Introdução
Cotton estreou nos arcades em 1991. Um jogo difícil, bonito e muito divertido. Desde então, a série tem títulos lançados para diversas plataformas. Nosso reboot é do jogo Cotton: Fantastic Night Dreams para o finado console X68000. Assim, vamos revisitar essa bruxa bem queridinha em terras nipônicas.
Desenvolvido pelo Beep Studio, Cotton Reboot, lançado para Playstation 4 em 20/07/21. Também disponível para Nintendo Switch.
A jornada do algodão
Cotton traz a história de uma jovem bruxa chamada Nata de Cotton, imatura e impulsiva, pilota de uma vassoura voadora. Tem como companhia a fada Silk.
Cotton de Nata embarcará em sua jornada pelos sete estágios coloridos incríveis do jogo com a esperança de ser recompensada no final. Passando por vários ambientes que vão de um cemitério com olhos assustadores, uma floresta com árvores que fazem parte da forma humana e muitos outros perigos. Assim, para encarar esses perigos, nossa heroína poderá atirar em seus inimigos utilizando de várias ferramentas.
Cotton Reboot! é o remake de Cotton: Fantastic Night Dreams do port dos arcades para o console Sharp X68000. Versão que também acompanha o jogo atual. Dessa forma, evitaremos fazer comparações. Pois ambas versões encontram-se presentes e as diferenças se baseiam mais em atualização gráfica e sonora.
Pilotando a vassoura
Cotton Reboot! segue a linha dos jogos de navinha em telas horizontais. Mesmo assim, vai além do básico. Algo que notável na série desde o início da série. A nossa bruxinha invocada nos traz mais do que apenas atirar em hordas de inimigos e tentar sobreviver até o final da fase. Pois, possui um sistema que utiliza cristais para definir como sairão os tiros e obtenção de pontuação. Também, as poderosas bombas que representam tipos diferentes de magia. Dependendo dos cristais obtidos.
Não podemos esquecer da fadinha que a acompanha: Silk. Ou melhor, das Silks. No plural mesmo. À medida que o jogador vai libertando essas companheiras, elas vão dando auxílio em forma de maior poder de fogo. Possuem diversos tipos de ataque. Então, procure manter sempre o maior número de companhia possível ao seu lado.
Ao terminar uma fase, aparece a mensagem TEA TIME e você deve pegar o máximo possível de itens vermelhos que caem na tela (eu não sei dizer se aquilo realmente é um chá).
Arranged
Aqui que o remake acontece. Não somente possui gráficos atualizados, mas também músicas trabalhadas para acompanhar o novo visual. Em adição, o novo modo FEVER. Este modo pode ser utilizado ao encher uma barra. Assim, ao ativar a barra, o tiro fica mais forte e a pontuação é multiplicada.
Para os que jogaram alguma versão anterior, o modo Arranged vai parecer mais rápido e (talvez) mais fácil. Contudo, tem ampliação das mecânicas de cristais que consagraram a série. Além de um poder de fogo maior e elementos maiores na tela. Assim, evitando de morrer por não enxergar o que está acontecendo.

X68000
Onde tudo começou. Se eu não visitasse o site oficial, eu acreditaria que era a versão arcade. Afinal, ao entrar, você deve “inserir ficha” (a versão Arranged mantém isso também). Porém é a versão clássica do console (ou computador) da Sharp. Em uma breve pesquisa, descobri que é o melhor port. Claramente isso se torna visível ao jogar. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de jogar o original, aqui está a chance. Pois, com a versão X68000, podemos reparar todo o cuidado que os desenvolvedores do Reboot! tiveram ao manter elementos tradicionais da franquia, apenas os ampliando para a geração atual.

Time Attack (2/5 minutes)
Que tal entrar numa arena e ver o quanto aguenta em 2 ou 5 minutos? Este modo possui essa característica bem divertida para ver o quanto de pontos o jogador consegue ao final do tempo. Embora as vidas sejam infinitas, o tempo não. Pois, ao morrer, você perde um tempo valioso e além de não receber o bônus de não morte ao final da fase.

Game Manual
Diferentemente de outros jogos, o manual Cotton Reboot! é bem divertido. Porque Cotton e Silk explicam mecânicas do jogo em forma de um diálogo bem humorado. Resolvi mencionar aqui pois, funciona muito bem. Também, com as dicas da conversa, o jogo fica mais “claro”. Por essa razão, eu fiquei tentando gerar vários cristais negros. Quer saber do que se trata? Confira o manual.

O encanto da bruxa
Cotton Reboot! passou por um grande upgrade a partir do original. Embora a arte dos sprites original seja por si só um espetáculo. Mesmo os novos jogadores não vão se importar em aproveitar a versão clássica presente no título. Além de sprites e fundos lindamente redesenhados, a mecânica é substancialmente remixada em um caso mais alto e vibrante, com maior ênfase na pontuação.
A atualização do visual não deixa a desejar nem para fãs antigos ou para pessoas que não viveram a era dos arcades. Dessa forma, um visual suave, sem estranhamento por parte de qualquer tipo de público. Um jogo clássico com visual atual.

Canto da bruxa
Assim como os visuais, as músicas tiveram suas composições atualizadas. Para jogos de navinha, uma trilha condizente com a ação é de suma importância. Cotton Reboot! não decepciona. As músicas são divertidas e alegres. Assim, condizentes com o clima e ambiente da aventura de nossa heroína piloto de vassoura. Eu que não tive a oportunidade de acompanhar a série além do título de Mega Drive, consegui perceber o esmero realizado nos efeitos sonoros. Algo que junta o clássico e o moderno.
Feitiço saiu errado
Existe uma grande responsabilidade ao fazer remakes. Pois, um remake tem de agradar antigos fãs e novos. Assim, não há dúvida de que Cotton Reboot! consiga esse feito. Entretanto, há pontos negativos tanto para os fãs mais saudosistas quanto para os novos jogadores.
Fãs clássicos
Estes sentirão uma diferença na dificuldade. Ainda que esteja disponível a versão clássica, o jogo principal, no caso o Arranged, tem uma dificuldade maior. Compreendemos que o trabalho do estúdio foi fazer mais do que dar uma roupa nova. E foram muito bem nisso. Mas aqueles mais hardcore podem não gostar dessa redução de dificuldade. Contudo, isso representa algo pequeno em relação ao conjunto da obra.
Novos jogadores
Os novos jogadores não estão acostumados com jogos arcade. Ou em linguagem de fliperama: morrendo e aprendendo. Entretanto, até nesse ponto Cotton Reboot! pensou. Os jogadores possuem fichas infinitas e podem ficar sempre tentando até terminar. Mas qual seria o problema disso? Pelo fato de jogadores mais novos não estarem acostumados ao estilo de jogo arcade, aquele tipo que se termina em uma sentada só, e os continues infinitos, o jogo se torna curto. Não sentirão o desafio, a não ser que queiram não utilizar as fichas infinitas. Porém, nada que atrapalhe a experiência, apenas pode comprometer o fator replay, outra característica desse tipo de jogo.

TEA TIME!
Cotton Reboot! une o clássico e o atual. Pois, ao possuir as duas versões, original e remake, agrada dois tipos de público. E não necessariamente separados. Assim, o jogo da bruxinha marota é recomendado tanto para aqueles que já jogaram alguma versão, quanto para aqueles que ainda não conhecem o jogo. Também possui um excelente fator replay. Assim, vale à pena dar uma chance.
Para análise de outro side-scrolling noventista, você pode clicar aqui.
*Análise realizada em Playstation 4 Fat com chave cedida