The Lightbringer é um jogo indie desenvolvido para PC e Nintendo Switch pela Zordix. O jogo que se trata de um plataformer 3D recheado de puzzles é uma experiência relaxante e envolvente desde o primeiro momento.
Com uma atmosfera agradável e uma direção de arte interessante, a obra se propõem ainda a ser bastante imersiva. Isso graças aos desafios lógicos oferecidos e brincadeiras com a perspectiva.
Sem mais delongas, acompanhe minha experiência nessa aventura encantadora.
O mundo, e o Lightbringer
A ambientação é um ponto importante para essa experiência, e é trabalhada de diferentes formas pela obra.
O cenário com bastante natureza e algumas pessoas ocasionais, a sensação de tranquilidade que as músicas e cores te passam e os doces versos suaves recitados pela irmã do protagonista. Esses detalhes tangíveis se entrelaçam de maneira sutil para formar uma sensação de conforto durante a aventura.
Além disso, durante a progressão da exploração, os versos de sua irmã esclarecerão a história e o funcionamento daquele mundo, dando uma riqueza maior para o ambiente explorado.
Ainda assim, o jogo tem uma história razoavelmente simples, mas eu considero seu dinamismo um ponto positivo. Sendo direto, mas contando tudo que precisa para dar um significado especial a sua jornada.
O resto da história vem de sinos encontrados pelo caminho que podem ser ativados pelo golpe padrão do boomerangue do protagonista.
Bem, mas chega de falar sobre como a obra se conecta conosco emocionalmente, e vamos falar dos meios de gameplay através de quais ela o faz.
Os perigos que nos cercam
Apesar dos perigos constantes aos quais é exposto e armadilhas em que é forçado a cair, Lightbringer parece sempre incentivar o jogador a pensar com calma em qual o próximo passo a ser dado.
Um dos exemplos mais palpáveis disso é a constante necessidade de alterar a perspectiva da câmera para acessar lugares novos, áreas escondidas ou não perder os preciosos coletáveis do jogo.
O jogo que tem essas características de Collect a ton oferece diferentes itens para serem coletados que variam em dificuldade e quantidade entre si.
Mas o ponto principal do jogo é cruzar cada uma das fases, resolver seus puzzles pelo caminho e conseguir o máximo possível desses itens.
Para controlar nosso protagonista contamos com: um golpe de boomerangue que pode ser mirado; um avanço que pode funcionar contra esquivas dos inimigos; um pulo e um pulo duplo além da opção de correr.
Como é notável o moveset é bem simples, mas é aí que o jogo brilha trazendo desafios constantes para o jogador que dependem mais do pensamento do que da ação em si.
Claro no fim do dia The Lighbringer ainda é um plataformer de exploração em 3D então as possibilidades são limitadas, mas ainda assim considero que a maioria das fases oferecem desafios interessantes.
Como exceção temos algumas fases mais simples que se resumem a andar até o final dela enquanto se desvia periodicamente para conseguir algum item específico, elas são mais tediosas, porém mais raras.
Não é um jogo de ritmo
Como já ficou evidente, minha experiência com The Lighbringer foi prazerosa.
Embora tenha me diverti de maneira geral com a dificuldade das fases, o jogo em si não é nem longo demais, nem curto demais. Isso dito, The Lighbringer tem um defeito muito sério de ritmo.
O ponto é que você inicia cada sessão com uma quantidade pré determinada de corações.
Ainda assim durante cada fase você pode achar poções que irá regenerar um deles. No entanto em geral, caso acabem o jogador conquistará um game over e terá que tentar a seção inteira de novo.
Veja bem, eu não sou o maior fã de “game over” punitivo. Acredito que em geral é bem fácil notar o conceito de vida como algo obsoleto em jogos de plataforma. Por conta disso eles estão cada vez mais caindo em desuso.
Ainda assim vejo que em determinadas funções e jogos é possível ser um recurso bem executado. E até mesmo trazer um tempero extra as propostas, como no caso dos (bons) Rogue-lites.
Conflito de visões
Infelizmente essa não foi a experiência que tive com The Lightbringer. A exploração inicialmente prazerosa e lenta que o jogo te incentiva se torna estressante conforme avança. As fases ficam cada vez maiores, e quanto mais longe do ponto de partida você está mais a tensão é construída.
Essas fases podem demorar dezenas de minutos para ser concluídas dependendo da habilidade do jogador, e raciocínio lógico.
Isso dito passar 40 minutos tentando desvendar o caminho correto, pegar todos os colecionáveis, executar comandos de plataforming com frequência sem poder cometer 5 erros durante toda a jogatina tornaram a minha experiência com The Lighbringer apenas frustrante com o passar do tempo.
E ainda assim o pior de tudo é que essa abordagem mina toda o potencial identificado na ambientação da obra. Uma vez que a urgência imposta pelos Game Overs atropelam facilmente a imersão.
Teria sido bem mais simples aproveitar e focar nas dinâmicas relaxantes do jogo sem a pressão constante de errar um pulo e ter que repetir os últimos 20 minutos de jogo.
Explorar The Lightbringer ainda vale a pena
Apesar das críticas ainda fui plenamente capaz de me divertir com The Lightbringer. Acredito que um modo fácil com checkpoints ou uma quantidade de maior de fases de menor duração tornariam o jogo uma obra-prima.
Por isso digo com tranquilidade para aqueles que gostam de exploração e plataformer, e que não se importam com a pressão constante, que o jogo é uma experiência completa e bastante divertida.
Uma direção de arte muito competente, acolhedora e uma boa variedade de puzzles conseguem manter a obra bastante relevante apesar dos defeitos de ritmo e formato.