Introdução
Há jogos que bastam ir para frente, sobreviver a desafios e ter habilidade para chegar ao final. Enquanto isso, há outros que precisam solucionar mistérios, desvendar mistérios, resolver quebra-cabeças, pegar pistas no meio do caminho para não ter que lidar com a forma mais difícil de derrotar um chefe ou passar de fase. Porém, há jogos que o jogador precisa adivinhar algumas coisas para seguir adiante.
Mesmo que algumas sejam para extras, há aqueles elementos que o jogador precisa ter uma iluminação espiritual para entender o que tá acontecendo. Algumas são simples, como assoprar no microfone do Nintendo DS, outras precisam que você conheça literatura inglesa antiga. A maioria pode ter pistas escassas, mas ainda dão indícios. E existem aquelas que o jogador simplesmente não acredita porque são muito absurdas. Por fim, alguns segredos precisam de muita tentativa e erro para chegar na resposta.
Maior parte desses casos estão em jogos velhos, já que havia limitação de memória e às vezes os desenvolvedores “esqueciam” de dar algumas pistas essenciais. Ou simplesmente esperavam que o jogador tivesse mediunidade para avançar no jogo e ver o final de parabéns por ter completado o game.
Chakan – O jogo todo
Falando de adivinhar, talvez esse seja o maior exemplo. Chakan: The Forever Man foi um jogo muito bem feito em questão de gráficos para o saudoso console da Sega, o Mega Drive. Porém, sua maior característica pode afastar muitos jogadores (como afastou na época).
Chakan começa em um estágio central, a partir do qual ele pode selecionar um dos quatro “planos” baseados em elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, cada um com três níveis. O jogador avança através de cada nível de plataforma até a conclusão ou morte. Caso morra, retorna ao centro para escolher um novo nível no mesmo plano ou em um plano diferente. O jogador tem vidas infinitas, mas retornará ao hub se for “morto”. Na parte inferior da tela, uma ampulheta indica quanto tempo o jogador tem para completar todos os níveis. Se o tempo acabar, o jogador retorna ao hub e deve reiniciar o a fase desde o primeiro nível.
Apesar das vidas infinitas, o jogador não tem a mínima ideia de por onde começar, já uqe o jogo não é linear, segue o esquema de exploração. Mas ao contrário dos demais jogos do gênero, não há nenhuma sinalização. Assim, o jogador fica com uma sensação de vazio porque vai jogando sem saber para onde ir. Por isso, tem que adivinhar e muito para chegar ao final.
Mesmo assim, o jogo se tornou cult e não é difícil achar detonados dele hoje em dia, inclusive sem morrer. Mas há de se lembrar que isso foi construído a base de muita tentativa e erro de jogadores passados.
Megaman X – Hadouken
Saindo de algo extremamente complexo e indo para algo que não faz falta em um jogo. Então, o jogador não precisa se preocupar ou não em adivinhar. Contudo, o jogo não dá uma pista sequer sobre essa arma suprema: hadouken.
Tanto a franquia Megaman, como Street Fighter, são da Capcom, por isso os desenvolvedores da época resolveram fazer uma brincadeira. Essa brincadeira consistia em botar o robozinho azul para soltar hadouken como se estivesse em um jogo de luta. Para conseguir essa arma suprema, basta que o jogador colete todas as partes da armadura, todos os corações, todos os tanques de energia cheios, tivesse nove vidas e vá a fase do Armored Armadillo. Próximo ao final da fase, no último carrinho, o jogador segue nele até que ele pule para fora da mina. Com o Dash é possível chegar a um canto mais alto.
Depois disso, deve cair no vão. O processo deve ser repetido por volta de umas 5 vezes. Até que aparece uma cápsula nova com o Dr. Light de quimono e diz que vai ensinar a técnica suprema. Assim, Megaman consegue fazer o hadouken. Sem esquecer que a energia do robozinho deve estar no máximo. Ou seja, se levou dano, não poderá fazer. E claro, o jogo não fala que os inputs da magia são os mesmos do jogo de luta.
