Introdução
Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE começou como uma brincadeira de primeiro de abril. Mas a piada virou jogo. Baseado no spin-off do anime Love Live!, traz todo o humor de jogos da PQube e com o carisma das idols de anime.
Para quem ainda não conhece Love Live!, se trata de um projeto multiplataforma sobre garotas que querem ser tornar idols japonesas. O projeto conta com animes, jogos, músicas e muito produto colecionável. Agora, saindo junto à nova série, chega o jogo.
Mesmo com todo esse background, Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE se trata de uma história nova. Dessa forma, mesmo quem nunca viu um episódio dos animes, não se sentirá deslocado e acompanhará algo totalmente novo. Até os veteranos na série terão algo novo com o jogo. Assim, este título traz todo o encanto do grupo de aspirantes a ídolo, com uma excelente jogabilidade, e diversão garantida graças ao desenvolvimento realizado por Intecreates e publicação de PQube.
Disponível para Nintendo Switch, PC, PS4/5, e Xbox Series X/S em 16/11/2023.
Salvando amizades
Quando uma dungeon submersa surge repentinamente no oceano perto de Numazu, histórias começam a correr pela cidade. Assim, várias amigas curiosas de Yohane se aventuram pela masmorra para investigar. No entanto, nenhuma volta. Para resgatar suas amigas, a própria Yohane deve enfrentar as profundezas e os desafios nesses calabouços, usando sua magia e o que mais encontrar pela frente.
Um plot simples, mas que serve para o propósito do jogo. O qual já avisa que tenta não ser complexo. Porém, possui um sistema bem divertido e interessante que instiga o jogador a vasculhar mais as profundezas do mapa.
Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE possui diversas áreas que o jogador explora de maneira intuitiva. Passa de uma, ganha a habilidade para atravessar a próxima. Em cada área, Yohane salva uma amiga que lhe confere uma nova habilidade. Ainda temos a possibilidade de “dobrar” essas habilidades realizando tarefas propostas por essas amigas salvas. Consequentemente, aumentando o fator exploração do jogo.
Para ajudar nessa exploração, há uma mecânica que facilita isso: viagem rápida de qualquer ponto para um ponto de salvamento. Mesmo que isso não seja novidade no mundo dos games de exploração, a forma como é executada é no mínimo diferenciada. A protagonista pode a qualquer momento (com algumas exceções) se transportar para qualquer savepoint do mapa que já tenha sido visitado. Assim, se estiver em apuros ou tiver que desligar o videogame, não precisa refazer todo um caminho. Basta que abra o mapa e escolha o ponto desejado.
Além disso, a loja do jogo é um ponto de salvamento. Da mesma forma que é possível voltar a qualquer sala de salvamento, também é possível se dirigir a loja do jogo, que também é a casa de Yohane. Ali, pode-se comprar itens necessários para atravessar os perigos da masmorra.

Criando magia
Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE não possui um sistema de experiência, mas tem algo que substitui bem e dá um charme a mais ao jogo. Assim como muitos metroidvanias, aqui, os inimigos soltam itens específicos, necessários para forjar armas e acessórios e cada um com atributo único que ajudam bastante a jornada do jogador. Então, ao derrotar um inimigo, ele pode soltar dinheiro ou um “ingrediente” para criar algo útil para o jogador.
O jogador fica livre para escolher e mudar para o que melhor atende seu perfil de aventureiro. Pode optar em ter mais magia e menos vida, ou mudar as armas de acordo com o inimigo. E toda essa alquimia se faz necessária para derrotar principalmente os chefes. Mas, antes de falar destes, um detalhe sobre coleta de itens e expansão do mapa. Por não ter um sistema de experiência, os inimigos não voltam quando são derrotados. Ou seja, se passar por uma sala com cinco inimigos, derrotar três, ao voltar ali, haverá apenas dois. Mas isso muda caso o jogador salve o jogo. Assim, todos os inimigos são “resetados”. Algo bom, já que o sistema de coleta tem uma alta importância no gameplay.
“Você tá parecendo chefe de Megaman.”
A beleza das Idols
Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE possui um visual apropriado para sua proposta. Quem jogou Gal Guardians Demon Purge sentirá uma certa familiaridade, já que são dos mesmos desenvolvedores. Mas quem jogou o primeiro entenderá porque o segundo deveria ter esse visual. Como a proposta é fazer um jogo divertido, com visual bem convidativo e fofinho, acertaram muito bem. Além de tudo, tem legendas em PT-BR.
Existe uma expressão que diz: “O segredo está nos detalhes”. Ela se aplica muito bem ao jogo da idol cartomante. A começar pelas expressões faciais da personagem ao executar uma ação. Por exemplo, ao se abaixar, ela põe a mão sobre a cabeça com medo, fecha os olhos e vê se tá tudo bem. Ao descrever parece algo trivial, mas é muito legal de ver. Ao escalar paredes (depois de conseguir a habilidade para isso) Yohane fica com mãos de gatinhos e faz um barulho bem legal na hora de subir. A dublagem das personagens, mesmo que pouca, foi muito bem colocada.
Apesar de ter origem em um anime de grupo musical, as músicas ficaram abaixo das expectativas. Isso porque as expectativas estavam altas. Os efeitos sonoros do jogo são bem colocados e tudo. Porém, esperava-se mais das músicas por ser de um anime com principal eixo o da música. Contudo, para os que não conhecem Love Live! e seu universo, vai apenas entender como música “normal” para o gênero.

O passo errado
Recentemente, discute-se muito a duração dos jogos em razão de seu valor. Por outro lado, se questiona também o preenchimento desnecessário de horas inúteis de jogo. Dito isso, é possível ter uma ideia do problema de Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE. Mesmo que tenha um fator de exploração muito bom, chegamos muito rápido para onde quer ir. Se o jogo tivesse uma dificuldade um pouco maior, sua duração poderia ser estendida.
As lutas com os chefes são legais, mas podem ser enfadonhas porque há alguns deles com uma força desbalanceada. Provavelmente por precisar de uma arma específica. Contudo, o jogador sempre tem a opção de tentar novamente e os padrões não são tão difíceis de pegar.
Mas isso não significa que o jogo seja ruim. Porém, dependendo do tipo de jogador que se aventurar, o título pode ter uma duração muito curta. Ainda que toda essa duração seja divertida. Ao finalizar, o jogador vai ter a sensação de que poderia ter mais. Mesmo tendo se divertido durante todo o processo.
Divirta-se com Yohane
Yohane The Parhelion: BLAZE in the DEEPBLUE traz uma aventura leve, gostosa e bastante divertida. Sem uma dificuldade absurda e com personagens carismáticas. Agrada fãs de metroidvania, mas agradará mais ainda os novatos nesse gênero. Recomendado para quem curte um jogo estilo 2D sem a necessidade enfrentar várias vezes o mesmo chefe até aprender o macete de derrotá-lo.
*Análise realizada em Playstation 5