Cheirinho de infância
As Tartarugas Ninjas surgiram lá nos anos 80, e fizeram parte da infância de muitas pessoas (inclusive da minha). Desde a sua criação, elas já ganharam filmes, jogos, várias animações, e até fizeram um crossover com os Power Rangers! Ou seja, esses répteis são muito queridos por várias pessoas. Mas, será que o novo Teenage Mutant Ninja Turtles (ou TMNT para facilitar) faz bonito, ou se apoia somente na nostalgia?
Lançado em 16/06/22, foi desenvolvido pela Tribute Games e publicado pela Dotemu para PS4/5, Nintendo Switch, Pc, e para Xbox One e Series, também disponível pelo GamePass. Trata-se de um jogo beat’em up clássico, focado totalmente na ação e nos socos nas caras dos vilões, com um lindo visual retrô!
O Clã do Pé
A trama se inicia de forma bem direta. As tartarugas estão plenas nos esgotos, junto do mestre Splinter e da April O’Neil. Quando, do nada, a transmissão do canal 6 é interrompida, e o clã do pé anuncia que fará uma mudança na estátua da liberdade!
Então, todos eles partem para salvar a grande New York City mais uma vez!
Cowabunga!
Desde já, vamos ao que mais interessa: porradaria. TMNT: Shredder’s Revenge, como eu disse, é um beat’em up. Ou seja, a gameplay é uma das mais simples do mundo, pois nosso objetivo é andar e bater em tudo que se mexe, até chegar ao chefão da fase, algo incrivelmente terapêutico, eu diria.
Portanto, os controles seguem essa simplicidade. Nós podemos andar, correr, pular e dar salto duplo, bater e usar o ataque especial, além de esquivar e agarrar os inimigos. Tudo bastante intuitivo e bem feito! Os controles são gostosos e viciantes, e, para a minha surpresa, existem muito mais combinações do que eu estava esperando. Por exemplo, temos mais de um tipo de “agarrão”. Temos também dois tipos de ataque aéreo, sendo um para o pulo normal, e outro para o pulo duplo. Gostei bastante da diversidade.
Agora, do que adianta ter um controle legal, sem personagens legais não é mesmo? E aqui, nós temos de sobra! Como eu adiantei, as tartarugas possuem muitos fãs, e isso não é à toa! Todas as quatro são incrivelmente simpáticas, e o mestre Splinter e a April, completam o elenco.
Em TMNT: Shredder’s Revenge, nós temos um multiplayer local de até quatro jogadores, e um online com até seis! Simplesmente maravilhoso! Eu sou um fã de carteirinha do co-op local, e aqui podemos jogar com várias pessoas!
Seguindo a sua preferência
Nós podemos escolher entre: Leonardo, Raphael, Michelangelo, Donatelo, Mestre Splinter, April e, após finalizar a campanha uma vez (com qualquer personagem), liberamos o Casey Jones. Cada um deles possui três status. São eles, alcance, velocidade e força, distribuídos de forma diferente entre eles. Por exemplo, April é rápida, mas não é muito forte, e tem pouco alcance (já que luta usando as mãos e um microfone). Todavia, o Casey é muito forte, e tem um bom alcance (bate usando um taco de hokey), mas é lento. Portanto, você deve escolher o que mais se adapta ao seu estilo.
Além disso, cada personagem vai se fortalecendo, a medida que vamos avançando, podendo chegar até o nível 10. Os upgrades são bem naturais e aumentam coisas funcionais, como a vida máxima e a barra de especial (pode chegar até três barras). Nós também podemos executar um ataque combinado, quando estamos no multiplayer. E, quando estamos com três barras de especial cheias, podemos entrar no modo radical, onde ficamos com uma aura vermelha e damos muito mais dano!
Vale ressaltar que, cada ataque especial consome uma barra, e essa barra pode ser recarregada batendo nos outros, ou usando o R1 para provocar (porém, ficamos parados durante a provocação, então, cuidado). Também é válido mencionar que cada personagem possui um especial diferente. Para falar a verdade, o primeiro especial que temos tem a mesma ideia em todos os personagens, executar um ataque em área. Mas, cada um tem a sua própria animação sendo feito com a arma do personagem em questão, ou seja, fica bem variado. Você também ganhará novos especiais a medida que for se fortalecendo.
Quem não ama pizza?!