Metal Gear Solid – Psycho Mantis
Hideo Kojima é o rei das esquisitices e ninguém nega. Mas nos anos 90, não era um conhecimento tão comum. Mais precisamente em 1998, com Metal Gear Solid, um jogo bem a frente de seu tempo, havia um chefe que fez muitos jogadores lançarem o controle na parede ou acharem que seu videogame quebrou. Seu nome era: Psycho Mantis.
Este chefe tinha o poder de ler o memory card do jogador e ainda fazer perguntas sobre alguns jogos (contanto que fossem da Konami). Ao ponto de perguntar se o jogador gostava de Castlevania, se tivesse algum save desse jogo lá. Mas o mais interessante era a forma de derrotar o vilão. Pois, durante a batalha, o jogador é forçado a conectar o controle do jogo em outra porta do console para evitar que Mantis leia a mente de Snake. Na versão para PC, porém, o jogador simplesmente precisa usar o teclado durante a batalha.
Mesmo que não precise adivinhar, afinal o jogo dá indicação para isso, para quem jogava sem algum detonado, não acreditava que precisava fazer isso. Pior ainda para jogadores brasileiros que achavam que poderiam ter traduzido alguma coisa errada (não havia Google Tradutor na época). De qualquer forma, foi bem legal essa sacada e virou um ícone da história dos games.
X-Men – Fase do Mojo
Anos 90, ninguém se importava com os Vingadores. Mas, havia um grupo bem mais popular: X-Men. Os mutantes mais carismáticos e populares que o mundo dos quadrinhos criou. Some a isso o lançamento do famoso desenho de 1992, sua popularidade ia às alturas. Por essa razão, havia vários produtos e games.
X-men, lançado para Mega Drive em 1993, era um jogo razoável. Porém, sua dificuldade não era nada razoável. Apesar de ser possível terminar o jogo em 30 minutos, até descobrir as formas certas de atravessar as fases e derrotar os chefes, levava muito tempo. Para piorar a situação, em uma das fases mais difíceis do jogo, no Mundo Mojo, o jogador, depois de derrotar quem tem para derrotar, recebe a mensagem de resetar o computador. Dessa forma, o jogador procura esse computador para reiniciar e não acha nada. Para só então descobrir que ele tem de RESETAR O CONSOLE.
Isso mesmo. Há quem argumente que isso não seria bem adivinhar. Mas em uma fase em que há computadores em volta, numa época em que resetar o console é significado de apagar o progresso, sem contar todo o trabalho envolvido para chegar ali, dificilmente alguém pensaria nisso.
Castlevania 2 – Enfrentar o último chefe
Castlevania, do saudoso Nintendo, nunca foi sinônimo de facilidade. Porém, nada que habilidade não resolvesse. Talvez o jogador até morreria bastante até aprender avançar para o próximo nível, mas nada que muita tentativa e erro não ajudasse.
Contudo, para enfrentar o chefe do segundo título da franquia, o jogador precisava fazer uma lista de procedimentos que não estão bem indicados no jogo (se é que estão). Para quem quis tentar terminar sem adivinhar, deve ter sido uma tarefa árdua. A fim de enfrentar o Drácula, o jogador precisa fazer uma lista de procedimentos nada convencionais ou revelados durante o jogo.
Para melhor indicação, levando em conta que o jogador avançou todo o jogo e foi salvando os passwords, para enfrentar o último chefe, ele digitou o passe certo e começou da cidade principal. Daí, ele precisa sair da cidade indo para a esquerda até chegar a um beco sem saída. Assim que chegar, jogador precisa selecionar o orb vermelho no menu e pressionar para baixo até que um tornado venha para levá-lo embora. Só daí, o jogador vai entrar no covil do vampirão, para depois ter a luta final.