Introdução
Mais uma vez estou aqui para comentar de uma empresa que contribuiu muito para minha diversão. Apesar de suas idas e vindas, ela tem muito a oferecer. Mesmo que agora pareça focar em uma rede de academias no Japão. A Konami foi uma empresa muito influente no mundo dos games. Ainda que esteja parcialmente fora, carrega consigo um grande legado de muitas franquias que nos fazem sentir saudades.
Apesar de sua popularidade hoje não ser tão alta como antigamente, muito do que temos hoje foi fruto de alguma influência de um jogo dessa empresa. Assim, como o post de agradecimento à Capcom, não planejo contar a história da empresa e nem mesmo fazer um ranking de que jogo é melhor ou pior. Mas citar jogos que foram divertidos, e o explicar o porquê foram divertidos para minha pessoa.
Evidentemente, vai faltar muito jogo, e já peço desculpas de antemão. Mas me acompanhe nessa pequena lembrança de como alguns jogos foram importantes para minha pessoa. E claro, se puder, recomendo muito jogar o que ainda não tiver testado. Então, pegue seu ↑↑↓↓←→←→ BA e Start e vamos relembrar alguns títulos.
Super Contra
Começando por um que precisei do famoso Konami Code (↑↑↓↓←→←→ BA e Start) para finalizar. Se o jogador realizasse o conhecido código, teria 30 vidas para terminar o Super Contra do NES, ou Nintendinho para os íntimos. Mas por que esse jogo foi marcante? Ele é mais do que um precursor de um estilo (ainda mais por não ter sido o primeiro) pois se tornou referência em desafio e o famoso “na próxima eu consigo”.
Temos que lembrar que os tempos de antigamente eram bem diferentes dos atuais. Pois muitas vezes jogávamos para ver até onde a gente conseguia ir. E, por ser bem difícil, Super Contra se tornou o medidor de habilidades entre os gamers da época. Ainda acredito muito que a ideia de criar conquistas e troféus nos jogos vieram dessa época em que alguém dizia ter zerado o Super Contra sem gastar Continues, mas não tinha como provar.
Outra coisa que o tornava sensacional era sua mudança de visão. Em uma fase você está atirando em tudo e todos, tentando não morrer em rolagem lateral e na outra fase você tinha uma câmera que acompanha o personagem pelas costas. Mas continuava atirando porque, se parasse, a morte era certa. Hoje, o Super Contra de Nintendinho e vários outros estão disponíveis na coletânea Contra Anniversary Collection. A vantagem é que, dessa vez, sua mãe não vai mandar você desligar o videogame bem na hora que você conseguiu passar por aquele trecho difícil.
Atualmente, há muitos jogos que “homenageiam” esta série. A exemplo de Blazing Chrome, que tem toda uma pegada no estilo Contra Hard Corps. Mesmo que a empresa dona da série não lance mais jogos dela, a franquia deixou seu legado e possui diversos sucessores espirituais.
Castlevania
Este aqui é para causar polêmica e não é por criticar algum jogo da franquia. Muito pelo contrário, pois, se não fosse o Castlevania Symphony of the Night, muita gente nem saberia da existência dessa franquia. Primeiramente, apesar de Super Contra ter uma boa fama no Brasil, seu irmão caçador de vampiros da mãe Konami não havia emplacado tanto. E não estou dizendo que não era conhecido, só não tinha o mesmo prestígio.
Entretanto, isso mudou em 1997, quando o spin-off (até então não canônico) foi lançado. O jogo nem teve um marketing forte da Konami. Mas, graças à propaganda boca-a-boca, o jogo entrou no gosto popular. Na época, quando Castlevania Symphony of the Night se tornou conhecido, não era raro ver gente indo às locadoras com revistas com detonados para pegar todos os segredos. Houve quem comprou memory card para jogar em locadora para não correr o risco de não perder seu progresso.
