A sequência óbvia
Gears of War teve uma estreia excelente no Xbox 360. Não só foi aclamado por público e crítica, como também trouxe um final incrivelmente aberto! Ou seja, certamente teria sequência, que não demorou muito para aparecer, chegando apenas dois anos depois.
Ela me deixou com uma dúvida de qual seria sua abordagem. Será que teria um final que encerra a história, ou veriamos novamente um gancho? Bom, vamos descobrir.
Lançado em 07/11/08, desenvolvido pela Epic Games e publicado pela Microsoft exclusivamente para Xbox 360, mas também pode ser jogado no Xbox One e Series S|X. Trata-se de um jogo de ação, com muitos tiros e explosões em terceira pessoa, e um mapa linear lotado de inimigos!
A narração misteriosa
Gears of War 2 começa com a narração de uma mulher (que ainda é misteriosa, irá se revelar depois), contando como a humanidade sempre viveu em conflito, mas que agora, estava unida contra um inimigo em comum. Porém, mesmo depois de resistir e alcançarem pequenas vitórias, nada seria capaz de deter os Locusts.
Por fim, ela menciona que Jacinto é a última grande fortaleza da humanidade. Em seguida, vemos o nosso grande herói, Marcus Fenix, conversando com a Anya e o Dom, além do nosso recruta, Carmine. Então, partimos para ensinar o garoto a ser um Gears e é assim que o jogo começa.
Escudo inimigo
Gears of War 2 seguiu a máxima das sequências: manter o que deu certo e fazer adições pontuais. Aqui temos os mesmo comandos e o retorno de várias armas, mas com sutis diferenças.
Primeiramente, vamos ao combate em si, que não recebeu nenhuma alteração. Gears of War 2 ainda é um jogo de ação pura, sem puzzles e com muitos lugares para tomar cobertura. E aqui, eu já vou falar: o que não falta é ação. O combate em Gears 2 parece que não tem fim, e isso é excelente!
Agora podemos usar os inimigos como escudo. Pois eles se arrastam para lutar por suas vidas, e ficam vulneráveis. Além disso, nós também podemos lutar por nossas vidas, nos arrastando até que algum companheiro nos reviva. Outro detalhe curioso foi que percebi uma redução na força da Sniper. No anterior, ela era extremamente poderosa. Porém, aqui temos uma arma que precisa de dois tiros para derrubar o Locust comum.
Em seguida, vou aproveitar o gancho da sniper para falar das armas novas. Como era esperado, todas foram mantidas e a Lancer continua sendo a mais confiável do jogo. Entretanto, tivemos cinco adições novas.
São elas: o Flamethrower, a Chain Gun, o Mortar Cannon, a Gorgon Pistol e a Ink Granade. O Mortar Cannon e o Flamethrower são os mais úteis. Mas, todas têm a sua função e agregam na gameplay.
Maldita emulsão
Outra área que teve um upgrade foi a dos inimigos. Gears of War 2 trouxe uma boa quantidade de coisas novas para a gente atirar.
E aqui eu poderia ficar falando sobre vários, mas vou mencionar somente alguns que mais me marcaram. Temos os Tickers, que parecem piolhos gigantes com explosivos! São frágeis, porém perigosos em grandes quantidades. Também temos as Rock Worms, minhocas grandes e nojentas (além de imortais) que podem ser usadas como cobertura durante as batalhas.
Agora, um que me deu bastante trabalho foi o Kantus. Esse camarada possui capacidade de regenerar os aliados e ainda conta com bombas de tinta. É bem forte, resistente e, se você vacilar, vai te dar muito dano!
Por último, um destaque para os Lambent. Criaturas luminosas que nascem a partir do contato de criaturas vivas com a “emulsão”. Essa emulsão, para ser bem resumido, funciona exatamente como um vírus: infecta o hospedeiro, toma controla de suas ações, e vive apenas para espalhar a infecção.
Portanto, existem alguns tipos de Lambents. O mais icônico, até então, é o Brumack. Quando um Brumack fica exposto à emulsão, ele adquire alguns tentáculos, uma cabeça extra, e fica extremamente chato de se enfrentar. É um inimigo que me marcou bastante.
