Introdução
Sunbreak, a tão aguardada expansão de Monster Hunter Rise, expande o jogo base com vários novos monstros e roupas, dois novos mapas, e um nível de dificuldade além do jogo base. Apesar disso, retira um dos modos de jogo que diferenciavam o título do resto da franquia, e não apresenta nada novo no lugar, ficando apenas no básico.
Monster Hunter Rise: Sunbreak foi lançado no dia 30 de junho para PC e Nintendo Switch.
Elgado, e os três Lordes
A história de Sunbreak começa logo depois da batalha final contra os dragões anciões Ibushi e Narwa no vilarejo de Kamura. Enquanto todos comemoram o fim de uma ameaça, chegam relatos de monstros perigosos invadindo o território do reino. Como protetor de Kamura, somos convocados a acompanhar a expedição que está pesquisando o mistério por trás desse comportamento estranhos nos monstros.
Para isso, viajamos até base de Elgado. De lá, partiremos para caçar os três Lordes, responsáveis por enfurecer os monstros. São eles Garangolm, Lunagaron e Malzeno! Estes monstros são incríveis, e ótimas adições ao repertório da franquia. Garangolm tem um design incomum, sendo um grande Gorila com escamas de pedra e muito ágil. Lunagaron tem um comportamento parecido com um Tobi-Kadachi, sendo um logo de gelo. Porém, ao enfurecer, ele se torna um lobisomem, ganhando garras de gelo e andando em duas pernas. Já a estrela do show é o dragão ancião Malzeno. Seu design é extremamente cool, com os desenvolvedores se inspirado em uma temática vampiresca. Portanto, ele é quase um Drácula dos dragões, carregando uma ameaça aristocrática para as batalhas.

O grande apelo de uma expansão para Monster Hunter são os monstros e as novas roupas que os acompanham. Neste ponto, Sunbreak não decepciona nem um pouco. Além dos três Lordes já citados, temos mais uma dezena de monstros novos, e ainda atualizações nos monstros do jogo base. Com a chegada do Ranking mestre, até mesmo os monstros mais básicos dão trabalho dobrado.
Parte disso, vem do fato de que até o equipamento mais fraco do Ranking Mestre tem status melhores do que as mais poderosas armaduras do Ranking elevado. Portanto, até para os veteranos que jogaram tudo o que tinha no jogo base, pode voltar a experimentar a empolgação de craftar itens novos.
Caçar em equipe é mais legal
Como já esperado, a história não é muito aprofundada, o que não é um grande problema para a série. Monster Hunter já é conhecido por ter um ótimo Gameplay, enquanto a história serve apenas como um pano de fundo para justificar suas caçadas. No entanto, Sunbreak acrescenta alguns elementos interessantes em relação ao jogo base, na forma de seguidores de caçada.
Há um tipo novo de missão, onde você é acompanhado pelos NPCs das duas bases, Kamura e Elgado. Além de conversar com eles entre missões, agora eles podem te acompanhar para derrubar os grandes Monstros.

Apesar de serem NPCs, estes ajudantes são realmente úteis em batalha. Eu estava esperando apenas que eles me acompanhassem, batendo no monstro de vez em quando, numa versão mais limitada do Amigato ou Amicão. Qual não foi minha surpresa quando, no calor da batalha, o personagem solta um “peraí, já volto”, só para retornar montado em um monstro e ajudando a virar o rumo do embate. Além disso, eles também ajudam usando itens como bomba de luz e construindo armadilhas.
Algumas missões te deixam levar até dois companheiros, o que liberam ainda mais interações curiosas. Especialmente, na forma de diálogos, onde ambos personagens ficam debatendo qual a melhor forma de caçar o monstro, e até trocando insultos amigáveis entre si (na maior parte das vezes). Mesmo que você esteja jogando no modo Single Player, a companhia destes NPCs torna as caçadas um tanto menos solitárias.
Sinto algo faltando…
Um pacote de expansão é a oportunidade dos desenvolvedores recolherem feedback dos jogadores e trabalhar em melhorar o jogo base. Geralmente, isso vem na forma de revisões daquilo que não estava funcionando muito bem, e aprofundar naquela parte que o pessoal gostou mesmo.
Dessa forma, Sunbreak aprofunda ainda mais o combate e a caçada em si. Agora, seu personagem carrega dois conjuntos de habilidades diferentes, que podem ser trocados a qualquer momento no meio do combate. Dessa forma, há uma nova camada estratégica na construção do seu personagem, que vai além do equipamento e bônus que eles trazem.
Até mesmo o restaurante de Dangos foi reformulado, adicionando um espetinho especial, que altera o “poder” dos Dangos, dependendo da ordem que são consumidos.
No entanto, uma área que foi mal recebida pelos jogadores foi o modo de jogo Frenesi. Este era uma espécie de Tower Defense, onde construíamos balistas e canhões para defender o vilarejo de Kamura. Apesar de eu ter gostado como uma mudança de ritmo das caçadas normais, não agradou muito à maioria.
Não apenas este modo de jogo não teve mudanças, mas também foi completamente ignorado na expansão, que trouxe zero missões novas. Assim, ao invés de reformular este modo e melhorá-lo, a Capcom decidiu apenas fingir que nunca existiu. Uma pena.
Novidades, impressionantes, e outras nem tanto
Apesar das novidades, a expansão Sunbreak não pareceu expandir tanto assim. Especialmente nas primeiras horas, onde as missões de caça envolvem apenas os monstros antigos, e não usam os cenários novos. Falando neles, há duas áreas novas, a Selva e o Forte.
Tenho pouco a dizer sobre a região da Selva. Ela é parecida demais com a região do templo, a primeira que visitamos no jogo base. Ela é uma região bem aberta, mas também a menor de todos os mapas no jogo. No entanto, sua melhor característica está na facilidade de coletar Espiripássaros, sendo que temos acesso a vários deles com uma simples viajem de grande Cabinssento. Fora isso, ela não tem nada digno de nota.