Agora, TMNT: Shredder’s Revenge ainda possui um mapa bem interessante. Durante a campanha, nós encontramos alguns personagens como os Sapos Punks, por exemplo, e alguns outros NPCs. Essa galera, nos dá missões secundárias, que consistem em achar colecionáveis e levar até eles. E isso é bem legal pelo fato de ser algo simples e natural. À medida que vamos andando, e quebrando coisas pelas fases, nós encontramos os tais itens. Ou seja, você não precisa se matar para coletar. Vale ressaltar que, cada fase possui desafios também, por exemplo, passar a fase sem levar dano, ou derrotando cinco robôs com ataque especial, e etc. Isso aumenta o fator replay!
Do mesmo modo, nós também encontramos três tipos de pizzas espalhadas. Uma da caixa azul, que recupera nossa vida. Outra com a caixa vermelha que desbloqueia um golpe giratório excelente! E a última, com uma caixa arco-íris que deixa a gente com o especial infinito, podendo usar eles sem parar, até o tempo acabar.
Por fim, nós temos as armadilhas espalhadas no mapa, que podem ferir tanto a gente, quanto os inimigos. Além de alguns obstáculos como, por exemplo, um gás que fica saindo do esgoto, ou uma máquina que libera um raio que nos eletrocuta. Várias vezes temos muita coisa acontecendo ao mesmo tempo! São vários inimigos em tela, ai você desvia, e cai em uma armadilha, mas quando levanta, já toma um soco na cara. É divertido demais!
A beleza da simplicidade
Em seguida, vamos à trama. Sendo sincero, eu a contei toda no início. O clã do pé busca vingança contra as tartarugas, e seu líder, o Destruidor, bolou um plano para tomar a estátua da liberdade e acabar com tudo.
É um enredo incrivelmente simples, e eu amei. Assim, não me entendam mal, eu sei que muitas vezes, quando um jogo possui uma trama simplista, ele é criticado. Mas, nesse caso, ela funciona totalmente, inclusive na forma de ser contada!. Nós não temos ceninhas longas, com falatório, nada disso. Vemos somente, uma imagem entre as fases que nos situa do que está ocorrendo e é isso! Tudo fácil de entender, dinâmico e bem feito.
Você só precisa se preocupar com a diversão do combate, e nada mais! Além disso, o enredo não é ruim. Basicamente são as tartarugas salvando a cidade. Quem não gosta disso?! A verdade é que nem todo jogo precisa ter uma trama elaborada no estilo The Last of Us. Muitas vezes a gente só quer andar por aí socando vilões.
A trilha nostálgica
Logo depois da história, vamos ao lado técnico de TMNT: Shredder’s Revenge.
Nesse quesito eu só tenho a elogiar, em todos os aspectos. Os gráficos são bem bonitos, com uma pixel art caprichada. Você sente que as tartarugas estão vivas, e os vilões também! Principalmente os chefões.
Já a trilha sonora, é totalmente cativante, desde a música tema na abertura, até a trilha da batalha final. Ela casa perfeitamente com a proposta do jogo, e traz temas clássicos que me lembram da minha infância.
Além disso, teve um detalhe técnico que me surpreendeu bastante: a variedade de inimigos. Eu estava esperando pouca variedade, mas aqui nós temos muitos inimigos novos, e isso me agradou bastante!
Para finalizar, o design das fases é muito bem feito também. Com armadilhas bem colocadas, e, visualmente, eles se diferem bastante. Você não sente que está andando pelo mesmo cenário. Mesmo entre as fases com o skate voador, nós sentimos que estamos jogando em um local diferente!
Modo Arcade
Por fim, temos o modo Arcade que, nada mais é, do que uma experiência igual a jogar num fliperama. Seguimos os mesmos mapas do modo história, porém, sem poder morrer, e sem save entre as fases. É um modo desafiador, e muito divertido, tanto para quem cresceu na época dos jogos de fliperama, quanto para aquelas pessoas que não tiveram essa experiência. É bom para sentir na pele o quão complicado era zerar os jogos com as fichas contadas!
Conclusão
Em síntese, TMNT: Shredder’s Revenge é um jogo em certo ponto simples, mas que cumpre seu papel perfeitamente, e ainda supera expectativas. Independente de você ser fã das tartarugas ou não, ele vai te deixar por dentro da trama, e vai te prender com uma gameplay deliciosa. Com uma boa trilha sonora, gráficos bonitos e personagens carismáticos (mesmo sem falas), ele é o tipo de jogo recomendado para qualquer pessoa, de qualquer idade. Basta você gostar de videogame para se divertir!
É aquele jogo onde você reúne seus amigos, com pizza e refrigerante, e fica a tarde toda conversando fiado, jogando e aproveitando o lado bom da vida e da amizade!
Mas, o detalhe mais importante eu deixei para o final. Eu sou o Raphael, e você???
*Chave cedida para análise