Matchpoint é mais nova tentativa da indústria de agradar aos amantes do tênis. Desenvolvido pela Torus Games e publicado pela Kalypso Media, o jogo foi lançado no dia 7 de julho de 2022.
O game está disponível para Playstation 4 e 5, Nintendo Switch, PC, Xbox One e Series S|X, sendo um dos jogos no catálogo do Gamepass.
Jogos de Tênis
Mesmo não sendo um dos esportes mais populares no Brasil, o Tênis sempre conseguiu atrair público para suas versões digitais. Em determinando momento, a popularidade desses jogos era tão grande, especialmente fora do Brasil, que houve uma rivalidade parecida com FIFA x PES no futebol, mas entre Top Spin e Virtua Tennis.
Mas, entre os grandes jogos já feitos, além de Top Spin e Virtua Tennis, vale citar que outros títulos dominaram o cenário por muito tempo. Entre eles, jogos como Super Tenis para Super Nintendo, e Mario Tennis, que já teve várias versões ao longo dos anos, com a mais nova lançado em 2018.
O próprio Wii Sports, que já foi febre mundial, tinha como um de seus carros chefes a modalidade do Tênis. Mas, para mim, Virtua Tennis 2, desenvolvido pela SEGA para Playstation 2 foi um marco. Era muito legal jogar contra os amigos e sua mecânica conseguia envolver desde o jogador mais simples até os mais experientes.
Portanto, Matchpoint chega num momento de escassez de bons jogos de Tênis no mercado e tentou aproveitar esse espaço, mas não necessariamente com todo o sucesso.

O Jogo
Matchpoint, como já era o esperado para um jogo de Tênis, não tem muitos segredos. É possível jogar partidas contra IA ou local contra amigos, um modo online e um modo carreira.
O gameplay é bem fluido e intuitivo, e não leva muito tempo para pegar o jeito da coisa. Há um modo tutorial que explica muito bem todos os comandos e até as melhores maneiras de usá-los.
Por exemplo, com o X, no controle de Xbox, você dá um Slice, batida que tira a velocidade da bola e é bem útil para ganhar um tempo para se posicionar melhor em quadra. Ou com o Y, você dá um Lob, um toque de baixo para cima na bola com o intuito de encobrir um adversário que suba a rede. Contudo, esse ou outros movimentos mal executados deixam sua quadra exposta.

Esse tipo de estratégia é bem presente em Matchpoint. Além disso, independente do tipo de comando que estiver usando, é possível determinar a força da batida. Quanto mais segura o botão de ação com mais força o jogador bate na bola, mas essa também deve ser uma ferramenta usada com cuidado e de acordo com o momento.
Como é possível notar, o jogo traz variações interessantes de estratégia durante as partidas, que pode atrair de pessoas que nunca tiveram contato com o esporte, até os mais ávidos fãs. Entretanto, quando chega na parte dos fãs é que Matchpoint começa a tropeçar.
Uma coisa muito interessante, é a possibilidade de salvar seu progresso no meio de uma partida e continuar em outro momento dali. Afinal, partidas de tênis podem ser bem demoradas, então esta é uma ferramenta muito bem pensada e aplicada pelos desenvolvedores.
Falta Desafio
Eu jogo Tênis nos consoles desde sempre. Até mesmo um que não vou me lembrar o nome, no falecido Baixaki Jogos, que eram jogadores de “pauzinhos”. Por isso, me considero um veterano do estilo, mesmo tendo ficado um tempo sem jogar.
Dito isso, Matchpoint quase não apresenta dificuldade para jogadores veteranos. Há 3 níveis de dificuldade: Amador, Semiprofissional e Profissional. Comecei minha primeira partida no Semiprofissional e saí perdendo por 3 Sets a 0. Mas, assim que peguei o jeito da coisa, virei e terminei vencendo a partida, de apenas um Set, por 6×3.
Joguei mais algumas partidas nesta dificuldade, e, mesmo no modo carreira, a maioria das vitórias vinha com 6×0 ou 6×1, eventualmente um 6×3.

