Introdução
REDO! é um metroidvania ambientado em um mundo distópico. Está temática não é nova no mundo dos games, sendo que já vimos várias histórias com este tema. Logo, temos ambientações futuristas, apocalípticas e até mesmo cyberpunks, que mostram um futuro obscuro que pode ou não acontecer na nossa realidade.
Em REDO!, assumimos o papel da última humana na Terra. Após um acontecimento marcante, bio-máquinas dominaram a humanidade, exterminando a todos, exceto uma pesso. Após uma breve introdução à protagonista, recebemos um sinal que supostamente é de outro ser humano. Portanto, nosso objetivo principal é explorar uma cidade distópica em busca deste sobrevivente. Com isto em mente, será que REDO! consegue entregar uma jornada marcante? Confira agora em mais uma análise do Garota no Controle.
O título foi desenvolvido por Robson Paiva e lançado no dia 22 de junho para Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4 e PlayStation 5. O game também está disponível no PC, via Steam.
Acordando em um mundo solitário
Acordar em um mundo sem humanos é um pensamento aterrorizante. Apenas em imaginar algo deste tipo, uma sensação de desconforto e medo pode tomar conta de todos nós. Pois, relações humanas são um aspecto essencial do nosso dia a dia e de nossas vidas. Temos amigos, familiares e pessoas que amamos.
REDO! traz uma visão clara do quão trágico seria estar nesta situação. O game se inicia com a protagonista, uma mulher de cabelos vermelhos, acordando em um mundo totalmente vazio. A cena é acompanhada de uma legenda que conta ao jogador um pouco deste mundo sem humanos. A partir daí, descobrimos que esta versão de nosso planeta foi dominado por bio-máquinas assustadoras, que vagam por este vazio planeta, sem rumo, atacando tudo que passa pela frente.
Entretanto, mesmo com este sentimento de desesperança, uma luz surge no fim do túnel. A protagonista recebe uma estranha mensagem, dizendo que outro humano reside na Terra. Assim sendo, a personagem principal parte em uma jornada neste aterrorizante mundo em busca desta suposta pessoa.
A história principal de REDO! é simples. O game apresenta o nosso objetivo e a história só volta para a conclusão. Entretanto, durante a jornada, encontramos alguns documentos espalhados pelos cenários que expandem singelamente a história. Não temos aqui um grande desenvolvimento ou personagens que se destacam. Apenas alguns sinais espalhados pelo cenário do que pode ter acontecido ou de como era a vida anteriormente nestes ambientes. Particularmente, eu esperava mais da narrativa. Pois, o que eu senti, é que temos uma premissa intrigante no começo da obra, mas a falta de desenvolvimento decepciona.
Um metroidvania divertido, mas sem novidades
REDO! apresenta uma jogabilidade que mistura elementos de metroidvania e plataforma. Portanto, temos uma visão em 2D da personagem, onde ela pode andar, correr, pular, interagir com objetos e atacar usando diversas armas. Inicialmente, temos acesso apenas a uma picareta, mas, ao decorrer da aventura, iremos encontrar armas como pistolas, escudos para nos defendermos e outros itens letais. A gameplay do título funciona bem.

Normalmente, temos um cenário com vários caminhos possíveis. Porém, para avançarmos para alguns locais, precisamos encontrar algum item específico. Por exemplo, no começo do título, existe uma área que só podemos acessar usando um escudo. Assim sendo, temos que explorar um caminho pré determinado obtermos este item. Logo, o game repete este loop de jogabilidade durante toda a campanha.
Em relação aos elementos plataformas, o game mantém o básico. Temos alguns obstáculos para pularmos pelo cenário, algumas máquinas com armadilhas que precisamos avançar com cautela, mas nada muito complicado nesse sentido. Este inclusive é um aspecto que poderia ser melhor, pois, senti falta de obstáculos do cenário mais desafiadores.

Além disso, pelo caminho existem vários inimigos para enfrentar, e REDO! faz um excelente trabalho no design destas criaturas biomecânicas. Afinal, elas apresentam um visual assustador e possuem ataques únicos. Isto é, alguns atacam à distância com lasers, enquanto outros precisam se aproximar da protagonista para executar ataques. O game não pega leve se você cometer erros. Logo, qualquer erro pode levar a morte da protagonista. Se isto acontecer, é preciso retornar do último ponto de salvamento, que ao decorrer da campanha vão ficando cada vez mais distante.
Faltou incentivo para a exploração
Por outro lado, um dos aspectos que mais senti falta em REDO!, foi algo que me motivasse a explorar os diferentes locais do game. Claro, é possível encontrar itens e armas, porém, nada que justificasse eu correr o risco de morte certa. Dessa forma, principalmente nos segmentos finais do game, minha jornada se resumiu apenas em seguir em linha reta até o objetivo final, sem me importar muito com o que estava ao meu redor. Este aspecto acabou tornando a minha jornada automática demais, algo que não deveria acontecer em um jogo deste gênero.
Trilha sonora
REDO! mantém uma trilha sonora singela durante a campanha. Por isso, o grande foco do game é estabelecer uma ambientação com um clima de solidão, pois, a protagonista se encontra cercada apenas de máquinas. Assim sendo, o jogo faz um bom trabalho neste aspecto, pois, o barulho inquietante das biomáquinas, acompanhada de uma ambientação devastada, tornam a atmosfera do jogo incrivelmente imersiva. Entretanto, o mesmo não pode ser dito sobre os sons de interação. Visto que os tiros das armas, o barulho da movimentação e até mesmo o ataque com a picareta, apresentam um design de som que deixa a desejar e com pouca variação.
Gráficos
REDO! apresenta gráficos pixelados. Mas o título faz um excelente trabalho ao recriar uma ambientação que demonstra a devastação daquele mundo e quão obscura é a realidade deste mundo. Portanto, temos prédios quebrados, locais totalmente dominados por máquinas e até mesmo ambientes com nada além do silêncio.

Assim sendo, nestes locais em questão, tive um sentimento de aflição ainda maior, pois, com os pequenos vestígios de humanidade que encontrava no cenário, sejam eles documentos ou itens, minha mente imaginava qual era a realidade dos residentes. Então, este aspecto me lembrou Fallout, na qual encontramos locais com pistas e devemos interpretar os acontecimentos.
Minha experiência foi no Xbox Series S. O game funcionou de maneira adequada, sendo que não tive problemas de performance e nem travamentos.
Conclusão
Em suma, REDO! é um game que apresenta uma proposta interessante, mas não a desenvolve tão bem como poderia. A história praticamente não apresenta um desenvolvimento interessante e o final é decepcionante. Entretanto, a jogabilidade funciona muito bem e consegue usar bem elementos já conhecidos do metroidvania. Enfim, o título é uma jornada que recomendo para os fãs do gênero, principalmente os jogadores que quiserem experimentar uma jornada com ambientação imersiva. Entretanto, tenha em mente que não encontrará nada de inovador ou marcante.
*Chave cedida para análise no Xbox