Introdução
Star Renegades é um jogo de RPG tático rogue-like desenvolvido pela Massive Damage e publicado pela Raw Fury. Atualmente o título está disponível para Xbox, Switch e PC, com previsão de lançamento para os consoles da Sony em um futuro próximo. Star Renegades traz uma história ao estilo de Star Wars e com mecânicas rogue-likes únicas, contudo, deixa a desejar no ritmo da narrativa e da jogabilidade relativamente lenta em comparação a títulos irmãos.
História
A história se inicia com uma nave praticamente destruída que cai em um planeta desconhecido. Em seguida o jogo revela que a personagem estava fugindo do Imperium, uma força militar que busca dominar completamente o universo.

Em sequência, o jogo coloca o jogador em frente a um chefe impossível de derrotar, o que resulta na derrota de Wynn e na morte de seu irmão. A partir daí o jogo introduz o verdadeiro protagonista da história, um pequeno robô chamado J5T-1N, ou J5 para facilitar. Após a derrota da Resistência na batalha anterior, a criadora de J5 o incumbe da missão de viajar entre as dimensões e impedir que o Imperium vença. É aí que ficam evidentes os elementos rogue-likes de Star Renegades. Se a party for dizimada, J5 viaja para a próxima dimensão com informações sobre o inimigo para tentar impedir que a tragédia se repita, ou seja, de volta ao começo.
Jogabilidade
Por se tratar de um rogue-like, ao morrer, o jogador deve retornar ao começo, porém com alguns upgrades adquiridos ao longo de cada ciclo. Cada ciclo é tratado como uma dimensão paralela dentro do universo do jogo, as quais J5 viaja para impedir o avanço das forças do Imperium. Conforme o jogador avança nos mapas, J5 adquire pontos de Intel ou pontos do Imperium, que podem ser gastos para desbloquear novos personagens, novas e armas e até mesmo melhorar a performance do pequeno robô.

Diferente de outros títulos rogue-likes, Star Renegades apresenta uma identidade única ao misturar o ciclo de mortes com um combate por turnos ao melhor estilo RPG. Ao encontrar inimigos em partes seletas do mapa, a equipe montada pelo jogador entra em confronto com as forças do império, com cada personagem apresentando sua própria árvore de habilidade e ataques únicos.

O sistema de turnos se aproxima ao de Child of Light, em que é possível “quebrar” o inimigo e o impedindo de atacar. Além dessa mecânica, cada tipo de inimigo ou chefe apresenta fraquezas, buffs e debuffs únicos. Portanto, é necessário ter cuidado ao escolher os personagens da equipe, lembrando que eles só podem ser escolhidos no começo de cada ciclo.

Ao longo do mapa o jogador também encontra moedas, fragmentos de DNA, kits médicos e de reparo de escudo para auxiliá-lo a cada ciclo. Os fragmentos de DNA podem ser utilizados para subir o nível das personagens e as moedas permitem que no final de cada mapa, o jogador compre novos itens para cada um. Vale lembrar que esses níveis se perdem a cada morte.

De forma resumida, a jogabilidade é bem fluida e polida, apresentando uma proposta única de misturar RPG tático com mecânicas rogue-likes. Porém, ao mesmo tempo que isso é o ponto alto do jogo, também é o ponto baixo. O fato de cada batalha ser em turnos, torna o jogo mais cansativo e passa a sensação de falso progresso. Em um RPG clássico, o prazer encontra-se em fortalecer os personagens e subir de nível, porém, isso não acontece em um rogue-like. Nesse sentido acredito que o sistema de upgrades de Hades e Deadcells seja mais prazeroso para o jogador, fora que o combate frenético combina mais com esse estilo de jogo.
Dualsense
Ok, porque esse tópico está aparecendo aqui? Bem, atualmente a redatora que vos escreve adquiriu o tão famigerado PS5 e está colocando o Dualsense em uso em todas as plataformas possíveis. Tenho a intenção de trazer um pouquinho da performance do controle para cada jogo e plataforma em que for utilizado. Star Renegades foi jogado em um PC, logo o controle estava funcionando associado à Steam. Um ponto que me chamou a atenção foram alguns problemas de compatibilidade. Por vezes o jogo reconhecia o controle como um controle de xbox, em outras como de PS4. E, em alguns momentos, o que mais me preocupou foram problemas de drift associados ao jogo. Sim, ao jogo. O modo Big picture da Steam não apresenta nenhum problema de comandos ou de analógicos, o que me faz questionar compatibilidade de Star Renegades com certos tipos de controle, em especial o Dualsense.
Arte e Trilha Sonora
A arte de Star Renegades é regada a pixels ao melhor estilo Octopath Traveler. Os mapas são coloridos e vibrantes. A movimentação dos personagens é fluida e viva. Cada ambiente é único, com relevo e cores próprias.

Para complementar a identidade de cada ambiente, eles são acompanhados de uma trilha sonora eletrônica que acompanha os períodos do dia e as batalhas em cada mapa. No mapa geral, os personagens são apresentados em miniatura. Em batalha, é possível ver mais detalhes, como se aplicássemos um zoom. Esse zoom também se aplica aos cenários, onde podemos ver com mais detalhes cada elemento do mapa.
<h4″>Inovação
A principal inovação do jogo se deve à união de gêneros diferentes, dando origem a um jogo com identidade própria e única. A junção de rogue-like e RPG tático traz um novo conceito ao cenário de jogos do gênero, que até então misturava apenas hack ‘n slash e tiro. Para jogadores que gostam de jogos de turno e apreciam artes pixeladas, Star Renegades é um prato cheio.
Conclusão
Star Renegades apresenta uma proposta única, inovando o cenário dos rogue-likes, que até então eram principalmente focados em hack ‘n slash. O combate é muito bem polido e permite que o jogador até mesmo acelere seu ritmo para torná-lo menos monótono. Apesar de inovador, Star Renegades deixa a desejar no desenvolvimento da história e no ritmo de gameplay, travessia e combate.