Uma vez que tudo já havia se esgotado, não havia mais nada de novo no game, lembraram que havia Castlevania antes de Symphony of the Night. E foi muito divertido ver pessoas morrendo em buracos em Castlevania em Polystations que vinham com vários jogos na memória. Detalhe, emulação praticamente não existia e essa foi a forma que encontramos para recuperar o tempo perdido. A partir de então, o jogo de caçar vampiros mudou seu estilo de plataforma genérico para dar nome a um gênero: metroidvania. E nem preciso dizer quantos jogos hoje usam dessa fórmula. E caso não se interesse por algumas dessas “homenagens”, a Konami lançou coletâneas (isso mesmo, no plural) com praticamente todos os jogos da franquia de matar Drácula. Só pegar e jogar em televisores modernos.
Metal Gear
Hideo Kojima possui uma mente bem complexa e segue uma linha de raciocínio que poucos conseguem acompanhar. Seu amor por filmes o fez criar uma das franquias mais importantes da Konami: Metal Gear. Quando o mundo dos games era mato, ele criou um jogo de espionagem onde a melhor estratégia era passar despercebido pelo inimigo do que sair atirando. Mas o auge foi quando chegou ao primeiro console da Sony: Playstation.
Começava ali um novo arco que só terminaria em 2015 com Metal Gear V: The Phantom Pain. Mas, voltando para o fim dos anos 90, imagina você estar jogando um jogo e um dos chefes dizer o que tem no seu memory card. Para piorar, para derrotar esse chefe, você teria de tirar o controle do primeiro slot e colocar no segundo. Isso pode parecer estranho hoje em um mundo de controle sem fio. Mas para os que não conseguem visualizar, seria como trocar de porta USB.
Além de contar uma história emocionante, todas esses detalhes contribuíram para sua popularidade. E, assim como Castlevania, muita gente nem sabia que tinha Metal Gear antes da saga Solid. Outra coisa que fez o jogo se tornar popular nas locadoras foi seu sistema de ranking de fases que favorecia quem conseguisse terminar em menos tempo ou cumprir certas condições. Mesmo sendo um jogo longo para época, as pessoas estavam dispostas a pagar por hora para jogar em locadoras e mostrar para os amigos o que conseguiam fazer. E para os que não tinham memory card próprios, tinha a má notícia de chegar um dia à locadora e ver seu save apagado.
Yu-Gi-Oh
Talvez você se pergunte por que este está aqui sendo que não coloco jogos licenciados nesse tipo de lista. Mas a questão é que, assim como os monstrinhos da Nintendo, Yu-Gi-Oh foi feito para criar desenho e vender cartinha. Se não fosse o anime, talvez ele passasse desconhecido em terras brasileiras. Outra coisa interessante é que, ao menos fora do Brasil, o jogo de cartas vive muito bem sem o desenho, ainda que ele ajude bastante nas vendas.
No entanto, muita gente conheceu por sua versão de Playstation: Yu-Gi-Oh Forbidden Memories. E, realmente, ela foi um sucesso das locadoras para os fãs do desenho animado. Mas graças à emulação, pude jogar Eternal Duelist Soul para Game Boy Advance e assim aprendi as regras do joguinho de cartas. Naquela época, uma guerra de consoles quase foi iniciada novamente por haver duas formas de jogar o game do herói da Shonen Jump. Hoje há diversas formas de jogar esse jogo sem precisar comprar as cartas, inclusive com regras atualizadas. Mas esses dois títulos foram bem importantes para segmentar o público, seja de forma oficial ou por meios alternativos.
Gostaria de agradecer mais
Você pode ter sentido falta de alguns títulos licenciados, como Simpsons e Tartarugas Ninjas. Mas, por não serem de propriedade da Konami, decidi não colocar no texto. Contudo, percebeu como a empresa tá sempre metida em algo grande? Claro que outros títulos exclusivos e de propriedade ficaram de fora e merecem destaque como os mencionados. Mas acredite, o critério foi totalmente aleatório para escolha dos títulos. Seria muita maldade dizer que algum seria melhor ou pior que o outro. Afinal, há tanto jogo divertido. Se tenha gostado de algum, jogue, se divirta. Aproveite que exitem coletâneas e relançamentos para descobrir o que encantou várias gerações.