AÇÃO!
Em seguida, vamos para o enredo. Como eu já adiantei, Gears of War 2, simplesmente não para. É ação praticamente o tempo inteiro e a história serve como um pano de fundo. Todavia, é um bom pano de fundo!
Logo depois do treinamento, a base é atacada e temos que correr para defendê-la. Então, Marcus, Dom, Tai e nosso querido robô Jack, partem para a ação. O plano geral é simples: destruir os Locusts, pois, eles voltaram com uma “arma” capaz de afundar cidades inteiras, sugando-as para baixo da terra. Ou seja, a questão é bem séria!
Agora, temos que atacar a base dos Locusts para exterminá-los de vez. Mas, é claro que não será tão simples.
Gears of War 2 resolveu trazer uma história totalmente focada na guerra, com um ritmo acelerado e visceral. E admito que adorei. Por mais que eu também estivesse preocupado com o plano de ataque, ou se alguém ia morrer, a ação constante só serviu para me deixar mais engajado na trama!
Para não falar que ela é perfeita, o Dom possui um arco desde o começo onde ele procura por sua esposa desaparecida. E aqui achei um pouco chato. Realmente não me importava com ele e muito menos com a esposa. Talvez seja pelo simples fato deu não gostar do Dom? Talvez. Mas, é fato que não me emocionou.
Além disso, o Marcus ganha mais profundidade, a Anya finalmente tem rosto, dentre outros novos que são introduzidos. É, de fato, uma história cativante e eletrizante!
No melhor estilo Devil May Cry
Em seguida, hora do lado técnico. Gears of War 2.
Vou começar com o lado ruim logo. A inteligência artificial segue no mesmo estilo do primeiro jogo. Inimigos tomando cobertura de frente para a gente. Aliados demorando para reviver. É algo bem desanimador.
Porém, no resto o jogo vai super bem. Primeiro, a ambientação de Gears of War 2 é muito interessante. Cenários subterrâneos bem construídos, fases com visual bem aberto (mesmo com estrutura linear), e até o interior de um monstro (ao melhor estilo Devil May Cry 3).
E, não só a ambientação, como o level design também é bem legal. Segue a mesma lógica com mapas cheios de cobertura e caminhos duplos para podermos escolher.
Sobre a trilha sonora, ela também seguiu a mesma energia do anterior. É uma boa trilha, mesmo que não seja absurdamente marcante. Mas, é bem orquestrada com os momentos de conflito da trama.
Por fim, os gráficos. Gears of War 2 apresentou uma evolução natural do primeiro. E foi tão boa ao ponto de, caso você jogue o remaster do primeiro e depois pula para o segundo, você não sentirá como se estivesse jogando algo feio. Pelo contrário!
Belas placas
Por último, é hora dos extras.
Aqui, nos temos de volta as placas da CGO, e a adição de vários documentos para contar um pouco mais do mundo. Eu adoro as placas, acho um diferencial muito legal, tal qual os pingentes dos vagalumes no The Last of Us. E os documentos acrescentam bastante à trama.
Agora, como era esperado, o multiplayer voltou, tanto pvp quanto co-op. Mas, assim como antes, eu não tenho propriedade para falar. Porém, é um aspecto bastante elogiado da franquia. E aqui não foi diferente!
Conclusão
Em síntese, Gears of War 2 é uma daquelas sequências perfeitas. Pegou tudo que deu certo e simplesmente fez adições pontuais. Trouxe uma história interessante, com ação para dar e vender. Manteve o combate bem-feito e viciante, além de aumentar a variedade de armas e inimigos. Não só isso, mas também deu mais desenvolvimento para o protagonista.
A única falha é a inteligência artificial que não conseguiram melhorar, e isso acaba atrapalhando um pouco a experiência. Porém, os pontos positivos são muito maiores do que isso! Gears 2 é um jogo incrivelmente memorável e emocionante! Simplesmente obrigatório para todo mundo que possui um Xbox!