Introdução
Viola: The Heroine’s Melody, possui um charme retrô junto com uma simplicidade. Ainda, traz uma história bonita com temática musical e apreciação de amizades. Poucos jogos conseguem ser tão simples e tão cativantes. Um jogo que aborda sobre o caminho, o processo, e não o final.
Viola: The Heroine’s Melody disponível na Steam desde 17 de fevereiro de 2021.
Desenvolvido e distribuído por Jelle van Doorne.
A história
Viola: The Heroine’s Melody conta a história de uma garota chamada: VIOLA. Depois de falhar na prática do violino por diversas vezes, a protagonista vai parar dentro do mundo fantástico de seu instrumento. No processo, cria uma fenda dimensional que pode por em risco tanto sua terra natal quando essa terra desconhecida.
Assim, ao chegar ao novo mundo, Viola se depara com um cachorro falante que a conduzirá para uma jornada para que seja possível retornar ao seu mundo. Por conseguinte, durante esse processo, conhecerá novos personagens e situações que a farão refletir sobre seus temores e a forma como encara a própria vida.
Apesar de bem clichê, é uma história gostosa e divertida. As coisas acontecem rápido demais para um JRPG. Entretanto, isso é bom e faz com que o jogador não desanime no processo de desbravamento do mapa.
O jogo
Viola: The Heroine’s Melody possui uma jogabilidade simples. Dessa forma, os combates são por turno e a ordem tem por base a velocidade dos personagens. Ainda que os personagens não sejam separados por classes, tais como: mago, ladino, cavaleiro, etc, as características de status dos personagens fazem com que eles sejam bem diferentes entre si.
O combate funciona de forma que a cada ataque nós temos de acertar a sequência das notas para golpear o inimigo. Pensando que isso poderia se tornar enjoativo, os desenvolvedores tomaram como decisão que as notas fossem aleatórias para cada ataque, assim prendendo o jogador a cada combate.
Embora seja descrito como um jogo de plataforma-RPG, a parte de plataforma não é muito explorada. E até situações comuns em jogos do gênero, como perder vida ao cair em um buraco, não acontecem. Entretanto, o save em situações pontuais, lembram mais jogo plataformas do que um RPG que pode ser salvo a qualquer momento.
Como um bom RPG, não podemos deixar de mencionar as interações dos personagens. À medida que conversamos com eles nas fogueiras, ou em pontos no meio das fases, você aumenta seu nível de relacionamento. É possível acessar várias vezes o mesmo ponto e ter diálogos diferentes. Enquanto aumentamos os pontos, vamos ganhando habilidades, poderes e troféus de conquistas.
Jogabilidade
Viola: The Heroine’s Melody não tem como foco uma jogabilidade de ritmo. Não há uma música para seguir ao executar os golpes. É um jogo bem diferente de Patapon, onde a música e o ritmo são essenciais. Um exemplo de como funciona o sistema de batalhas é: o jogador escolhe como atacar magia/ataque normal e para desferir esse ataque, é necessário apertar uma sequência de botões no momento certo. Quanto mais preciso for, mais forte é o ataque.
A princípio, o jogador estranha. Em contrapartida, ele percebe mais na frente que seria algo bem cansativo ter uma música para seguir um ritmo. Isso tornaria o jogo desgastante devido a grande quantidade de ataque necessário durante os combates. Já os controles são fluídos e os comandos saem facilmente.
Visual
Viola: The Heroine’s Melody possui visual simples e bonito. Por mais que tenha a intenção de parecer um jogo antigo, dá para notar o cuidado que tiveram ao trabalhar na imagem e nos detalhes. Nos diálogos, as expressões faciais mudam de acordo com as emoções dos personagens. Por isso, você também se diverte em ler eles e acompanhar as “carinhas” dos personagens. Isso dá um charme para o visual do jogo.
Apesar de ser nada inovador, o visual agrada aos olhos e principalmente ao público que apenas quer uma boa história e um RPG à moda antiga.
Som
O som tinha tudo para ser algo excepcional em Viola: The Heroine’s Melody. Já que se espera muito da trilha sonora de um jogo musical, entretanto deixa a desejar.
As músicas de in-game são divertidas e acompanham bem o jogo. Porém, poderiam ser melhor elaboradas. Ainda que sejam boas, não são marcantes.
O maior trunfo, o maior defeito.
Viola: The Heroine’s Melody tem como principal característica a simplicidade. Por essa razão, o jogo tem um visual limpo e bonito. Conta também com história sem rodeios e bem gostosa de acompanhar, além de suas batalhas diferenciadas.
Entretanto, o jogo poderia ter algumas características mais completas de RPG. Só para ilustrar, o jogador não pode escolher outras armas, armaduras, escudos, etc. No caso, há apenas as gemas que aumentam e/ou diminuem alguns status, somente.
Por um lado, o jogador pode fazer uma história linear e tranquila por não haver sidequest ou itens escondidos. Assim, não precisa sondar cada canto do mapa, fazendo que a exploração não seja o foco.
Para os jogadores mais preocupados em acompanhar a história, pode ser um ponto positivo de Viola conter essa forma simples. Entretanto, para os mais saudosistas, pode ser uma decepção.
Bug
Infelizmente, Viola: The Heroine’s Melody apresenta um defeito na programação em que se você fizer uma missão secundária sem um personagem específico, o jogo duplicará outro personagem. Ou seja, você jogará com dois personagens iguais até chegar à última fase para ajustar.
Nos pontos de interação, se esses dois personagens se encontrarem, enquanto estiver com o bug, o jogo vai travar porque ele vai perceber que o personagem não pode conversar com ele mesmo. Para evitar isso, deixe para visitar os pontos de interação ao fim do jogo.
O importante é a jornada
Viola: The Heroine’s Melody deixa bem claro que o caminho é mais importante que o objetivo.
O jogo é bem gostoso de jogar e quando o terminamos, dá uma sensação de vazio. Ele possui três finais, nos dois que não são o verdadeiro.
Ainda que tenha um roteiro não muito complexo, a história é divertida e aquece o coração. Um enredo que apela para o sentimento e permite que o jogador sinta uma conexão com o mundo criado.
*Análise feita em PC com chave cedida
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