A jornada
Existem algumas histórias que são sobre a jornada. Às vezes, não importa o porquê, e sim, o como chegaremos lá. Omno trabalha esse conceito de peregrinação e fé, de uma forma muito linda.
Lançado em 29/07/21, sendo desenvolvido por um desenvolvedor independente chamado Jonas Manke, junto com a Inkyfox e distribuído pela Future Friends Games em parceria com a própria Inkyfox para as plataformas: PS4, Xbox One, PC, e futuramente para Nintendo Switch. Tratando-se de um jogo plataforma 3D, com puzzles e um senso de aventura e descoberta incrível.
Acorda e vai
Nossa jornada começa, literalmente, do nada. O nosso protagonista (sem nome), sai de um portal, e se vê num pântano e sem entender muito o mundo a sua volta. Além disso, temos apenas a roupa do corpo e um cajado que emana luz. Logo depois, após poucos passos, nós encontramos um monumento com os dizeres: ‘’Ouça o chamado. Parta em sua jornada. Siga o caminho da luz.’’ E a partir desse momento, nossa aventura começa.
Desde já, vamos para os controles. Na verdade, eles são bem simples. Aqui podemos executar um pulo simples, ou um pulo mais forte, usamos o quadrado para interagir com animais e objetos e é isso (no início). Ao longo do caminho, vamos adquirindo algumas habilidades que servem tanto para movimentação, quanto para progredir pelos vários mapas que o jogo possui. Todas são muito legais e combinam perfeitamente com a proposta. Nós também podemos usar o triângulo para acessar um pequeno mapa, e para liberamos o mapa da área, nós devemos meditar em um altar (é sempre fácil de achar), e com isso escanearemos tudo ao nosso redor. Isso facilita a exploração, já que todas as esferas ficam marcadas no mapa.

Progressão suave e divertida
Porém, o que mais me encantou em Omno, sem dúvidas, foi o mundo. Bom, ele segue uma ideia de ‘’mundo semiaberto’’. Mas o que é isso? Então, um ‘’mundo semiaberto’’ é aquele mapa que, basicamente, se divide em sessões. Omno tem vários mapas (muito bonitos inclusive), e esses mapas são livres para andarmos e explorarmos. Porém, não são conectados entre si (ao finalizarmos, seguimos uma pequena viagem em cima de um animal gigante, ou viramos um ser de luz e acordamos no próximo mapa).
Ou seja, a progressão funciona de forma bem simples. Chegamos a um local, e nele temos que coletar três esferas de luz que ficam espalhadas pelo cenário, para podermos seguir até o próximo. Cada cenário possui uma quantidade de progresso, e para alcançarmos 100%, temos que coletar todas as esferas. Achar, e ler, todos os grimórios (pequenos livros mágicos) que nos contam um pouco sobre o universo em que estamos, sobre o porquê de estarmos nessa jornada, e várias outras coisas interessantes. E ainda, encontrar todos os animais que estão ali.
Mas, onde entram os puzzles? Então, eles entram em toda parte. Para coletar as esferas e os grimorios, várias vezes temos que resolver um pequeno enigma (às vezes complicado) para conseguirmos. E isso é muito legal, porque não somos obrigados a fazer (já que só precisamos de três para avançar), mas nós temos vontade.

Fazendo amigos
Sobre os animais tem algo interessante. Existem vários tipos (inclusive registramos todos), desde voadores, até alguns que estão mais para plantas e todos são bem criativos.
Porém, eles não servem somente para admirar. Sempre que nos aproximamos, podemos usar o botão de ação para ‘’mexermos’’ com eles, e assim eles nos dão um pouco de luz (literalmente), e à medida que vamos coletando essas luzes (podemos extrair de rochas também), o braço esquerdo do protagonista vai iluminando e quando estiver cheio, nós ganhamos um boost na velocidade, como se tivéssemos levado um choque (sério, ele corre muito rápido do nada). E, além dessa velocidade, nós podemos usar essa luz que coletamos em um monumento que sempre guarda uma das esferas necessárias para passarmos, ou seja, esfera de graça.

Confie na luz
Agora, o enredo. Omno segue aquela vibe de jogo conceitual, que nada mais é do que uma história contada visualmente, sem muita explicação, sem falas, onde nós temos que sentir o que ocorre a nossa volta, e interpretar. Bom, aqui, nós começamos sozinhos, mas, rapidamente fazemos amizade com uma pequena criatura voadora, que nos acompanha pelos mapas, e ainda nos guia até esferas, por exemplo. Então, além de fofa, ela ainda é muito útil.
Portanto, uma dica que eu dou, é tentar coletar todos os grimórios, ler as escrituras em pedra, e ir juntando as peças, porque com isso descobrimos nosso propósito, para aonde iremos, a origem dos nossos poderes e muito mais. Realmente vale muito a pena prestar atenção nesse enredo que, apesar de não ser simples de entender, é muito bem feito e com um final emocionante, e que pode gerar um nó na nossa cabeça!

Uma beleza admirável
Finalmente, o lado técnico. E aqui é a parte onde eu simplesmente elogio tudo. Sério, Omno tem uma arte lindíssima, em todos os aspectos. Cada vez que chegamos a uma paisagem nova, nós ficamos admirados! E a trilha sonora é tão bonita que chega a emocionar. Realmente é só admiração.
E os puzzles são bem interessantes. Fazer 100% exige um esforço mental, já que algumas esferas estão muito bem escondidas e temos que fazer uso das habilidades para isso. É muito bem feito. Portanto, isso conta ponto para o level design também, já que tudo tem que estar bem distribuído para funcionar.

Conclusão
Em suma, a minha vontade era de simplesmente falar: ‘’Joguem Omno, é incrível’’. Tudo aqui é muito bonito, com uma campanha emocionante, um mundo bem interessante tanto no seu povo, quanto nos seus animais, e ainda habilidades divertidas e muito úteis. Ou seja, você vai se divertir e se admirar com essa jornada, de puzzle e exploração. Omno é aquele jogo indie que merece o mundo