Introdução
Os jogos do subgênero Metroidvania sempre foram, para mim, os mais divertidos de se explorar. De certa forma, o level design, a progressão de habilidades, a história interligada com as mecânicas e o mapa semiaberto, tudo isso torna esse subgênero especial, eu me sinto provocado ao jogar um Metroidvania.
O subgênero Metroidvania

Foi com Xanadu: Dragon Slayer II (1985) que o subgênero deu as caras no mundo, mas foi em Metroid (1986) que esse estilo de jogo ficou popular. No entanto, o nome “Metroidvania” se consolidou com o lançamento de Castlevania: Symphony of the Night (1997). Publicado pela Konami, Symphony of the Night definiu o que hoje nós temos como características clássicas de um Metroidvania.
Todavia, o que faz desses jogos grandes marcos do subgênero Metroidvania? O que eles fizeram de tão especial? Para responder essas questões precisaremos olhar para as inovações presentes neles.
Primeiramente olhemos para o level design; com um mapa semiaberto, sem fases definidas e com diferentes caminhos para seguir, é apresentada a liberdade de exploração. O jogador pode ir para diferentes direções sem uma ordem pré-definida, ou seja, uma exploração não linear. Contudo, ao longo da jogatina haverá lugares que necessitarão de uma chave ou uma habilidade, e para conseguir esse upgrade será preciso explorar mais e mais.
Do mesmo modo, as habilidades adquiridas durante a jornada dão ao jogador uma sensação de progressão conectada ao mundo, visto que, com a evolução das habilidades, novos lugares estarão disponíveis para exploração.
Em outras palavras, o jogador é instigado a vasculhar cada canto do mapa e ele é recompensado por isso. Portanto o subgênero foi e continua sendo importante, as inovações do passado afetam diretamente as experiências do presente. Jogos como Bloodborne, Dark Souls e uma tonelada de indies se inspiraram nos jogos citados.
Explore! Conheça! Evolua!

Devo admitir que a exploração side-scroller recheada de mistérios é um dos meus passatempos preferidos. Eu me sinto tão tentado a descobrir o que tem do outro lado do mapa, de conhecer cada um dos moradores de uma vila perdida, de destruir máquinas gigantes e ajudar aqueles que conheço em minha jornada.
Frequentemente quando olho para os videogames como arte, me pergunto o que eles querem me dizer? Quando jogo um bom Metroidvania sinto os desenvolvedores berrando para mim, me provocando, dizendo para eu não me contentar apenas com esquina da minha casa.
Ao ir a praia é possível observar o horizonte, e que tal testar a existência dele? Por que se contentar com a vista das arvores quando posso ir até elas, toca-las e senti-las. Sei que é só um subgênero de videogame, mas suas mecânicas falam sobre algo intrinsicamente humano: conhecer.
E as habilidades não ficam de fora! Explorar significa conhecer pessoas, desenvolver habilidades, nosso corpo é complexo e pode nos proporcionar momentos incríveis, nós podemos ajudar outras pessoas. E se eu te falar, caro leitor(a), que ao usar um skate você aumenta +5 da sua velocidade e +10 do seu estilo!?
Por fim, gostaria de recomendar um exercício de reflexão: a próxima vez que você for consumir qualquer forma de arte, busque agir como um humano e não como um robô. Pense, reflita e, se necessário, mude!