Já a região do Forte é o mapa mais interessante de todos, sendo enorme e variada. Em uma mesma caçada, lutamos com o monstro no meio da floresta, passamos por um pântano que pode prendê-los, só para persegui-lo para dentro de um castelo em ruínas, e terminar tudo no topo de uma montanha com neve. Além disso, ela é cheia de cavernas e lugares escondidos para explorar e encontrar materiais.
No entanto, mesmo adorando caçar esses monstros novos, e estripá-los para fazer roupinhas legais, Sunbreak pareceu muito pouco. Sim, caçar monstros é o coração da franquia, mas ela sempre tentou trazer algo a mais. Então, Sunbreak no apresenta apenas o arroz e feijão já esperado de uma expansão, mas não surpreende. Pior, ainda tira a mecânica que diferenciou o Rise do resto dos jogos da franquia, e não colocou nada de novo no lugar.
Uma esperança para o futuro
Apesar dos pesares, há uma luz no fim do túnel, na forma de um Roadmap publicado pela Capcom, que você pode acessar clicando aqui. Nele, a Capcom promete muitas novidades nos meses que estão por vir, com suporte prevista para pelo menos até 2023. A primeira atualização sai em breve, já em agosto, trazendo variações de Bazelgeuse e Nargacuga.
Nisso, já temos confirmados muitos monstros novos, e pelo menos um novo mapa. Com isso, podemos esperar que Monster Hunter Rise irá sobreviver por muito tempo, pelo menos até a Capcom anunciar o próximo título. Assim, fica o desejo que estes novos monstros nos surpreendam, e quem sabe até trazer mecânicas novas, ou uma reformulação do Frenesi.

Conclusão
Apesar de trazer novidades, Monster Hunter Rise: Sunbreak também deixa uma sensação de ser menor que o jogo base. Pois a Capcom ignorou o modo Frenesi do jogo base, sobrando apenas o “feijão com arroz” da franquia: matar monstros para fazer roupas legais. Por mais que este seja um Feijão Com Arroz delicioso, ainda assim é importante ter um tempero a mais, para variar. Por mais que os fãs não tenham gostado do modo de jogo do Frenesi, pelo menos foi uma tentativa de fazer algo além do já esperado.
Já as duas áreas novas me trouxeram sentimentos opostos. De um lado, a região da Selva não tem nada de muito interessante, sendo só um lugar aberto para correr atrás dos monstros. Do outro, o Forte é o melhor mapa desse jogo, com uma enorme variação de biomas, e cheio de caminhos secretos.
Além disso tudo, a Capcom já prometeu muitas atualizações para este ano e para o próximo. Assim, Sunbreak pode ainda surpreender com o tempo.
Em resumo, Sunbreak traz monstros novos muito legais para caçar, e é uma ótima novidade para quem gostou do jogo base, provando novamente o poder desta fórmula. Porém, poderia ter trazido alguma novidade, ao invés de remover uma.
Se você é fã da série, não irá se decepcionar, já que o básico que ele traz já é ótimo.
*Chave cedida para análise