A volta da Fury
Darksiders 3 foi lançado em 2018 para PS4, Xbox One e PC, seis anos depois do segundo jogo. Trazendo de volta a essência mais pura do hack ‘n slash que tornou a franquia famosa! Depois de Guerra (War) e Morte (Death), agora é a vez da Fury (Cólera) brilhar novamente em 2021 com o lançamento para o Nintendo Switch. Mas será que essa versão faz jus ao esplendor da nossa cavaleira esquentadinha?
Lançado em 30/09/21, sendo desenvolvido pela Gunfire Games e distribuído pela THQ Nordic para Nintendo Switch. Tratando-se de um jogo de ação e aventura, no gênero hack ‘n slash, com uma pitada de RPG.
Caça aos pecados
Assim como no primeiro jogo, Darksiders 3 começa com uma ceninha contanto uma história. Dessa vez é a dos Nephilins, que são o resultado da união entre anjos e demônios. Agora, adivinha quem são os Nephilins? Isso mesmo, os quatro cavaleiros que traíram sua raça e começaram a trabalhar para o Conselho das Chamas.
Então, logo depois da apresentação dos quatro cavaleiros, Fury (Cólera) já mostra como é a sua personalidade: nervosinha e impaciente. Em seguida, nós vemos Fury entediada junto do seu cavalo, Rampage. Até que, ela recebe um chamado do conselho e encontra seu irmão, Guerra, acorrentado (lembram que ele foi acusado de traição no primeiro jogo?)
Em seguida, o conselho explica que Guerra deu início ao Apocalipse, mas que agora o que mais importava era o fato dos Sete Pecados Capitais estarem livres. Ou seja, Fury deve ir lá, e derrotar os sete que atrapalham, cada vez mais, o equilíbrio. Assim, nós partimos nessa jornada até à Terra para derrotar os pecados!

De volta as origens
Primeiramente, vamos à volta do combate que fez Darksiders ser o que é. Vale ressaltar que Darksiders 3 pegou exatamente tudo que tinha no primeiro jogo, inclusive os controles, e aplicou novamente. Ou seja, tudo que eu expliquei na análise anterior, se aplica aqui, mas com algumas diferenças.
Por exemplo, Fury usa um chicote como arma principal, e ainda é mais leve e ágil do que o Guerra, portanto o combate ficou mais dinâmico e a esquiva dela é muito mais funcional do que no primeiro jogo. Inclusive, agora existe a ‘’esquiva perfeita’’, onde nós podemos desviar de um ataque no último segundo e com isso executar um contra ataque poderoso contra o inimigo no qual estamos mirando no momento. Usem e abusem disso.
Além disso, em Darksiders 3, foram adicionadas as formas abissais. Tais formas definem quais serão nossas armas secundárias, e cada forma possui uma habilidade especial que nos ajuda a progredir pelo cenário. Com a forma abissal do elemento fogo, por exemplo, nós usamos duas correntes que servem para queimar algumas barreiras que ficam espalhadas pelo mapa, além de conceder a Fury um pulo triplo para alcançarmos lugares mais altos. Existem quatro no total, então, nós podemos escolher a que mais nos agrada na hora do combate.
Porém, o resto é exatamente a mesma coisa, inclusive o mapeamento dos comandos. Torna tudo bem familiar e fácil de aprender.

Alimentando o Vulgrim
Em seguida, nós tivemos algumas mudanças na progressão. Agora, nós podemos trocar as almas por pontos de atributo (com o Vulgrim, obviamente). Usamos esses pontos para fortalecer um dos três status disponíveis: saúde, ataque e arcano. Saúde e ataque são padrões, mas o arcano serve para aumentar o dano do contra-ataque, e da Havoc Form que é exatamente igual à Chaos Form do Guerra, com o detalhe da Fury adquirir dois chicotes. Ou seja, não existem mais aqueles coletáveis que precisávamos pegar quatro partes para aumentar o hp máximo, por exemplo.
Além disso, durante a exploração, nós coletamos diversos itens que servem para fortalecer as armas (como o chicote, por exemplo) e também itens para fortalecer os artefatos que equipamos em cada arma, ou seja, são dois upgrades para cada arma (caso ela esteja equipada com um artefato).
Por fim, nós podemos comprar armaduras do Vulgrim (o faminto por almas). Existem quatro delas, uma representando cada forma abissal. Todas tem o mesmo efeito, então a questão se torna mais estética após comprarmos a primeira.