Passei a jogar no Profissional e no começo o comportamento dos adversários parecia ter melhorado muito. Entretanto, com mais algumas partidas você pega o “jeito” de vencer e raramente vai perder um Set, que dirá uma partida.
Matchpoint: Tennis Championships é um jogo divertido, mas que peca muito pela sua falta de desafio.
Online
O modo online pode aliviar um pouco essa questão da falta de desafio. É possível escolher entre partidas amistosas ou Ranqueadas. Matchpoint, pelo bem de todos, possibilita o cross-play e isso ajuda bastante em encontrar partidas. Contudo, dependendo do horário pode levar alguns bons minutos para conseguir um adversário.
Como em todos os jogos de esportes, é normal alguns “rage quit” quando está no modo online. Mas, ao menos, Matchpoint tá a vitória. Mesmo assim, seria legal ver o jogo punindo ainda mais quem faz isso, especialmente em partidas ranqueadas, já que é necessário separar um bom tempo para jogar essa modalidade, que pode durar cerca de 1 hora num confronto equilibrado.
Poucas Licenças
Os fãs do tênis que gostariam de controlar grandes nomes como Roger Federer, Rafael Nadal ou Novak Djokovic vão se desapontar. O jogador mais conhecido é o australiano Nick Kyrgios, que, para falar a verdade, é mais conhecido por suas polêmicas do que por títulos.

Além dele, outros nomes relevantes entre os homens é o russo Daniil Medvedev, o espanhol Carlos Alcaraz, de apenas 19 anos, mas uma estrela em ascendência, e o japonês Kei Nishikori, que apesar de conhecido está em baixa no circuito.
Enquanto isso, entre as mulheres, nada de irmãs Willians ou da romena Simona Halep. O destaque entre elas é Victoria Azarenka, que já foi numero 1 do mundo, e Madison Keys, norte-americana, que nem mesmo está acima da brasileira Beatriz Haddad Maia, ou Bia Haddad, no atual ranking mundial.
Mas a questão das licenças vai além. Os torneios em Matchpoint também não são licenciados. Nada de Australian Open, Wibledon ou US Open. O máximo que veremos é Torneio de Melbourne ou Aberto de Paris.
Pode não parecer o fim do mundo, mas os grandes fãs do esporte anseiam por jogar Roland Garros, não um torneio com nome genérico. Isso faz sim uma diferença para o jogador mais exigente.
Aspectos Técnicos
Matchpoint é satisfatório nas questões técnicas. Os gráficos não são exatamente um primor, mas não chegam a incomodar em nenhum momento. O movimento dos jogadores parecem bem naturais e o som das rebatidas e da bolinha encontrado o chão é bom.

Contudo, faltou um capricho em certos detalhes. Por exemplo, os pegadores de bolinha no fundo da quadra, que são apenas estátuas. Tantos outros jogos de Tênis já se atentaram a esse detalhe, de fazer esse “NPC” desviar quando uma bola vai em sua direção, mas isso não acontece aqui.
As reações da torcida também decepcionam. Às vezes acontece uma jogada espetacular, mas a multidão não reage de acordo com o momento, deixando o clima muito morno.
Conclusão
Matchpoint: Tennis Championships é sim um jogo divertido, mas é casual. Jogadores mais experientes e exigentes do gênero logo vão enjoar da experiência, já que o desafio nele é praticamente nulo. O modo online ajuda, mas não é o suficiente.
A falta dos grandes torneios e dos grandes nomes do esporte também deixam o jogo menos atrativo. Para quem tem o gamepass, e um amigo para jogar junto, pode ser uma boa pedida para passar o tempo. Mas para anciões dos jogos de tênis, Matchpoint deixa uma sensação de frustração.