, mas as que estão presentes são boas.
Um dos principais pecados do jogo é a falta da localização para o português. O jogo é divertido, mas para as crianças, por exemplo, deixam de ser divertir com os diálogos, tornando a experiência incompleta. Nem mesmo legendas estão presentes em pr-br.
Outro ponto interessante do jogo é a quantidade diferente de inimigos. Zumbis comedores de cérebro “comuns”, esportivos que correm em sua direção, zumbis tanques pesados difíceis de matar e que dão bastante dano, outros cospem projéteis em você entre outros.
Os Monstros também tem uma variedade razoável, mas não são tão frequentes quanto os mortos-vivos. São vermes que se esgueiram até você, criaturas como insetos, lagartos que cospem venenos e mais. Além disso, os chefões são um destaque, grandes, fortes, estilosos e cheios de HP.
Conclusão
The Last Kids on Earth and the Staff of Doom é uma adaptação fiel de videogame da série animada, que serve como uma introdução familiar ao mundo dos zumbis para jovens jogadores.
Jogar em cooperativo com alguém é extremamente prazeroso. Além do mais, o game consegue agradar desde crianças até um público maduro, com um bom equilíbrio entre dificuldade e diversão. São poucos os deslizes do jogo, mas que dentro de sua proposta, acerta muito sendo um título muito recomendado para toda a família.