Exploração que vale o esforço
Agora, falando da exploração, vamos falar sobre o level design. Darksiders 3 também possui um level design muito bom. Inclusive, me agradou mais do que no primeiro jogo. Aqui, eu tive uma sensação de metroidvania em alguns momentos, onde eu logo de início chegava em um mapa, via várias passagens bloqueadas, até eu adquirir algum poder. Realmente muito bem feito.
Juntamente com uma exploração bem feita, vem à distribuição dos itens pelo cenário. Darksiders 3 trouxe alguns itens novos (além daqueles que recuperam o hp e etc), que são os lurchers. Tais itens podem ser usados para conseguirmos almas extras. Algo que é muito útil, pois aqui nós perdemos as almas que carregamos ao morrermos (algo bem recorrente, inclusive).
E vale ressaltar, os cenários são bem preenchidos com esses itens, então vale a pena explorar todos os cantos possíveis. Do mesmo modo que no primeiro, aqui no terceiro jogo também existem muitos puzzles, e alguns bem estressantes. Então se preparem.
Por último, a trilha sonora segue a mesma ideia do primeiro. Pouco explorada durante a campanha, mas toca sempre nos menus de pausa, e quando toca agrada.

Salvando os humanos
Bem como os jogos anteriores, Darksiders 3 também vem com uma ambientação muito bem feita, mesmo com os gráficos reduzidos no Nintendo Switch. Aqui nós passamos até por cenários submersos e todos são bem feitos.
Enquanto nós exploramos o mapa, ainda temos dois pontos interessantes como missão secundária. Nós podemos salvar qualquer humano que encontramos e manda-los para o Ulthane (um ferreiro que conhecemos com o Guerra). Além disso, o Vulgrim nos avisa quando alguns portais com áreas extras estão disponíveis para explorarmos, e lá podemos encontrar inimigos, itens e puzzles, é bem legal.

Os Sete Pecados Capitais
Logo depois, a trama. Eu já mencionei que eu amo o universo da franquia Darksiders, o que não necessariamente quer dizer que a história corrente no momento é tão boa quanto. Ou seja, Darksiders 3 segue expandindo o universo épico da franquia, mas a história do jogo em si é bem simples.
Como mencionei, Fury tem a missão de derrotar os Sete Pecados Capitais, mas ela só aceitou com a condição de se tornar a líder dos cavaleiros. Inclusive, enquanto Guerra foi preso a um Vigia para ser monitorado, Fury carrega uma que é fã da cavaleira. E a trama para por ai. Realmente não tem nada excepcional, exceto o desenvolvimento da protagonista que começa extremamente egoísta, mas vai ‘’amolecendo’’ durante a trama, e aprendendo muito sobre os seres humanos que ela tanto desprezava (isso é bem legal).
Temos uma reviravolta interessante no final, além do aparecimento de um personagem que me deixou bem feliz, mas, mesmo assim, o foco aqui é total na gameplay, deixando a história como pano de fundo. Mas, vale ressaltar, que todos os sete pecados tem um design impecável! Eu gostei de todos, sem exceção. A personificação dos pecados capitais é o ponto alto da campanha para mim, além das batalhas que são sempre interessantes.

A versão do Switch
Por fim, o mais esperado, o lado técnico. A versão do Nintendo Switch sofre um downgrade óbvio se comparado às versões de PS4, One e PC. Porém, é um port extremamente decente na verdade. Tem texturas e iluminação mais simples, porém os gráficos seguem bonitos (os pecados ainda impressionam).
Mas, é claro que nem tudo são flores. Temos quedas de fps principalmente na exploração, além de travamentos em vários momentos enquanto andamos. Com certeza algum de vocês já presenciou isso em algum jogo, onde você está andando e de repente o jogo congela para carregar uma área. Isso é comum na versão de Switch. E o mapa chamado Cicatriz é onde mais acontecem as quedas e os travamentos.
O curioso é que eu presenciei pouquíssimas quedas de fps durante o combate, então não é algo que atrapalha totalmente. Mas quem quiser jogar (mesmo com a vantagem da portabilidade que o Switch sempre traz), saiba que não vai rodar de forma lisa o tempo inteiro.

Conclusão
Em síntese, Darksiders 3 trouxe de volta tudo que nós mais amamos na franquia. Muita pancadaria. Com outra protagonista estilosa, um combate bem satisfatório, um level design bem feito e um universo rico e cheio dos mistérios. O terceiro jogo foi feito para os fãs e agrada qualquer um que gosta de um bom hack ‘n slash.
A versão de Nintendo Switch cumpre bem o seu papel de levar esse jogo muito divertido para um console portátil. Se você já possui as versões de PS4, One ou Pc, não acho que vale a pena adquirir essa. Porém, pra quem gosta de franquia e tem um Switch, essa é uma aquisição bem legal. É possível se divertir bastante caçando os sete pecados em qualquer lugar.
*Chave cedida para análise