Introdução
Após 2 anos do lançamento de Tales of Arise, temos sua primeira DLC de conteúdo lançada: Beyond the Dawn. Nela, acompanhamos o grupo de Alphen 1 ano depois do final do jogo base.
Então, se você não viu o final o jogo, esse texto contém SPOILERS.
Beyond the Dawn foi lançado no dia 9 de novembro para PS4/5, XONE, Series S/X e PC.
1 ano depois…
Depois de derrotar as entidades que controlavam o povo de Rena e provocar uma junção dos mundos de Rena e Dahna, o grupo de Alphen agora tem seus próprios objetivos pessoais. Enquanto isso, ele e Shionne viajam por esse novo planeta selando os Mausoléus.
Eles são resquícios de Rena e são perigosos enquanto estiverem abertos. E é por causa de um deles que o grupo todo se reencontra em Niez. Mas, antes de resolver esse problema, eles encontram outro: uma garota chamada Nazamil.
Filha de um antigo Lorde Renano com uma Dhaniana, ela nunca pertenceu a lugar algum. Muito menos agora, que a tensão entre os dois povos só aumentou já que eles têm que conviver juntos.
E tudo só parece piorar quando Nazamil mostra que também possui um brasão de Soberano. Agora, nossos personagens possuem uma aventura e tanto nas mãos.
Será mesmo?

O peso das consequências
Embora Nazamil seja o centro da história de Beyond the Dawn, ela é de longe a parte menos interessante. Ela até poderia ser legal, afinal quem não gosta de um plot onde temos um personagem que só foi conhecer amor e amizade depois de muito tempo?
Porém, depois do final do jogo, para mim é meio óbvio que o que eu mais quero ver é o cotidiano das pessoas. Como elas estão lidando com todo esse lance de dois planetas que agora são um só? Considerando toda aquela coisa de escravidão.
Bom, a DLC entrega um pouco disso, mas só se você tiver a paciência de parar tudo e fazer as sidequests. Elas, eu diria, são a melhor parte dessa expansão.
Foco nas sidequests
O que achei interessante é que não existe só um tipo de sidequest. Temos as normais, onde NPCs normais vão pedir coisas simples e dar um leve insight de como estão as coisas por ali.
Depois, temos ícones com o rosto de alguns personagens do elenco principal. Nelas, também fazemos tarefas simples, mas rola um certo desenvolvimento do personagem que é o foco daquela quest.
Por exemplo, fiz uma da Shionne onde ela, ao observar os NPCs que interagimos, começa a pensar mais no que ela quer fazer depois que as coisas ficarem mais calmas. E é algo que ela não tinha pensado antes. É legal ver que, em algum momento, vai existir uma vida sem heroísmo.
E por último, temos sidequests douradas, especificamente focadas no relacionamento do Alphen com a Shionne.
Relacionamento esse, que foi um ponto importante de Tales of Arise, então porque esconder a continuação dele em uma sidequest?

Inversão de prioridades
Em Tales of Arise, se tem uma coisa que não dá para negar, é como o relacionamento dos personagens vai crescendo ao longo da história. A parte que eu mais gostei foi de ficar acompanhando diálogos entre esse grupo de amigos.
Por isso, achei um pouco estranho Beyond the Dawn guardar isso em conteúdo que pode ser facilmente pulável.
Como eu disse ali, a história de Nazamil foi a parte menos interessante dessa DLC. Eu queria saber como eles iriam resolver o inevitável conflito entre os povos de Dahna e Rena. Embora as sidequests pincelem um pouco todo o cotidiano desse pessoal, não foi o suficiente.
Senti que ela foi só o estopim de mais uma grande aventura, quando poderia ter focado em outra coisa. As questões raciais de Rena e Dahna dariam uma história até mais profunda, mas até isso é meio simplificado toda vez que o assunto aparece.
Além da história, o que tem de novo?
Beyond the Dawn promete mais uma aventura com o grupo de Alphen, mas o que mais tem de novidade nessa DLC? Bom, além de algumas novas dungeons e algumas roupas diferentes, nada mais muda.
Nem mesmo novas mecânicas para o combate ela traz. Considerando que esse conteúdo pode ser baixado e jogado por alguém que não terminou o jogo, essa DLC mais parece uma sidequest que você poderia tropeçar no meio da campanha.
Pensando bem, acho que isso explica por que boa parte das histórias que importam estão atrás de sidequests.
Entretanto, até mesmo o conteúdo de combate novo não é lá muito inspirador. Acho que a única mecânica mais interessante foram os boss formidáveis que ficam no meio do mapa.
Mas, aqui em Beyond the Dawn, eles vêm na forma de slimes e ficam escondidos em uma sala dentro das dungeons. E é preciso ser nível 99 para derrotá-lo. Boa sorte!

Arte e trilha sonora
Se você gostou da trilha sonora de Tales of Arise, vai gostar da de Beyond the Dawn. Como passamos por diversos lugares já conhecidos, muitas músicas já são conhecidas.
Porém, temos novos arranjos e sequências musicais exclusivos da DLC, então aumente o volume!
Ainda no quesito áudio, os dubladores também retornam para os papéis principais, entregando toda a personalidade de cada um, mesmo que o roteiro pareça clichê e um pouco cringe de vez em quando.
Já na arte, as belas paisagens de Tales of Arise também retornam. O visual das novas dungeons é um pouco genérico, então o destaque fica para o design da própria Nazamil. A estética de anime combina bastante com ela.
Portanto, nesses dois quesitos, a DLC manteve o seu padrão.
Tales of Arise: Beyond the Dawn
Eu sei que, depois de tudo o que eu falei aqui, vai parecer que eu não gostei muito da DLC. Mas, embora ela tenha seus pontos baixos bem mais do que seus pontos altos, eu ainda consegui me divertir.
O elenco de Tales of Arise me conquistou desde o começo, então foi bom revê-los dois anos depois de ter me despedido. Mas, pela história de Beyond the Dawn não ousar aprofundar outras questões pós-canon do jogo e ir pela rota mais fácil de ‘uma nova aventura’, sim, acabou quebrando um pouco as minhas expectativas.
Mesmo quando a história trata das inseguranças do Alphen em relação aos seus trabalhos heroicos, até isso se resolve rápido para que o plot da Nazamil continue.
Então, fora a história, não tem nenhuma grande novidade que a DLC traz, e mesmo assim, as partes mais interessantes estão fora da quest principal.
Foi divertido retornar para esse universo dois anos depois, mas quando ele mostra que seu foco não é no pós-canon do jogo, o brilho se perde.
*Chave cedida para análise
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