Introdução
Stitchy in Tooki Trouble é um jogo de plataforma em 2.5D inspirado em clássicos como Super Mario e Donkey Kong.
Desenvolvido pelo estúdio Polygoat BVBA, Stitchy in Tooki Trouble tem data de lançamento em 15 de abril de 2021 para Nintendo Switch. O jogo está completamente traduzido para o português brasileiro.
História
Aqui controlamos Stitchy, um espantalho que teve sua plantação de milho devastada pelos Tooki. Os Tooki por sua vez são criaturas de madeira com o estranho fascínio por milho.
Cabe então ao nosso herói deixar a vida tranquila de lado e seguir rumo à aventura para recuperar os milhos roubados e a terra invadida pelos seres malvados de madeira.
Jogabilidade
Primeiramente falando, Tooki Trouble é um jogo simples, usando somente os direcionais e dois botões do controle. Mas por ser um jogo que depende do tempo certo para apertar os botões não é tão simples.
Por diversas vezes perdi vidas por pressionar um botão e o atraso do personagem atrapalhar na ação. O que era para ser simples acaba por ser frustrante e irritante, podendo até afastar o jogador.
A dificuldade por sua vez é um outro problema. No início do jogo somos apresentados a fases simples e com poucos inimigos. Até o primeiro chefe tem uma dificuldade que condiz com o que foi jogado até então.
No entanto ao entrar no terceiro mundo, a dificuldade começa a escalar de forma muito desproporcional. Vários inimigos em sequência e saltos precisos e custarão muitas vidas.
Uma das variedades de gameplay está presente em fases onde o personagem segue em cima de trilhos. Você não pode controlar nem direção e nem a velocidade, somente pulando no momento certo até o final.
E justamente nessa variante de jogo que eu senti a imprecisão dos controles e o quanto isso me custou. As mais de 20 vidas que juntei durante todo o jogo foram gastas nesse nível.
Por último vale mencionar que a cada final de nível, a performance do jogador é avaliada. Quanto mais rápido, mais estrelas. As estrelas valem de zero a três.
As estrelas contam como um ranking somente referente ao tempo. Esse tempo varia de nível para nível. A dificuldade desbalanceada fica mais aparente ao tentar caçar as três estrelas por toda a jornada.

A falta de variedade
Uma coisa que me causou incômodo durante toda a jogatina foi a falta de variedade. Variedade de ataques, de cenários, de inimigos e também do que fazer durante o jogo.
O único modo de atacar os inimigos de fato é pulando sobre suas cabeças. Não há itens que possam adicionar novas habilidades ou inimigos que exijam uma abordagem diferente.
Os inimigos se repetem por todo o jogo, aparecendo umas poucas novidades em algumas partes da aventura. Esses inimigos também não oferecem muita ameaça, pois não atiram projéteis e nem te seguem.
Os cenários em algumas fases parece ter sido um “copia e cola” umas partes das outras. Todas muito semelhantes em como se contornar os obstáculos, sem desafios ou surpresas. Exceto algumas do último mundo.
Uma solução para essa repetição não se tornar cansativa seria colocar alguns poucos quebra-cabeças. Assim quebraria um pouco o ritmo de só pular e andar.

A falta de conteúdo
Como já mencionado anteriormente, a falta do que fazer também é um ponto negativo no jogo. Não há conteúdo extra e nem incentivo para coletar os poucos coletáveis do jogo.
Em todas as fases há os totens para serem completados, divididos em três partes. Mas engana-se quem pensa que eles desbloqueiam algo. Estão ali somente como figurantes.
Por fim tem as estrelas a serem conquistadas a cada final de nível. E ao coletar o suficiente, uma fase bônus é liberada, mas não há muito nela além do que já está presente nas outras.
Tudo que é bom, dura pouco
A melhor parte desse jogo, sem dúvida, se dá nas batalhas contra os chefões. Aqui vemos a melhor parte criativa do estúdio. Ainda mais que você tem que descobrir como derrotar cada um dos chefes.
E ao contrário do restante do jogo, a dificuldade entre os (pouquíssimos) três chefes é bem distribuída. O último chefe acaba até por ser mais fácil que os últimos níveis do terceiro mundo.
O design dos chefes também são bacanas, bebem de inspirações mas são bem legais. A luta também é divertida e desafiadora. Cada um deles possui uma abordagem diferente, tanto em ataque quanto defesa.
Mas infelizmente houve a escolha de colocar somente três bosses em todo o jogo. Talvez ter colocado mais um chefe na metade de cada caminho dos mundos deixasse um aspecto de jogo mais completo.
Trocando moedas por milhos
O design em geral de Tooki Trouble não chama muito atenção, pois ele tem um aspecto de jogo de celular. A arte tem seu charme mas não chama a atenção. Para combinar com a estética, as moedas, por exemplo, são trocadas por milhos.
O personagem principal é engraçadinho em seu design. Os inimigos no entanto não são muito originais mas conseguem cumprir o papel de atrapalhar o jogador.
O design dos cenários não impressionam em relação ao seu design. E como mencionado antes, além de tudo eles parecem um cópia do outro. O terceiro mundo é o mais interessante mas fica aquela sensação de não ser o suficiente.
Por fim, os chefes se destacam bastante em questão de design e arte. Bonitos, bem trabalhados e vivos, acabam por chamar mais atenção do que o protagonista.

E a qualidade sonora?
Apesar de não surpreender todo o trabalho de áudio cumpre bem o papel em Stitchy in Tooki Trouble. Não há falas e nem efeitos muito complexos. Sons de pulo, dos ataques inimigos ou mesmo do carrinho nos trilhos, por exemplo, são bem simples. Da mesma forma a trilha sonora também está lá, simples e compatível com o jogo.
E a performance?
Por fim vale um pequeno tópico sobre a performance e bugs. E nisso a equipe de desenvolvimento está de parabéns. Não houve travamentos e nem quedas de quadros.
Também não presenciei bug algum durante a jogatina. Por mais curtos que sejam os jogos, eles podem apresentar muitas falhas. Mas aqui não é o caso e é um ponto muito positivo.
Conclusão
Stitchy in Tooki Trouble parece um jogo de celular portado para console. Não traz inovações e não impressiona em nada. Poderá divertir por algumas horas e nada mais que isso.
A falta de conteúdo e sua curta jogatina deixam parecer um jogo incompleto. Um pouco mais de atenção em conteúdo extra seria um respiro durante a jornada. E por falar em jornada, ela acaba por ser muito repetitiva logo no primeiro mundo.
Em suma Tooki Trouble é para você que quer um jogo mais curto e casual sem preocupações (apesar da dificuldade).
*Cópia cedida para análise no Nintendo Switch